Coluna Prestes a Passar – O Sucesso sem cara

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30 de julho7 min. de leitura

coluna-quadrado_corretaAté onde vai a força de vontade de uma pessoa para conseguir atingir o sucesso e o que deseja? Essa pergunta não pode ser respondida com simples argumentos genéricos, levando-se em consideração que o tamanho do sucesso e o tempo que se despende para chegar a ele depende sobremaneira de cada um.
Bom, se depende de cada um, alguém pode dizer que está relacionado com certo perfil de pessoa e que grandes conquistas estão intrinsecamente ligadas aos que tiveram oportunidades na vida?
Claro que não!
Inúmeras são as histórias de vida que desmentem a afirmação acima. O sucesso não tem cara. Não se decide quem vai ter sucesso olhando para a vida que leva uma pessoa e seu perfil social e econômico.
O filho do rico e o de família culta podem não brilhar tanto, ou mesmo nada, quanto alguém que nada tem e quer vencer. O tamanho da gana por mudar sua condição faz toda a diferença. Sabe aquela ideia de “agora vou botar a faca nos dentes e vou pra cima. Só paro a hora que conseguir! ”? É disso que estou falando.
Vejamos os emocionantes exemplos de histórias de pessoas desconhecidas e que nos ensinam demais. Se você tem achado que as coisas estão difíceis para você conseguir sua Carteira da Ordem, preste atenção neles:
1Depois de perder emprego de balconista, Jhonatan Gonçalvez (21), tentou vender doces, mas o que deu certo foi vender sucos em semáforos para bancar sua faculdade de nutrição. Disse: “Não queria pedir dinheiro, porque não acho legal. Queria vender algo. Faz uma semana que estou vendendo e o retorno está muito legal. Todo mundo tem me apoiado”, comemorou. Todo dia ele está debaixo de sol, encarando a vida, com várias pessoas gritando palavras de apoio a ele. Filho de um técnico de enfermagem e uma dona de casa, Jhonatan diz que a família não tem condições de manter a mensalidade de cerca de R$ 800. “Não ia parar a faculdade por causa de dinheiro. Depois de nutricionismo vou começar gastronomia, porque é o que eu amo fazer”. Desde os 7 anos, o jovem é portador de síndrome nefrótica, uma doença que paralisa a atividades dos rins e é controlada apenas através de medicamentos. “Via minha irmã trabalhando e quando fiz 18 falei com a minha mãe, dizendo que eu queria ter uma vida normal, um trabalho, estudar. Não queria desistir da minha vida, nunca pensei nisso”. No início deste ano, por conta de uma crise, o garoto precisou passar algumas semanas internado. “Perdi algumas aulas e acabei reprovando em algumas matérias, mas não é o dinheiro e nem esse problema de saúde que vão me fazer parar”, finalizou.
Vejamos o caso do preso por 33 anos e que foi estudar direito. Sensacional. Impensável.
2Parte da vida de João dos Santos Ferreira (68), melhor dizendo, 33 anos, foi preso, por ter sido condenado por furto, tráfico, roubo, mas mesmo assim nunca perdeu a esperança de fazer o curso de direito. E tudo começou quando achou no lixo da cadeia um livro jurídico. E hoje está prestes a se formar no interior paulista, aos 68 anos de idade, tendo passado aos 63 no vestibular. Com sorriso estampado ainda sonha feliz: “Quero trabalhar na Defensoria Pública e defender alguém como eu, porque o estado não quer ou precisa só punir, quer também recuperar o cidadão”, afirma João, que fez ensino fundamental e médio no sistema prisional, tendo prestado ENEM. “Quero ser útil para a comunidade. Gosto de fazer o bem para as pessoas mais incultas”, diz, agora, o estudante. Após sair da cadeia, João vive hoje com um salário mínimo e usa quase a metade para pagar a faculdade. Ele tem desconto de 50% no Fies, mas ainda assim não sobra dinheiro para comprar livros, por exemplo. “Passo apertado, mas vale a pena. É gostosa a dinâmica da aula, se eu ficar sem ir eu fico doente”, diz.
3O jovem norte-americano, Fred Barley (19), ficou conhecido no mundo todo por sua determinação, pois foi morador de rua, pedalando 6 horas diárias para ir estudar na faculdade Gordon State College, em Barnesville, tendo que acampar em frente à faculdade, para esperar a oportunidade de abertura de inscrições. Encontrado por dois policiais enquanto aguardava a abertura da inscrição, Fred explicou aos oficiais a razão de sua permanência. Impressionados por sua atitude, os próprios policiais pagaram duas noites de hospedagem ao jovem em um hotel simples da região. A esposa de um dos policiais foi além. Divulgou a situação dele no Facebook e conseguiu para ele diversas ajudas. A própria Universidade acabou conseguindo dormitório para ele, que acabou conseguindo emprego numa pizzaria próxima, além de doações de roupas, material escolar, dinheiro (US$ 68 mil em dois dias). A vontade dele em vencer emocionou e empolgou a todos.
4A mãe de Lyjon de Silva, a única fonte de estabilidade na vida dele, morreu quando ele tinha apenas cinco anos. Daí muita dificuldade e abusos fizeram parte de sua vida. Chegou a passar de casa em casa como animal de estimação, até ser deixado na rua pela última. Tudo levava a que ele fosse para o crime. Mas ele optou por ir para uma escola e estudar. Por longos anos escondeu sua realidade de professores e colegas, dormindo em estacionamentos, jardins e praças. “Eu queria roupas. Queria poder viver como um menino normal. Queria comer como um menino normal. Dormia em jardins. Gostava de dormir em parques de estacionamento, porque conseguia ver as estrelas e o céu. Havia um do qual conseguia ver o horizonte da cidade. Dormia junto a piscinas também. Não gosto de dizer que era mau ou que era terrível, porque aprendi muita coisa. Aprendi muitas técnicas de sobrevivência. A vida tornou-se um bocado mais fácil”, diz, em entrevista ao canal de televisão KTRK, do Texas. Depois de descoberta sua situação pela escola, teve ajuda do diretor e demais pessoas para lhe conseguir abrigo, comida e condições. Liyjon De Silva completou o 12º com uma das melhores notas da sua turma e isso valeu-lhe uma bolsa completa para ir para a universidade. Questionado pela KTRK sobre a sua persistência, De Silva responde com naturalidade. “Que mais é que poderia ter feito? Era isto uma ou vida de crime. Podia ter desistido de tudo. Mas tive uma oportunidade, porque não aproveitá-la?”
5Denis José da Silva (17) sempre teve vida difícil, morando debaixo de ponte com os pais, em casa de lonas, com mais 3 irmãos e pedindo esmolas. “Em 2005, eu tinha 6 anos, lembro que meus pais, meus 3 irmãos e eu morávamos debaixo de uma ponte, no município de Ipojuca (PE). Debaixo dessa ponte, nossa casa era de lonas; lembro que, às vezes, tinham lagartas que queimam na nossa cama, quando íamos tomar banho no rio, também pegávamos camarões dentro de tijolos.” Mas foi quando ele começou a cursar o ensino médio em uma escola municipal de Ribeirão, em Pernambuco, que ele teve a oportunidade de reescrever seu destino. Em fevereiro de 2015 que ele descobriu o programa Ganhe o Mundo. As excelentes notas garantiram a aprovação em uma prova classificatória e ele foi selecionado para estudar no Canadá. Mal sabia ele que um ano depois seria selecionado e com bolsa integral para cursar medicina na Universidade Internacional de Manitoba. A universidade também daria dormitório e alimentação gratuita na faculdade. Conseguiu doações financeiras de pessoas solidárias.
6Ex-cortador de cana, na Zona da Mata pernambucana, Jonas Lopes da Silva (30), fez o povo ficar surpreso, com sua coragem, perseverança e determinação. Esteve ele entre os 74 jovens que colaram grau na 95ª turma de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) no Teatro Guararapes, em Olinda, no Grande Recife. Aplaudido, Jonas ficou surpreso. Não esperava tamanha consideração. Tímido, chorou ao ficar de pé, em destaque, entre os demais (agora) médicos. “Não existem vidas comuns. Apesar de termos tantos milagres hoje a contar, a turma 95 escolheu um desses milagres para receber o grau (de médico) em nome de todos nós. Antes de ser estudante de medicina ele lutou contra a exploração de mão de obra infantil nas usinas de cana-de-açúcar no interior de Pernambuco”, discursou a oradora, Débora Lima, assim que a solenidade começou.
7Também é a história de Michael Vaudreuil, de 54 anos, que faxinou por 10 anos a faculdade em que se formou em engenharia, na Worcester Polytechnic Institute (WPI), em Massachusetts, nos Estados Unidos. Michael contou que nunca havia pensando em estudar quando começou a trabalhar na faculdade, apesar de saber que como funcionário, teria direito à bolsa de estudos. Sua motivação mudou após a perda de sua mãe, de 66 anos, e sua casa, por problemas financeiros. Ele resolveu estudar psicologia para lidar com a depressão.
E você, quais são suas motivações? Veja mais estas duas.
8Desde os 6 anos de idade, Juliano da Silva Dias dizia que seria advogado. Ainda estudante, já foi aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com nota máxima – como estampa a faixa fixada no prédio onde mora, no bairro Rubem Berta, Zona Norte de Porto Alegre. Conquistas que ele atribui à mãe, Vera, única mulher engraxate da Praça da Alfândega. “Não é um sonho individual, é o nosso sonho, a nossa realização, isso não é uma conquista minha, é uma conquista nossa, da nossa família como um todo”, diz Juliano. Há uma década, ela trabalha como engraxate na Praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre. Sempre que ela lustra um dos sapatos, lembra do filho. “Representa muitas mães que vivem essa situação, e também têm essa vitória vendo seu filho chegar ao que ela imaginava em um determinado momento”, destaca Ricardo Breier, presidente da OAB. “Esse é um exemplo de meritocracia, dificuldades financeiras e social, mas existe uma base familiar muito importante de princípios”, resume Breier.
10Dentre cerca de 200 universitários, um senhor de cabelos brancos chama a atenção na formatura de 13 cursos de uma faculdade em Goiânia. Aos 84 anosLeon Delane Nolasco não deixa a idade influenciar na sua sede de conhecimento. Ele colou grau em direito, seu terceiro curso superior concluído, uma vez que já possui formação em ciências contábeis e matemática. “O céu é o limite”, disse.
Veja que não há condição social, cor de pele, idade, gênero, precariedade que segure a vontade de alguém vencer. Há sempre tempo para tentar e buscar. Tudo com sacrifício. Vencer e ter sucesso não tem cara. Tem é força de vontade. Isso é de cada um. Você tem ou não tem. Busque absurdamente ter.
Costumo dizer aos meus alunos que se nascesse e crescesse em extrema pobreza e morando na rua, apenas pediria a Deus a serenidade de ter a seguinte ideia: pedir emprego para limpar banheiro em uma escola. Pois, a partir daí, em questão de tempo, pediria para estudar em troca de mais trabalho. Com a passar das graduações no fundamental, pediria emprego em escola de nível médio, onde pediria também para estudar em troca de mais trabalho. Sei que assim, com muito esforço e sangue derramado, chegaria à universidade (particular ou pública). Se particular, faria o mesmo. Apenas a sabedoria de decidir assim.
Sempre dou esse conselho a pessoas carentes. Tive algumas oportunidades de conseguir trabalho para elas nesse sentido. Hoje assisto a alguns deles seguindo essa estrada. Fico feliz por isso. Afinal, tenho a convicção que o sucesso não tem cara, tem força e esperança na vitória.
Forte abraço!
Prof. Marcelo Borsio
Coordenador Pedagógico – Projeto Exame de Ordem
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