Vacinas contra a COVID-19: qual o cenário atual?

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17 de março3 min. de leitura

Sem dúvidas, um dos assuntos mais falados na atualidade é a pesquisa/desenvolvimento das vacinas contra o novo coronavírus, o processo de aprovação das mesmas pelos órgãos sanitários e sua aplicação na população mundial, não é mesmo? Por isso, neste artigo, vamos abordar  quais são os principais tipos de vacinas que já se encontram em uso no Brasil, ou em fases finais de testes/aprovação.

Primeiramente, gostaria de lhe apresentar dois conceitos essenciais para a compreensão do tema: a resposta vacinal e a imunidade de rebanho.

A resposta vacinal é a criação de anticorpos específicos por parte do nosso sistema imunológico ao ser estimulado por uma vacina. Ela pode ser mais intensa ou menos intensa, a depender de inúmeras variáveis inerentes ao indivíduo vacinado. Portanto, não é porque uma pessoa se vacinou contra uma doença que ela estará 100% protegida contra a mesma. Além disso, como você deve saber, determinadas vacinas são contraindicadas a grupos específicos da população, como por exemplo gestantes ou portandores de imunodeficiências. Então você pode me perguntar: “Ué professora, se muitas pessoas não podem se vacinar e se nem todas que se vacinarem estarão protegidas, de que adianta a vacinação?”. E a resposta está no segundo conceito que quero lhe apresentar, que é a imunidade de rebanho.

A imunidade de rebanho consiste no fato que a vacinação em massa faz com que as pessoas com boa resposta vacinal (tomam a vacina e efetivamente ficam protegidas da doença) passam a funcionar como um escudo, protegendo aquelas que não ficaram totalmente imunes por baixa resposta vacinal ou que não podem tomar a vacina.

É fato que a imunidade de rebanho também pode ser conquistada de forma natural, já que indivíduos que foram contaminados e se recuperaram, passam a apresentar anticorpos circulantes que os protegem de uma nova infecção, da mesma forma que ocorre quando somos vacinados. Porém estima-se que cerca de 70% da população precisaria se recuperar efetivamente da infecção pelo coronavírus para a imunidade de rebanho acontecer naturalmente. Assim, para se chegar a esse número, o cenário pode ser catastrófico, já que um número assustador de mortes ocorreria antes desse tipo de imunização ser considerada eficaz.

Dito isto, vamos conhecer os principais tipos de vacinas em uso ou em vias de serem aprovadas para uso no Brasil:

  1. CoronaVac (Sinovac/Butantan): vacina de microrganismo inativado, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e que conta com acordo de fabricação no Brasil via Instituto Butantan. A aplicação da vacina em nosso país começou no dia 17 de janeiro, após aprovação para seu uso emergencial por parte da Anvisa.
  2. Astrazeneca/Oxford/Fiocruz: vacina de vetor viral recombinante, desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a multinacional farmacêutica Astrazeneca, sediada no Reino Unido. No Brasil, também já comeceu a ser aplicada após aprovação para seu uso emergencial por parte da Anvisa, e está sendo produzida em parceria com a Bio-Manguinhos, a unidade produtora de imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz.
  3. Sputnik V (Instituto Gamaleya): também é uma vacina de vetor viral recombinante, desenvolvida pelo pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa da Rússia. Sua parceria no Brasil é com o Laboratório União Química, que tenta protocolar um pedido para seu uso emergencial junto à Anvisa, porém ainda sem sucesso.
  4. Pfizer/BioNTech: vacina de material genético (RNA mensageiro), desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceiria com a BioNTech da Alemanha. No dia 23 de fevereiro, o imunizante teve o registro definitivo aprovado pela Anvisa, sendo o primeiro do país a obtê-lo. Porém a necessidade de armazenamento do imunobiológico a -75ºC possivelmente limitará seu uso em nosso território.
  5. Moderna: também é uma vacina de material genético (RNA mensageiro), produzida pela farmacêutica norte-americana Traz uma vantagem em relação à vacina de mesma tecnologia, produzida pela Pfizer, já que a temperatura de armazenamento é de -20ºC e não de -75ºC. Porém a Moderna ainda não realizou testes no Brasil.
  6. Johnson & Johnson: também é uma vacina de vetor viral recombinante, desenvolvida pela Jansen, a divisão de vacinas da farmacêutica americana. Diferente das demais, foi planejada para ser administrada em apenas uma dose, o que facilita muito a logística das redes de saúde dos pacientes. Parte dos estudos de fase 3 foram conduzidos no Brasil, mas o imunizante ainda não obteve autorização para uso emergencial da Anvisa.

Não se lembra das características de cada um destes tipos de vacinas que mencionei? Então não deixe de conferir nosso outro artigo, aqui mesmo no blog, intitulado “Tudo que você precisa saber sobre Imunidade e Vacinas”. Lá eu te explico direitinho!

Então agora que você saiu na frente e já tem essas informações que certamente serão tema de questões nos próximos concursos e provas de residência, continue a se preparar com a equipe do Gran Cursos Saúde.

Um forte abraço e bons estudos!

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