Diplomata também faz trabalho administrativo

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19 de Dezembro de 2016

Nem todo diplomata que deixa o Instituto Rio Branco (IRBr) é aproveitado de cara em áreas fins do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ou seja, em atividades mais relacionadas com as matérias cobradas no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), como temas políticos, econômicos, de promoção comercial ou consulares, conforme vimos em artigos anteriores . Por escolha ou necessidade do Itamaraty, muitos diplomatas têm por responsabilidade funções administrativas, para lidar com recursos humanos ou financeiros.

A Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior (SGEX) é a unidade, dentro da estrutura do MRE , encarregada de lidar com os temas administrativos. À SGEX estão subordinados os seguintes Departamentos ou equivalentes: Departamento de Administração (DA); Departamento de Comunicações e Documentação (DCD); Departamento do Serviço Exterior (DSE); Inspetoria-Geral do Serviço Exterior (ISEX); Coordenação-Geral de Modernização (CMOR); e Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças (COF). Todas essas seções são chefiadas por diplomatas graduados, que por sua vez são assessorados por outros mais jovens (modernos, na linguagem interna), além de oficiais de chancelaria, assistentes de chancelaria e demais funcionários e terceirizados.
O Departamento de Administração é a grande unidade administrativa do MRE. O DA cuida de temas como patrimônio, processos licitatórios, reformas (projetos que envolvem engenharia e arquitetura), pagamentos no exterior e serviços gerais, como transporte, telefonia, limpeza e segurança.

Ao Departamento de Comunicações e Documentação cabe prover e administrar os meios e sistemas corporativos para tratamento da informação do Ministério das Relações Exteriores e gerir os recursos aplicados aos sistemas corporativos de tratamento da informação no Ministério nas áreas de tecnologia da informação, comunicações e gestão documental. É, ainda, o órgão da Secretaria de Estado que exerce o papel de interface com o Escritório de Representação no Rio de Janeiro para os assuntos de natureza temática relativos ao Museu Histórico e Diplomático, à Mapoteca, ao Arquivo Histórico e à Biblioteca.

Já o Departamento do Serviço Exterior planeja, coordena e supervisiona as atividades de formulação e execução da política de pessoal, os processos de remoção e lotação, inclusive em seus aspectos de pagamentos e de assistência médica e social. Muito simplificadamente, comparando esse Departamento com os supracitados, enquanto o DA cuida dos pagamentos e o DCD se ocupa dos papéis (físicos e eletrônicos), o DSE é responsável pela administração de pessoas, com exceção da capacitação dos diplomatas, que está a cargo do IRBr .

Finalmente, merecem referência 3 unidades da SGEX que não estão estruturas como Departamento. “À Inspetoria-Geral do Serviço Exterior compete desenvolver atividades de inspeção administrativa e de avaliação do desempenho concernente aos programas e às ações dos setores político, econômico, comercial, consular, cultural, de cooperação técnica e de cooperação científico-tecnológica das unidades organizacionais na Secretaria de Estado e no exterior”, conforme estabelecido no art. 49 do Decreto Nº 8.817, de 21 de julho de 2016, aprovou a nova Estrutura Regimental do MRE.

A Coordenação-Geral de Modernização se ocupa de projetos específicos de normas e rotinas administrativas, acompanhando seu desenvolvimento e execução, podendo propor ações e sugerir prioridades nas atividades de organização e de modernização administrativas do MRE. Para desempenhar tais tarefas, a CMOR elabora projetos de leis, decretos, portarias e regulamentos relativos à organização e às carreiras do MRE, além de organizar e divulgar informações sobre estrutura organizacional, normas, rotinas, manuais de serviço, regimentos internos, instruções e procedimentos operacionais.

E à Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças cabe participar da elaboração do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias anual (parte referente ao MRE), além de orientar as Unidades Gestoras na apresentação das necessidades orçamentárias anuais, encaminhar propostas de créditos adicionais ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre outras atribuições.
O objetivo desse artigo não foi o de assustar candidatos do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), que a esta altura podem estar preocupados de se dedicar à preparação a um exame de difícil aprovação para eventualmente ser lotado no futuro em uma área administrativa, para cuidar de temas que, na aparência, são menores que outros que tratamos neste blog.
Meu objetivo ao dividir com você essas informações é reforçar um argumento que utilizo sempre, que é o da diversidade de temas com os quais pode trabalhar um diplomata. Utilizo, com frequência, a frase de que o que mais me atraiu e atrai até hoje no Itamaraty foi a possibilidade de ter diversos empregos em uma única carreira.

Se você, após aprovação do CACD e conclusão do curso de formação do IRBr, vier a ser aproveitada(o) em uma área administrativa do MRE, saiba que: 1) nada será permanente em sua carreira (em pouco tempo, terá a oportunidade de ir trabalhar em outra área); 2) você poderá gostar desse trabalho e até se especializar, como já ocorreu com muitos e muitos diplomatas.

Comigo mesmo ocorreu algo parecido: o tema que mais gostei de tratar em minha carreira foi o da promoção comercial, área pouco cobiçada dentro do Itamaraty. Portanto, é importante e positivo ter opções profissionais e isso não falta na carreira diplomática.

Prof.Jean Marcel Fernandes – Coordenador Científico

Nomeado Terceiro Secretário da Carreira de Diplomata, em 14/07/2000. Serviu na Embaixada do Brasil em Paris, entre 2001 e 2002. Concluiu o Curso de Formação do Instituto Rio Branco, em julho de 2002. Lotado no Instituto Rio Branco como Chefe da Secretaria, em julho de 2002. Serviu na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, Setor Político, entre 2004 e 2007. Saiba mais AQUI!


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19 de Dezembro de 2016