Principais alterações laboratoriais em pacientes com dengue

Descubra as surpreendentes alterações laboratoriais que ocorrem em pacientes com dengue. Quais são críticas?

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Olá pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Concursos.

Aproveitando o tema dengue, que sem dúvidas é um assunto recorrente em provas de concursos e residências, publicamos recentemente um artigo muito bacana sobre a vacina contra dengue que agora está disponível no SUS, a Qdenga® (espero que você tenha lido e se não leu, corre lá pois é questão de prova na certa!). para facilitar a sua vida, vou deixar o link para você https://blog.grancursosonline.com.br/o-guia-completo-da-vacina-qdenga-a-vacina-contra-dengue-disponivel-no-sus/

Neste artigo abordaremos outra vertente do assunto, que a meu ver também tem alto potencial de aparecer em sua prova: quais são os principais exames laboratoriais que sofrem alteração quando o paciente está contaminado com o vírus da dengue? Temos algum resultado que pode ser considerado um resultado crítico

Para começar a responder estar questões, vamos relembrar que existem quatro sorotipos conhecidos de dengue, o DENV-1, o DENV-2, o DENV-3 e o DENV-4, todos presentes no Brasil. Após uma infecção, o paciente obtém imunidade contra o sorotipo pelo qual foi infectado, mas permanece suscetível aos outros três. A infecção é transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes sendo, no Brasil, o Aedes aegypti o mais comum.

Uma primeira infecção pela arbovirose pode ocorrer de três maneiras: assintomática; doença febril leve; ou sob a forma de um conjunto de sintomas clássicos que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, manchas avermelhadas, entre outros. As complicações ocorrem, geralmente, quando a pessoa é exposta a um segundo sorotipo do vírus, o que pode levar à dengue severa, anteriormente chamada de dengue hemorrágica.

A infecção pelo vírus da dengue é constituída de três fases: a fase febril, a fase crítica, e a fase de recuperação. Todo o curso da doença tem duração de 7 a 10 dias, com cada fase durando cerca de 2 a 3 dias.

A fase febril coincide com o pico de viremia, resolvendo-se rapidamente após os primeiros três dias, e está associada com sintomas inespecíficos. Durante a fase crítica, ocorre aumento da permeabilidade dos vasos do organismo, o que pode acarretar nas complicações. É ainda neste segundo estágio que podem surgir sintomas que indiquem que a infecção está evoluindo para o quadro severo, como dor ou rigidez abdominal, vômitos persistentes e principalmente sangramento de mucosas. Finalmente, na fase de recuperação, alguns pacientes podem apresentar rash (exantema) cutâneo, acompanhado ou não de prurido generalizado

Aspectos clínicos importantes relembrados, vamos então falar dos aspectos laboratoriais da doença. Afinal, quais os principais exames laboratoriais que sofrem alteração quando o paciente está contaminado com o vírus da dengue?

O hemograma é um exame essencial na caracterização e no seguimento do paciente! O primeiro aspecto que merece destaque é a leucopenia, com contagens de leucócitos normalmente entre 2.000/mm³ e 4.000/mm³. Ainda na série branca, diferentemente do que se observa em outras viroses, o número de linfócitos costuma ser baixo, mas é comum a presença de atipias e até plasmócitos circulantes.

Na série vermelha, é comum observer certo grau de hemoconcentração, mesmo na dengue clássica, com aumento da hemoglobina em relação ao basal (mas raramente um aumento maior do que 20% do basal), de maneira que num exame isolado, a maioria dos pacientes ainda apresentará hemoglobina dentro dos valores normais. Esta hemconcentração é muito mais evidente quando ocorrem quadros graves em que o aumento da permeabilidade dos vasos do organismo causa efluxo de água dos vasos sanguíneos e a consequente hemoconcentração, ok?

Ainda no hemograma, a contagem de plaquetas pode estar normal ou diminuída, apresentando-se frequentemente inferior a 100.000/mm³ na febre hemorrágica da dengue. Neste ponto eu te respondo à segunda pergunta: Temos algum resultado que pode ser considerado um resultado crítico? Sim! Uma contagem de plaquetas abaixo de 50.000/mm³ é considerado um resultado crítico e o paciente deve permanecer internado para acompanhamento. 

E qual é a causa desta tão preocupante plaquetopenia? Embora este fenômeno ainda não esteja completamente elucidado, acredita-se que se deva à ação destrutiva do vírus sobre os precursores da medula óssea, além do aumento da adesividade periférica das plaquetas em face do aumento de expressão de receptores de adesão decorrentes da interação entre o vírus e as células endoteliais.

Outros exames que sofrem muita alteração em pacientes infectados pelo vírus da dengue, são os exames que avaliam a função hepática. É comum as alterações hepáticas na infecção pela dengue, uma vez que o vírus apresenta tropismo celular pelos hepatócitos. Em muitos casos, inclusive, a evolução da doença pode apresentar insuficiência hepática justamente pelas lesões virais causadas diretamente aos hepatócitos.

Assim, as transaminases (TGO e TGP) são as principais enzimas intracelulares utilizadas como biomarcador de lesão hepática, durante uma infecção por dengue é comum suas elevações séricas em até 7 vezes o valor de referência. Essa elevação se dá na replicação viral nas células e posterior morte e lise celular. 

Casos graves podem apresentar, ainda, elevação do tempo de protrombina e de tromboplastina parcial ativada, fibrinogênio diminuído e hipoproteinemia. Todas essas alterações derivam também da agressão hepática, ok?

Então, com todo esse conteúdo, vou ficando por aqui! Espero que tenha gostado e que continue estudando com o Gran Concursos para conquistar sua vaga dos sonhos! Temos cursos online voltados exclusivamente para editais das principais residências e concursos, civis e militares, do Brasil. Um forte abraço e bons estudos!

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