Esta dúvida parece tirar o sono de muitos concursandos e até de estudiosos da Língua. Por exemplo, devemos entender que a palavra “Brasília” é acentuada por ser uma paroxítona terminada em ditongo ou proparoxítona eventual?
Alguns autores dizem que as paroxítonas terminadas em ditongo crescente podem ser chamadas de proparoxítonas eventuais, relativas ou acidentais — mas elas continuam a ser paroxítonas.
Brasília é uma paroxítona terminada em ditongo crescente. Devido à elasticidade dos ditongos crescentes na pronúncia, a sílaba final pode, eventualmente, ser dividida em duas (/Bra-sí-li-a/), o que transforma palavras desse tipo em proparoxítonas eventuais.
Compare as palavras “secretária” e “secretaria”. Na primeira (que é análoga à palavra “Brasília”), o “i” é átono; ou seja, temos um ditongo (semivogal + vogal). Na segunda palavra, o “i” é tônico; então, temos um hiato (vogal + vogal). Observe que não podemos falar em hiato no caso de “Brasília”.
Para o seu conhecimento mais aprofundado, devemos saber que, na regra de separação silábica, não podemos separar um ditongo como acontece em (/Bra-sí-lia/)
Além disso, devemos levar em consideração como este assunto será cobrado em provas de concursos. Em regra, a acentuação de palavras como “Brasília” se justificará por ser uma paroxítona terminada em ditongo, que é explicação correta de acordo com a maioria dos autores.
No entanto, já presenciamos a banca CESPE/CEBRASPE afirmar que a acentuação de palavras desse tipo pode ter duas justificativas simultâneas. Ou seja, a acentuação pode ser justificada pela regra que determina as paroxítonas terminadas em ditongo, que é a justificativa mais usual, ou pela regra que determina as proparoxítonas.
Para entender melhor, decidi trazer algumas questões neste nosso artigo de hoje.
1. (TRF – 1ª REGIÃO – 2017 – CESPE) O emprego de acento na palavra “memória” pode ser justificado por duas regras de acentuação distintas.
2. (STF – 2013 – CESPE) O emprego do acento gráfico em “remédios” pode ser justificado com base em duas regras distintas de acentuação.
Ambos os itens estão corretos, já que as palavras “memória” e “remédios” podem ter a acentuação justificada tanto com base na regra das paroxítonas terminadas em ditongo quanto na regra das proparoxítonas eventuais.
3. (Prefeitura de São Cristóvão – SE – 2019 – CESPE) A palavra “domínio” recebe acento gráfico por ser paroxítona terminada em ditongo oral.
Este item também está correto. E agora veja que o examinador afirma claramente que a palavra é uma paroxítona terminada em ditongo que é a regra majoritariamente aceita.
Com este artigo, eu espero ter ajudado você a compreender um pouco melhor o uso dessa regra em provas.
Quer ficar por dentro dos concursos públicos abertos e previstos pelo Brasil? Clique nos links abaixo:
Receba gratuitamente no seu celular as principais notícias do mundo dos concursos. Clique no link abaixo e inscreva-se:
Participe da conversa