Estudar morfologia significa, em linhas gerais, conhecer as 10 classes gramaticais (substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição). Muitas pessoas apresentam terríveis dúvidas sobre a nossa gramática por não conhecerem a fundo esse assunto. A morfologia é o principal pré-requisito para compreender questões de sintaxe do período simples ou composto.
Só que toda análise morfológica depende de contexto. Não é seguro querer determinar a classe de uma palavra isoladamente, sem enxergar o sintagma em que ela se insere. Acompanhe comigo:
(1) O jovem professor explicava a matéria.
(2) O jovem deve cuidar do seu futuro.
Nos dois exemplos acima, uma mesma palavra foi empregada (“jovem”); todavia, a classificação morfológica em cada uma das ocorrências não é a mesma. Em 1, o vocábulo foi empregado para caracterizar “professor”. Por isso, “jovem” é um adjetivo do substantivo “professor”. Já em 2, “jovem” foi empregado como nome atribuído a um grupo de pessoas situadas em uma determinada faixa etária. Em outras palavras, “jovem” é substantivo na oração 2.
Vamos verificar uma outra situação:
(3) O empresário vai viajar a negócios.
(4) O viajar é fundamental aos curiosos.
Mais uma situação em que uma mesma palavra é empregada em contextos diferentes – com consequências diretas para a classificação morfológica. Em 3, “viajar” é um verbo (compõe uma locução verbal, em que “vai” é o auxiliar e “viajar”, principal). Na oração 4, o mesmo vocábulo – por meio de um processo chamado de derivação imprópria – é empregado como substantivo (e isso é perceptível pela presença do artigo definido masculino e singular anteposto).
Nessa hora, você talvez se pergunte: Elias, mas, se o artigo determinou que “viajar” é um substantivo em 4, por que “jovem” não é substantivo em 1? Simples: em 1, o adjetivo está deslocado, uma vez que foi colocado entre o artigo e o substantivo, e a gramática admite esse deslocamento. O artigo é um recurso poderoso para determinar substantivo, mas isso não significa que a palavra imediatamente após um artigo é substantivo.
Esse artigo não tem a finalidade de resolver todos os seus problemas com morfologia (até porque essa missão exigiria páginas e páginas de explicações e estudos), mas tem o objetivo de chamar a sua atenção para a importância dessa matéria! Estude-a com carinho! Assim, você terá mais facilidade com conteúdos mais profundos da nossa gramática!
Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Estudando para concursos públicos? Prepare-se com quem tem tradição de aprovação e 27 anos de experiência em concursos públicos.
Cursos online com início imediato, visualizações ilimitadas e parcelamento em até 12x sem juros!
[su_button url=”https://www.grancursosonline.com.br/” target=”blank” style=”flat” background=”#0404bb” color=”#ffffff” size=”7″ center=”yes” icon=”icon: shopping-cart”]Matricule-se[/su_button]
Sempre q vou digitar algo fico em dúvida sobre o emprego de:
Da,dar,dá
Esta, está
Eu costumo trocar o dá/dar ou está/estar por uma palavra qualquer. Se a frase fluir sem o R uso está ou dá. Ex. Ele dá a vida pelo trabalho. Ele doa a vida pelo trabalho. A troca fluiu bem. Não flui bem dizer Ex. Ele doar a vida pelo trabalho. Logo, o dá está correto. Do mesmo ocorre com o está/estar. Ex. Ela está linda. Ela permanece linda. Não fica legal dizer Ex. Ela permanecer linda.
Além das 10 classes gramaticais, há as palavras denotativas, que, se assemelham a advérbios, mas não possuem uma classificação gramatical específica, segundo a NGB.