Sempre ouvimos a seguinte frase: “Temos de comer de três em três horas para acelerar o metabolismo e não sentir muita fome, pois isso pode resultar em consumo excessivo numa única refeição.” Tal discurso já faz parte da maioria das pessoas, mas a ciência está a cada dia mais atualizada, mostrando-nos não haver suporte para essa ideia.
Em uma pesquisa, voluntários do sexo masculino foram submetidos alternadamente a uma alimentação dividida em duas refeições por dia e a outra, em sete refeições diárias. Ao verificarem o resultado, perceberam que a frequência da alimentação não afetou em nada a taxa metabólica basal ou o gasto energético total desses indivíduos, considerando, contudo, que todo grupo foi alimentado com base nas necessidades calóricas diárias (Br. Jr. Nutri, 1993).
Em outro estudo, Davis realizou um experimento em 30 voluntários, aos quais foi imposta uma dieta extremamente hipocalórica por 3 dias. Entretanto, em vez de imaginar o que aconteceu com o metabolismo, os autores mediram a taxa metabólica basal. A partir desses três dias de restrição calórica severa, observaram que não houve modificação da taxa metabólica basal (Keim, 2014).
Em 2016, o cientista Yosshinori Ohsumi ganhou o Prêmio Nobel de medicina por suas descobertas no campo da autofagia (degeneração intracelular de organelas lesadas ou digestivas). Em linhas gerais, suas contribuições apontam o jejum ou o corte radical de calorias como meios que promovem o aumento da expectativa de vida, tendo em vista que o jejum é uma das formas de induzir a autofagia.
O neurocientista Mark Mattson, da Universidade dos EUA, revela que diferentes formas de jejuar podem ter um efeito significativo sobre o corpo humano, pois promovem uma mudança a nível celular, atingindo o sistema metabólico (como um fornecimento de combustível para o cérebro).
Bom, e o que isso teria a ver com o concurseiro? Primeiro ponto a ser analisado: muitos dos estudantes para carreira pública não têm tempo para preparar sua alimentação; segundo: também não têm tempo para separar as sete ou oito refeições diárias para levar à biblioteca ou ao local de estudo, onde passam a maior parte do tempo; terceiro: vocês, concurseiros, já pensaram na possibilidade de não ter essa obrigação de se alimentar a cada três horas? Só comer quando estiverem com fome, mantendo a saúde e a vitalidade?
Passar algumas horas sem se alimentar não é um problema que possa atrapalhar seu metabolismo. O que se deve ter como premissa, todavia, é o que comer após essas horas em jejum para se manter saudável. Como nota de conhecimento, durante as primeiras horas de jejum, a quantidade de glicose, aminoácidos e ácidos graxos (gordura) que circulam no sangue diminui progressivamente. Essa baixa concentração é responsável pela redução da quantidade hormonal da insulina secretada, ao passo que provoca um aumento da liberação de glucagon (responsável pela regulação do metabolismo, quando o nível de glicose sanguínea se encontra baixo).
Para não ocorrer a ativação da insulina, ou seja, aumentar o ciclo da fome gerado por alimentos de alto índice glicêmico (como arroz branco, pão, biscoito e alimentos industrializados em geral), o recomendável é comer alimentos de índice glicêmico baixo (como as gorduras boas – as saturadas –, presentes no abacate, coco seco e oleaginosas).
Ao comer alimentos de índice glicêmico baixo, não há a liberação da glicemia, não ocorrendo, então, o aumento da insulina. Desse modo, mantém-se sua glicose constante e promove-se uma boa saciedade por mais tempo.
Portanto, colega concurseiro, o objetivo deste texto é indicar-lhe a forma mais saudável para você se alimentar depois de várias horas de jejum, em virtude do longo período de estudo. Preocupe-se somente com o que comer após esse período.
Vale ressaltar que essa abordagem é para adultos saudáveis. Não é indicada para pessoas que usam determinadas medicações, especialmente para diabéticos em tratamento medicamentoso ou em uso de insulina.
Por fim, não podemos nos esquecer de que o modo de alimentação mais adequado a cada indivíduo é aquele definido em conformidade com cada rotina, hábitos de vida, rotina de estudos e individualidade do organismo como um todo – isso tudo juntamente com um profissional da área de Nutrição.
Fabiana Ribeiro – Nutricionista Esportiva Funcional
Instagram: @fabiananutricionista
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Telefone: (61) 99174 9009
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a minha duvida é se o jejum intermitente afeta o rendimento nos estudos durante a fase de jejum.
Uma boa alimentação melhora muito a qualidade de vida de uma pessoa. Melhora a disposição, pensa de uma forma mais produtiva, fica mais ágil entre outras qualidades.
A alimentação mais adequada para cada pessoa é aquela definida em conformidade com cada rotina, hábitos de vida, rotina de estudos e individualidade do organismo como um todo – isso tudo juntamente com um profissional da área de Nutrição.
Todo dia mais leve