In-de-pen-dên-cia ou in-de-pen-dên-ci-a? Por: Elias Santana.

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06 de setembro2 min. de leitura

Aproveitando o ensejo da semana da Pátria, resolvi elaborar um artigo acerca da palavra mais proferida nessa época: independência.

Há uma dúvida recorrente sobre a correta separação silábica desse vocábulo – principalmente depois do advento e proliferação dos dicionários virtuais; com isso, um novo questionamento surge: independência é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo ou por ser uma proparoxítona? Já adianto: a conversa a seguir será polêmica (mas apresentarei uma solução para os estudantes que precisam desse conteúdo)!

A norma padrão da nossa língua apresenta duas regras famosas de acentuação:

1) São acentuadas as palavras paroxítonas (penúltima sílaba tônica) terminadas em ditongo (duas vogais que não se separam na divisão silábica);

2) São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica).

Note que as duas regras são aplicáveis à palavra independência, a depender da divisão silábica adotada. Fiz, então, uma consulta aos dicionários. O Aurélio aponta que a correta divisão é in-de-pen-dên-cia (o que favorece a aplicação da regra 1); o Dicio.com – que é um bom dicionário virtual–, todavia, indica que o correto é in-de-pen-dên-ci-a (o que se encaixa na regra 2).

Sem querer acalorar demais e discussão, as nossas gramáticas deixam margem para os dois entendimentos, uma vez que citam a existência das eventuais proparoxítonas, que são palavras que parecem paroxítonas terminadas em ditongo, mas que se classificam como proparoxítonas. Sou completamente contrário a essas polêmicas gramaticais, uma vez que elas sempre prejudicam quem já é muito prejudicada: a educação dos brasileiros. Mas, mesmo nesse cenário desfavorável, podemos fazer algumas generalizações:

• O entendimento dominante – principalmente em provas – classifica independência como uma paroxítona terminada em ditongo (indo ao encontro do que reza o Aurélio). E isso vale para tantas outras palavras: necessário, série, bactéria, judiciário, contrária, intempérie etc. Portanto, recomendo que, sempre que houver a dúvida se uma determinada palavra é paroxítona terminada em ditongo ou proparoxítona, adote a primeira classificação.

• O Cespe (e apenas ele, até agora), desde 2017, admite que independência (e todas as demais palavras de configuração semelhante) pode ter sua acentuação justificada pelas duas regras! Não concordo com a banca, mas peço que você tome cuidado com isso!

No mais, desejo a você um excelente 7 de setembro! Além da possível folga, tire um tempo para refletir sobre a situação do nosso país, que ainda está em um longo processo de independência. Ele precisa muito de nós, e somente a educação nos dá ferramentas para ajudá-lo.

 


Elias Santana

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 


 

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