Câncer bucal

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21 de maio4 min. de leitura

Pessoal, hoje iremos discutir um tema que, além de ser uma grave doença, com repercussões importantes, frequentemente vem caindo em provas de concursos e residências em Odontologia.

O câncer bucal

O câncer de boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios e estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua (assoalho).

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que em 2020 surjam 15.190 novos casos no Brasil, sendo 11.180 em homens e 4.010 mulheres. Em relação ao número de mortes em decorrência desse tipo de câncer, de acordo com dados de 2015, foram 5.898 mortes, sendo 4.672 homens e 1.226 mulheres. Esses dados corroboram para a importância de se conhecer melhor sobre essa patologia, enfatizando fatores de risco e diagnóstico e tratamento precoces.

Em relação ao tipo de câncer bucal, aproximadamente 94% de todas as malignidades são carcinomas de células escamosas.

Etiologia do câncer bucal

A causa dos carcinomas de células escamosas oral é multifatorial. Nenhum agente etiológico único tem sido claramente definido ou aceito, porém tanto fatores extrínsecos como fatores intrínsecos podem estar atuando na carcinogênese.

Os fatores extrínsecos incluem agentes externos, como tabaco com fumaça, álcool, sífilis, luz solar (radiação ultravioleta), entre outros. Os fatores intrínsecos incluem estados sistêmicos ou generalizados, tais como desnutrição geral, anemia por deficiência de ferro, infecção por HPV, imunossupressão, etc.

Merece uma especial atenção o hábito do tabagismo. Quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, de Bali, de cravo ou kreteks, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos e narguilé, entre outros, tem risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe do que não fumantes. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o risco de câncer.

Lesões cancerizáveis (lesões pré-cancerosas)

Durante o exame de rotina da cavidade oral, alguns achados, que a princípio não são câncer, podem chamar a atenção do avaliador. São as lesões cancerizáveis, que apresentam um potencial de transformação maligna, mas que AINDA não podem ser diagnosticadas como câncer bucal. Os principais exemplos são: leucoplasia bucal, eritroplasia, líquen plano, fibrose submucosa, queilite actínica e leucoplasia verrucosa proliferativa.

A identificação dessas lesões deve alertar o profissional e o paciente acerca do desenvolvimento de uma possível neoplasia maligna, que poderá ser diagnosticada ainda em fase precoce.

Características clínicas e diagnóstico precoce

Os indivíduos portadores de câncer bucal são, em sua maioria, homens idosos que tiveram ciência de uma alteração em um sítio de câncer oral por 4 a 8 meses antes de buscar ajuda profissional. Existe dor mínima durante a fase inicial, o que pode explicar esse atraso na procura por cuidados profissionais.

Considerando os sítios intraorais, as regiões mais acometidas pelas lesões são a língua (superfícies laterais) e o assoalho bucal.

Um outro sítio de grande acometimento do câncer de boca é o vermelhão do lábio, que ocorre com maior frequência em indivíduos com histórico de exposição prolongada à radiação ultravioleta (luz solar).

O carcinoma de células escamosas oral pode se apresentar clinicamente de forma bem variada: ulceração, nódulo, leucoplasia (placa branca), eritroplasia (placa avermelhada), leucoeritroplasia.

É imprescindível estar atento ao surgimento de qualquer sinal de alerta. Diante de alguma lesão que não cicatrize em um prazo máximo de 15 dias deve-se procurar um profissional de saúde (cirurgião-dentista ou médico para a realização do exame completo da boca). Pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca (fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas) devem ter cuidado redobrado e fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista. Uma vez diante de uma lesão suspeita, a biópsia (exame de um fragmento da lesão) deve ser realizada, e o paciente encaminhado a um médico especializado.

Tratamento

Na grande maioria das vezes, o tratamento é cirúrgico, tanto para lesões menores, como para tumores maiores. O cirurgião de cabeça e pescoço é o profissional que irá avaliar o estágio da doença. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível ou quando o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente.

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas

Brad Neville et al. Patologia Oral e Maxilofacial – Tradução da 3ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca

 

Questões de concurso e residência

1.(UERJ, 2019 – Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial) As regiões intraorais mais frequentemente acometidas por carcinoma de células escamosas e por metástases de neoplasia, respectivamente, são:

a)lábio inferior e assoalho de boca

b)língua e assoalho de boca

c)assoalho de boca e língua

d)lábio inferior e língua

Comentários:

Importante observar que a questão nos pergunta sobre os sítios INTRAORAIS mais acometidos. Se houvesse questionado os sítios mais comuns do câncer bucal de forma geral, poderíamos pensar também no lábio inferior. Como não foi o caso, a alternativa correta desta questão é a alternativa B.

2.(UFRN/COMPERVE, 2017 – Cirurgião-dentista) A maioria das neoplasias malignas da cavidade oral é ocasionada por lesões orais potencialmente malignas, presentes por um longo período de tempo. Em geral, o desconhecimento da população sobre essas lesões e seus fatores etiológicos contribuem para sua incidência. Muitos dos agentes associados ao desenvolvimento do câncer de boca também estão envolvidos no surgimento de lesões potencialmente malignas. Dentre as lesões orais potencialmente malignas mais prevalentes, destacam-se a leucoplasia e a eritroplasia, cuja prevenção deve se basear no controle:

a)da infecção pelo HPV.

b)do tabagismo.

c)da exposição crônica à radiação solar.

d)das deficiências nutricionais.

 

Comentários:

Devemos notar que nas alternativas temos vários fatores de risco para o desenvolvimento de câncer bucal. Em teoria, a leucoplasia e eritroplasia podem estar associadas a todos esses fatores de risco, entretanto, estatisticamente, o hábito do tabagismo é o mais frequentemente associado à ocorrência dessas lesões. Dessa forma, a alternativa correta desta questão é a alternativa B.

 

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