Minha carreira como Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Por: Manuel Piñon

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Olá, Gran Concurseiro(a)!

É com muita alegria que venho contar para você um pouco da minha carreira como Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Minha história com a Receita Federal é bem curiosa… fui aprovado duas vezes!

Tudo começou quando, em julho de 1998, fiquei sabendo do edital do concurso para Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN, antiga denominação do cargo de Auditor-Fiscal da Receita.

Eu trabalhava como Auditor em uma multinacional (“Big Four”) já fazia 6 anos, estava um pouco cansado da rotina de viagens e longas jornadas de trabalho quando soube desse concurso. Como eu tinha 2 meses de férias acumuladas para tirar, resolvi usá-las na minha preparação para esse certame!

Naquela época, a concorrência para passar nesse concurso já era grande, mas a inexistência de ferramentas tecnológicas aplicadas à preparação para concursos, como as aulas em vídeo e em PDF, concentrava os que podiam se preparar melhor e ser aprovados nas maiores capitais do País, já que nelas estavam os cursinhos presenciais.

Assim, iniciei minha preparação com a compra de apostilas que recebi pelos correios e com a matrícula em um curso presencial em Salvador-BA. Como eu estava acostumado com jornadas de 10 a 12 horas de trabalho por dia, mantive essa “pegada” nos estudos e entrei de cabeça nesse objetivo de ser aprovado nesse concurso. Nessa fase, soube que as provas, que seriam realizadas em setembro, seriam adiadas para outubro.

Entretanto, passados apenas 20 dias das minhas férias, recebi uma ligação para retornar ao trabalho. Eu sabia que, se voltasse ao trabalho, não teria como continuar minha preparação. Assim, uma decisão difícil foi tomada: pedi demissão e encarei o desafio com uma dedicação maior ainda!

Como nesse certame escolhia-se desde a inscrição para qual região do Brasil concorrer, escolhi a Região Norte por dispor de um maior número de vagas.

Assim, depois de 3 meses de estudo solitário bem intenso, por meio de apostilas em papel e fazendo alguns cursos presenciais em Salvador, viajei para Manaus, fiz as provas e fui aprovado!

Depois de aprovado em um curso de formação realizado em Belém-PA, entre março e junho de 1999, tomei posse na Delegacia de Receita Federal em Santarém-PA, em 15/07/1999, tendo sido lotado no setor de fiscalização de empresas.

Eu trabalhava cumprindo o expediente normal, que é de 8 horas por dia (40 horas semanais), fiscalizando empresas da região oeste do Pará. Nessa época os processos ainda eram físicos (em papel), mas a Receita Federal já utilizava o chamado “cruzamento” de informações em seus procedimentos de fiscalização. Minha experiência anterior de 6 anos como Auditor Externo ajudou bastante na minha nova profissão. Em pouco tempo estava completamente adaptado e gostando bastante da carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal.

Nessa época tive a oportunidade de participar de uma operação na Base Candirú, situada na cidade de Óbidos-PA, tendo tido contato com profissionais de outros órgãos, como a Polícia Federal, o IBAMA e a SEFAZ-PA.

Foi uma experiência muito rica, não só do ponto de vista profissional, mas, principalmente, do ponto de vista pessoal. Formamos um grupo com os 15 colegas do meu concurso, já que, praticamente éramos os únicos Auditores da Delegacia em virtude da remoção dos colegas dos concursos anteriores. Passeávamos bastante nos finais de semana explorando essa fantástica região, especialmente um local chamado Alter do Chão (o caribe da Amazônia). Éramos uma verdadeira família, já que todos tinham vindo de outras cidades do país.

Mesmo estando muito feliz com a carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal, recebi, em janeiro de 2001, um convite tentador para voltar para a iniciativa privada em minha cidade natal. Era um convite para me tornar sócio de uma empresa já consolidada e com uma excelente remuneração.

Novamente, aceitei o desafio e pedi exoneração do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal. Mal sabia eu que não era um adeus, mas sim um até logo!

De corpo e alma mergulhei nesse projeto na área privada, mas as coisas não ocorreram conforme o esperado e, alguns anos depois, concluí que eu havia me precipitado em deixar a Receita Federal. Só agora eu sabia o quanto era feliz na Carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal!

Estávamos no ano de 2006 quando resolvi que iria novamente prestar o concurso Receita Federal para Auditor.

Mas o mundo dos concursos era outro… tudo havia mudado completamente: sites especializadíssimos, materiais em PDF, aulas em vídeo para assistir em casa, fóruns, livros customizados por banca de concurso etc. A consequência dessa mudança foi uma maior democratização do acesso ao conhecimento aplicado a concursos públicos…

Percebi logo que o nível de conhecimento exigido para uma aprovação dessa vez seria MUITO MAIOR!

Diante dessa nova realidade, tive que me adaptar. O esforço agora teria que ser multiplicado por sei lá quanto … o desafio agora era enorme!

Ao longo do caminho, como o concurso da Receita Federal estava demorando bastante para acontecer, acertadamente acabei estudando para alguns concursos da área de Controle e Gestão, tendo sido aprovado no cargo de Analista de Finanças e Controle –AFC da CGU – Controladoria Geral da União, em julho de 2008.

Nesse período, em que trabalhei na CGU em Brasília, eu não me acomodei. Mesmo com a puxada rotina de trabalhar em horário integral, continuei meus estudos rumo ao meu objetivo final, que era o de voltar a ser Auditor da Receita Federal.

O edital Receita Federal foi publicado em setembro de 2009. Fiz um planejamento de estudo até o dia das provas. Novamente, eu tinha reservado minhas férias para isso. Estudei muito nesse período, especialmente por meio de exercícios e de revisões.

Graças a Deus deu tudo certo! Meu objetivo foi conseguido! Quase 10 anos depois de ter deixado a casa, eu estava de volta à carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal!

Durante o curso de formação de 2 meses, realizado na ESAF, em Brasília, foram divulgadas as vagas por cidade do país, já que, a partir desse certame, passou-se a não concorrer para vagas por região do país, mas de modo nacional.

Para minha felicidade, em função da minha boa colocação, fui contemplado na minha primeira opção de escolha, com uma vaga na Delegacia da Receita Federal em Feira de Santana-BA, cidade situada a 100 km de Salvador.

Assim, no dia 01/07/2010, tomei posse e entrei em exercício como Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Que alegria!!!

Fui lotado inicialmente no setor de Controle da Arrecadação e Cobrança, onde aprendi bastante sobre os sistemas da Receita. Em seguida, fui convidado a assumir a chefia do setor de Seleção, Programação e Controle das fiscalizações, no qual permaneci até ser lotado no setor de fiscalização, onde atualmente fiscalizo pessoas físicas e jurídicas.

Tenho muito orgulho da minha atividade profissional! Além de me sentir realizado, tenho consciência da grande importância do meu trabalho, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista da justiça fiscal, especialmente em função do combate à sonegação, que normalmente vem acompanhada de corrupção e lavagem de dinheiro.

Sempre trabalhei em Delegacias com os chamados tributos internos, mas a Carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal oferece oportunidades muito diversificadas que resumo em seguida.

Além de poder escolher morar e trabalhar em todas as capitais, na maior parte das cidades de médio porte do país e em algumas pequenas cidades nas regiões de fronteira, um Auditor pode optar por trabalhar na área aduaneira com exportação e importação (normalmente portos e aeroportos), na área de gestão, na área de julgamento (DRJs e CARF), nas Unidades Centrais em Brasília ou nas Superintendências Regionais. Existem ainda alguns serviços especializados, como o de inteligência, que vem atuando fortemente na Operação Lava Jato, dentre outros.

DICAS PARA PREPARAÇÃO

Com relação à minha segunda preparação para a Receita Federal, posso dizer que foi um caminho de muita dedicação, persistência e disciplina! Ingredientes fundamentais para o sucesso e, principalmente, para dar valor ao que se consegue na vida!

Sei que existem várias publicações sobre como se passar em concursos, dicas etc, mas aí vão algumas DICAS que funcionaram para mim.

1 – Formei um grupo de estudo para troca de dicas e informações. Desse grupo praticamente todos passaram. O segredo aqui foi que todo mundo estava mais ou menos no mesmo nível. Todos ganharam muito com isso!

2 – Aprendi logo a organizar a minha rotina, partindo do autoconhecimento. Como eu trabalhava o dia todo e sempre tive dificuldade para estudar depois das 21 horas, mudei totalmente minha rotina. Passei a acordar às 5:00 da manhã para poder estudar até as 7:30. Nesse período fazia exercícios e estudava teoria. Na hora do almoço, estudava por PDF por mais uma hora e de noite fazia exercícios até não aguentar mais. Aí eu “relaxava” um pouco assistindo videoaulas. Nos fins de semana, fazia cursos por satélite e presenciais e, sempre que podia, fazia simulados. Organize também o seu local de estudo de modo que permita sua concentração máxima e preserve sua saúde. Organize seus materiais de modo a permitir o fácil acesso. Sempre consegui encaixar um tempinho para fazer alguma atividade física. Se você não tem esse costume, se vire para achar um tempinho para isso também!

3 – Entendi logo que concurso é uma guerra. Você tem que usar todas as armas que puder. Por exemplo, se puder tirar férias um mês antes da prova, tire para estudar. Depois que for aprovado, você terá todo o resto de sua vida para tirar férias do modo que quiser. Adquira os melhores materiais que puder, faça os melhores cursos com os melhores professores. Procure ter aliados.

4 – Acreditei. No fundo, eu sempre acreditei que, se me esforçasse ao máximo, eu passaria. Acredite, visualize o resultado. Na prova de AFRFB de 2009, eu coloquei no papel a quantidade de pontos que queria fazer por matéria. Resultado: fiz no total um ponto a mais do que eu havia escrito.

5 – Aprendi logo a gostar de todas as matérias e a nunca brigar com as questões. A partir do momento que você decide estudar para determinado concurso no qual cai uma matéria que a princípio você não gosta, mude! Passe a gostar dela! Outra coisa que aprendi é que não adianta ficar discordando da resposta de uma questão ou se queixando que a questão foi mal formulada… não perca tempo com isso ao longo da sua preparação… deixe isso para a hora de fazer os recursos que por ventura necessitar depois das provas.

6 – Fiz uma boa revisão e muitas questões da banca. Fazer o máximo de questões da banca do seu concurso e separar os 10 dias finais antes da prova somente para revisão. Comigo isso funcionou demais.

O esforço foi enorme, mas valeu muito a pena!

Espero que aproveite algo do que escrevi e que em breve eu possa ler o depoimento sobre a sua aprovação!

Manuel Piñon

Atualmente exerce o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e é professor em preparatórios para concursos públicos. Foi aprovado nos seguintes concursos públicos: 1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010; 2 -Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje Auditor Federal de Finanças e Controle) da Controladoria Geral da União – CGU (hoje Ministério da Transparência) em 2008 e; 3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998.


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