Avanço que CPC promove na interferência de terceiros no processo beneficia partes

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1 de Junho de 2016

CPCAs modalidades de intervenção de terceiros foram alteradas significativamente no novo Código de Processo Civil, o que nos leva à elaboração do presente artigo, cuja finalidade principal é abordar o tema de forma clara e sem grande formalidade.
Para que o processo se desenvolva, é necessária ao menos a participação de três pessoas (autor, réu e juiz). Cada uma tem um papel delimitado pela Constituição Federal e pela legislação infraconstitucional. Eventualmente, esse esquema mínimo de participação no processo é ampliado, nele se admitindo a participação de terceiros.
A intervenção de terceiros no processo pode ser voluntária ou forçada.
Intervenção voluntária – Terceiro comparece espontaneamente ao processo, postulando a admissão de sua participação. Na intervenção voluntária temos as seguintes modalidades:

  • Assistência simples (artigo 121-123) e litisconsorcial (art. 124). Na primeira, o sujeito que percebe que pode ser indiretamente prejudicado por uma sentença é autorizado a ingressar no processo para auxiliar uma das partes (autor ou réu). Terceiro precisa ter interesse jurídico e, além de prestar auxílio, pode fiscalizar a atuação das partes a fim de evitar conluio[1]. Já na assistência litisconsorcial o terceiro é titular do direito discutido e, dessa forma, será atingido pela coisa julgada. Ao pé da letra não é uma assistência, mas sim um litisconsórcio ulterior, pois o terceiro vira parte no processo e recebe os mesmo poderes processuais;

 

  • Amicus curiae (artigo 138). Pode intervir no processo quem tenha interesse institucional (relevância da matéria, especificidade do tema ou repercussão social)[2].

Intervenção forçada – Terceiro é convocado para participar do processo, devendo fazê-lo independentemente de sua vontade. Na intervenção forçada temos as seguintes modalidades:

  • Denunciação da lide (artigo 125-129). Ao mesmo tempo em que se noticia a existência de uma ação a terceiro, propõe-se nova ação eventual de regresso contra o terceiro. Em síntese, funda-se no direito de regresso, pelo qual aquele que pode vir a sofrer algum prejuízo, pode posteriormente recuperá-lo de terceiro, que por alguma razão é seu garante[3];

 

  • Chamamento ao processo (artigo 130-132). Modalidade de intervenção forçada que viabiliza a formação de litisconsórcio passivo facultativo por vontade do réu e não pela iniciativa do autor[4];

 

  • Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (artigo 133-137). Aplicável em casos de abuso de personalidade jurídica (desvio de finalidade ou confusão patrimonial).

Com relação à oposição[5] e nomeação à autoria, decidiu o legislador em colocá-las em outro título. A oposição deixou de ser uma hipótese de intervenção de terceiro e foi alocada no art. 682 do CPC. A nomeação à autoria também deixou de ser intervenção de terceiro, passando a ser regulada como uma simples forma de correção do polo passivo da demanda (art. 338).
De fato, percebe-se no novo código um avanço nos assuntos relacionados à intervenção de terceiros, o que beneficia não somente as partes, mas todos os envolvidos no ordenamento jurídico.
[1] Assistência pode ocorrer em qualquer processo e em qualquer tempo (art. 119, parágrafo único). Ainda, assistente simples não se sujeita à coisa julgada (art. 123) e, em caso de revelia do assistido, ocorre a substituição processual (art. 121, parágrafo único).
[2] Art. 464, § 3º – Técnica simplificada (parecido com amicus curiae, mas neste caso o perito é imparcial).
[3] Denunciação não é obrigatória para ter o direito de regresso (art. 125, § 1º). Única exceção está no art. 456, do Código Civil (evicção).
[4] Essa intervenção é admitida em questões obrigacionais. Exemplo: fiador chama ao processo o devedor principal ou um dos devedores chama os demais devedores solidários.
[5] Pessoa se julga titular do direito disputado entre terceiros. Ademais, a oposição ocorre em face de ambas as partes.
Fonte: Conjur
 

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1 de Junho de 2016