Saudações concurseiras! Com este post, damos sequência à saga iniciada com o post anterior (https://blog.grancursosonline.com.br/analise-de-negocio-para-a-stn/). Hoje vou analisar para você como que a FGV cobra os assuntos relacionados com os itens de 1 a 5, notadamente BPM, ou Gerenciamento de Processos de Negócio. Vou resumir o conteúdo relevante e vamos resolver algumas questões.
Para ajudar você na sua preparação, compartilho aqui uma análise das questões de BPM, filtrada pela disciplina de Gerência de Processos e a banca FGV, desde sempre (sem filtro de datas). O universo de análise foram 38 questões (1 anulada). Do universo de 37 questões, mais da metade (19) diz respeito a BPMN. E se você comparar com os números de um post meu de 2022 para o concurso do Senado (https://blog.grancursosonline.com.br/senado-federal/), verá que esse percentual vem aumentando nos últimos anos, o que denota uma “preferência” da banca por essa temática. Outras 12 questões versam sobre conceitos de BPM, além de Modelagem de Processos (4). Temos aqui o foco de nossa revisão.
O CBOK
A grande referência na área de BPM é o BPM CBOK, o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio – Corpo Comum de Conhecimento, publicado pela ABPMP BPM, sendo sua versão mais atual o CBOK V4.0. A FGV não indica a versão do CBOK no Edital, mas o CBOK V4.0 está no mercado há mais de 3 anos, sendo o padrão para estudos e preparação.
Conceitos de BPM
Comecemos pela definição de processo. Processo é um conjunto definido de atividades ou comportamentos realizados por humanos ou sistemas (ou combinação dos dois), para alcançar um ou mais objetivos de negócio. Avançando, processo de negócio é definido como um trabalho ponta a ponta que entrega valor ao cliente. E essa noção de trabalho ponta a ponta é crucial, já que envolve todo o trabalho, cruzando qualquer fronteira funcional, necessário para entregar de fato valor ao cliente.
A imagem a seguir é ilustrativa da definição de BPM e do mindset por trás desta abordagem. BPM (ou gerenciamento de processos de negócios) é uma abordagem de gerenciamento disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar e controlar processos de negócio automatizados ou não automatizados, para alcançar resultados consistentes e direcionados, alinhados aos objetivos estratégicos de uma organização.
Agora, vamos a uma questão da FGV, para percebermos como esses assuntos são cobrados. Trata-se de uma questão de 2019, para o TJ-CE, para o cargo de Técnico Judiciário. Observe que o gabarito da questão é quase um “copia e cola” da definição de processo conforme o CBOK. O mapa conceitual que aparece na questão é de minha autoria, e ajuda a memorizar os conceitos adjacentes.
Ainda em conceitos, existem 3 tipos de processos de negócios de ponta a ponta: (1) Processos primários (ou “core” ou “principais”) – são processos multifuncionais de ponta a ponta, que entregam valor diretamente aos clientes; (2) Processos de Suporte (ou “apoio”) – são projetados para apoiar os processos primários, geralmente gerenciando recursos e/ou infraestrutura exigidos pelos processos primários; e (3) Processos de Gerenciamento (ou “gestão”) – são usados para medir, monitorar e controlar atividades de negócio.
A questão a seguir, um pouco mais antiga, de 2018, da COMPESA para o cargo de Analista de Gestão cobra justamente esse conteúdo sobre os tipos de processo, em especial os processos de suporte. Além disso, a resolução traz uma imagem que ilustra essa tipificação (e ajuda na memorização dos conceitos relacionados).
Modelagem e BPMN
Modelagem de processos inclui o conjunto de habilidades e processos críticos que habilitam as pessoas a compreender, comunicar, medir e gerenciar os componentes primários do processo de negócio. Considerada área central, a modelagem de processos provê uma visão geral dessas habilidades, atividades e definições-chave.
Sobre a modelagem, um conceito fundamental é trazido pela imagem a seguir, justamente para apoiar a diferenciação entre Diagrama (menos detalhado, com fluxo básico de trabalho e as principais atividades), Mapa (já contemplando atores, eventos e resultados) e o Modelo (com o maior nível de detalhamento, com fluxo de informação e capacidade de simulação).
Para realizar a modelagem, o CBOK relaciona diversas notações existentes, entre as quais se destaca a Business Process Model and Notation, BPMN. Em linhas gerais, BPMN apresenta um conjunto robusto de símbolos para modelagem de diferentes aspectos de processos de negócio, sendo que os símbolos descrevem relacionamentos claramente definidos, tais como fluxo de atividades e ordem de precedência. Se quiser uma aula de BPMN, veja este meu post: https://blog.grancursosonline.com.br/bpmn/
Vejamos como esse conteúdo de BPMN é cobrado mais recentemente. A primeira questão que trago é do concurso de Analista Legislativo da Assembleia Legislativa de Tocantins. A questão cobra sobre raias (swinlanes). Aqui, é importante diferenciar piscinas de raias. A piscina (pool) é o espaço que contém todos os passos do processo e as raias da piscina (lane) são as seções ou papéis que executarão atividades no processo.
A próxima questão, também de 2024, é do cargo de Analista Judiciário para o Tribunal de Justiça do Amapá. A questão cobra sobre os elementos da BPMN, em especial o conhecimento sobre os gateways (e seu formato de losango). Os gateways são os decisores do fluxo do processo. Isso significa que os gateways criam caminhos alternativos ou paralelos no mapeamento do processo. Além disso, os gateways podem também unificar movimentações, para que as atividades possam ser continuadas.
Ufa! Esse sobrevoo sobre BPM, para a FGV, com o destino da STN foi curto mas intenso! ☺ Lembrando que eu tenho aulas gravas de BPM/CBOK – abordando todos os capítulos do Guia – e também de BPMN, analisando todos os elementos da notação.
No próximo post, nossa saga continua. Vou conversar com você sobre o Guia BABOK, sigla para Business Analysis Body of Knowledge, que é o item 6 do conhecimento específico de Análise de Negócio. Quer um spoiler? No próximo post conto tudo para você…
Bons estudos!
Fernando Escobar
Doutorando em Tecnologias e Sistemas de Informação pela Universidade do Minho, em Portugal, com pesquisas relacionadas a gestão de projetos/processos, transformação digital e blockchain aplicados ao setor público.
Mestre em Computação Aplicada pela Universidade de Brasília (UNB), com linha de pesquisa em Gestão de Riscos. Também possui Especialização em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).
Entre 05/2010 e 07/2016, como Servidor Público Federal, foi Analista em Tecnologia da Informação, vinculado à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), tendo exercido as funções de chefe de divisão, coordenador, coordenador-geral, assessor técnico e diretor, em alguns órgãos do Executivo Federal em Brasília.
Desde 08/2016, é Servidor da Justiça Federal, do cargo de Analista Judiciário, especialidade Informática, do quadro do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1a Região.
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