Como foi a prova da 1ª Fase do CACD 2019?

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10 de outubro2 min. de leitura

Há muito tempo, tenho batido na tecla de que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) é uma instituição que preza por suas tradições, especialmente as que dão resultado. No caso específico do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), sob a responsabilidade do Instituto Rio Branco (IRBr) desde 1945, o conservadorismo aplica-se com ainda mais ênfase, já que o rigoroso processo seletivo reconhecidamente     aprova excelentes candidatos para engrossarem as fileiras da diplomacia brasileira.

Tudo isso para dizer que a prova da Primeira Fase do CACD, aplicada pela primeira vez pelo Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES), não apresentou surpresas, conforme previmos. Não apenas o formato do exame foi o mesmo do ano passado, quando a instituição contratada para cuidar da logística de aplicação era o Cebraspe/UnB, mas o conteúdo cobrado assemelhou-se bastante com o da última edição.

Língua Portuguesa. Responsável por 10 das 73 questões totais, a prova foi longa, difícil e, portanto, muito desgastante. A primeira dica que sempre dou aos CACDistas é deixar a disciplina por último, por conta dessas tradicionais características. 5 textos de diferentes estilos foram apresentados antes das perguntas em itens (10, em média, por texto). Além de, obviamente, capacidade de compreensão textual, os candidatos precisaram demonstrar conhecimentos gramaticais e literários.

Política Internacional. A mais extensa das disciplinas (com 12 questões) cobrou entendimento aprofundado de temas tradicionais e atuais da agenda da política externa brasileira, como organismos internacionais, integração regional, história diplomática, algumas relações bilaterais e inter-regionais, desarmamento, negociações comerciais, entre outros. Destaques para MERCOSUL, China e Rússia.

Geografia. Ao contrário da anterior, é a menor, junto com Direito, das avaliações (apenas 6 questões). Uma similaridade com o exame de Política Internacional, no entanto, é a exigência de que os candidatos estejam bem informados. Ademais de razoáveis conhecimentos do conteúdo programático da disciplina, os que acompanham esses temas pela imprensa também saíram em vantagem.

Direito. Em minha opinião, essa é tradicionalmente, e assim foi também em 2019, a menos difícil das disciplinas, não apenas pela curta extensão (6 questões), mas pelo previsível conteúdo bastante técnico. Mesmo os candidatos que não estudaram a matéria na faculdade puderam responder bem os itens, caso tenham seguido preparação sistemática. Conhecer bem o conteúdo da Constituição Federal de 1988, assim como alguns textos de acordos internacionais clássicos sempre ajuda bastante.

Língua Inglesa. Disciplina já da segunda parte da prova, aplicada no período da tarde. Prova similar, em nível de dificuldade, à de português. Para responder às 9 questões, os candidatos precisaram ler e compreender 4 textos. Mesmo que menos numerosos e mais curtos que os de língua portuguesa, exigiram muito dos CACDistas. Vale aqui, a mesma sugestão: ao fazer a prova, deixe essas perguntas para o final para evitar que o desgaste o(a) prejudique em questões mais fáceis de outras disciplinas.

História do Brasil. Exame igualmente bastante extenso, com 11 questões, algumas com itens com longos textos. O nível cobrado de conhecimento da matéria é bastante aprofundado. A disciplina continua a exigir dos candidatos estudos dedicados de todo o conteúdo programático, que é longo.

História Mundial. A este exame, aplicam-se os mesmos comentários que acabo de fazer para história do Brasil. Recordo que como esta disciplina não é cobrada na segunda fase do concurso, diferentemente de todas as demais que estão na primeira fase, além de línguas francesa e espanhola, a difícil e desgastante preparação para história mundial exige muito estudo,

mas que sem dúvida é necessário para responder as 11 questões dessa prova.

Economia. O conteúdo programático de noções de economia foi simplificado para o CACD 2019. Em minha opinião, isso está refletido na prova, que apresentou nível de dificuldade mais baixo do que nos últimos anos. Isso não torna a disciplina fácil, tampouco deve servir para tirar o pé do acelerador na preparação para os temas econômicos, porém deve servir como injeção de ânimo para estudar com mais confiança de alcançar um bom resultado.

No próximo final de semana, começa a maratona de 6 provas escritas de 7 disciplinas da segunda fase do CACD. Aos aprovados na primeira fase, boa sorte! Aos que não conseguiram aprovação ou estão se preparando para a edição de 2020, sugiro estudar a fundo a prova desde ano, pois se trata de uma excelente ferramenta de estudos.

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