Nunca estudei francês, nem espanhol. E agora?

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Uma das novidades do edital do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) de 2017 é a existência de uma prova escrita de Língua Francesa e de Língua Espanhola na Terceira Fase do Concurso. Quem já se preparava e/ou conhecia as edições anteriores do CACD sabe que não se trata exatamente de algo novo, já que esses idiomas foram cobrados nos últimos anos. Antes, porém, a prova era objetiva; agora, escrita, o que, em princípio, faz uma enorme diferença.

Só que não! (como dizem os jovens). Uma prova escrita tende a ser mais difícil do que uma objetiva, mas isso pode ser mais questão de forma do que de conteúdo. Depende, obviamente, do que será cobrado. Como ainda não temos parâmetro de comparação, já que o formato desse exame é novo, tentemos avaliar o que diz o edital e daí tirar algumas conclusões:

“LÍNGUA ESPANHOLA (Terceira Fase): A prova consistirá de: 1. Elaboração de resumo, em espanhol, a partir de texto escrito em língua espanhola, em que serão avaliadas a capacidade de síntese e de reelaboração em um registro culto. 2 Versão de um texto do português para o espanhol, em que serão avaliados a fidelidade ao texto-fonte, o respeito à qualidade e ao registro do texto-fonte e a correção morfossintática e lexical.”

Não é necessário repetir o que diz o Edital sobre a prova de Língua Francesa, pois o conteúdo é o mesmo, trocando para “francês” onde se lê “espanhol”, evidentemente.

Em primeiro lugar, avaliemos o peso dessas disciplinas no Concurso. As duas matérias são cobradas em uma única prova, o que quer dizer que cada uma vale 50 pontos. A Terceira Fase tem 6 exames. Para aprovação, a(o) candidata(o) precisa somar 360 pontos (em 600 possíveis). Consideradas as provas da Segunda Fase (Língua Portuguesa e Língua Inglesa), que valem 200 pontos em conjunto, chegamos à conclusão de que espanhol e francês têm peso de 6% da etapa classificatória (pois a prova objetiva da Primeira Fase é apenas classificatória). Há, portanto, para aqueles com maior dificuldade nesses idiomas, plenas condições de se compensarem notas baixas com outras mais altas nas demais disciplinas.

Em segundo lugar, a prova escrita permite aos candidatos se expressarem de acordo com seu próprio vocabulário, o que não é possível em uma prova objetiva, em que é necessário saber a resposta correta, sem espaço para improviso.

Além disso, o fato de terem colocado as duas disciplinas em uma única prova demonstra que os examinadores colocam essas matérias em nível de importância menor do que as demais, especialmente os outros dois idiomas – língua portuguesa e língua inglesa –, para os quais há uma fase específica do Concurso, com notas mínimas de aprovação (60 para Português e 50 para Inglês), sem possibilidade de compensação, portanto.

Finalmente, a cobrança de resumo e versão não exigirá dos candidatos capacidade argumentativa, apenas de compreensão do que será apresentado pelos examinadores. Fosse cobrada uma redação, como os casos de Português e Inglês, haveria também avaliação sobre os argumentos do texto a ser produzido.

Não estou querendo dizer com esses argumentos que os CACDistas devem simplesmente ignorar a existência das provas de Língua Espanhola e Língua Francesa. É preciso, sim, estudar, especialmente se você nunca tiver tido contato com esses idiomas. O que digo, sim, é que a ausência de base de estudos dessas disciplinas não deve ser fator de desespero ou, pior, de desistência do Concurso e da carreira.

Se você quiser ser diplomata, será preciso um esforço de preparação para essas línguas, assim como para outras que você talvez precisará aprender no futuro. Esse esforço não será maior, no entanto, do que o necessário para estudar História ou Geografia, que, apesar da base que o ensino regular provavelmente lhe dará, têm grau de exigência muito maior, assim como o nível de preparação de seus concorrentes.

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Prof.Jean Marcel Fernandes – Coordenador Científico

Nomeado Terceiro-Secretário na Carreira de Diplomata em 14/06/2000. Serviu na Embaixada do Brasil em Paris, entre 2001 e 2002. Concluiu o Curso de Formação do Instituto Rio Branco em julho de 2002. Lotado no Instituto Rio Branco, como Chefe da Secretaria, em julho de 2002. Serviu na Embaixada do Brasil em Buenos Aires – Setor Político, entre 2004 e 2007. Promovido a Segundo-Secretário em dezembro de 2004. Concluiu Mestrado em Diplomacia, pelo Instituto Rio Branco, em julho de 2005. Publicou o livro “A promoção da paz pelo Direito Internacional Humanitário”, Fabris Editor, Porto Alegre, em maio de 2006. Saiba +


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