A primeira diplomata brasileira

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8 de Março de 2018

Maria José de Castro Rebelo Mendes foi a primeira mulher a ingressar na carreira de diplomata em 1918.

A primeira mulher a ingressar no Itamaraty foi Maria José de Castro Rebelo Mendes, nascida em Salvador, no dia 20 de setembro de 1891, filha do advogado Raimundo Martins Mendes e de Josefina de Castro Rebelo Mendes. Sabe-se que ela recebeu da preceptora alemã Matilthe Schröder a educação elementar em sua própria casa. Depois ingressou no Colégio Alemão localizado no bairro do Rio Vermelho em Salvador, onde se formou dominando os idiomas alemão, inglês, francês e italiano.

Com a morte de seu pai em 1910, a família ficou em difícil situação financeira, e sua mãe resolveu na própria casa abrir uma escola com o auxílio de Matilthe, no sentido de garantir o sustento dos filhos menores. Maria José, para continuar os estudos, se mudou para a casa de parentes no Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar dando aulas particulares. Sabedora do concurso para o Itamarati por meio de um primo e confiante no seu preparo em línguas estrangeiras, resolveu se inscrever e a partir daí se matriculou nas matérias que constavam do programa e nas quais tinha dificuldade. Frequentou a Escola de Comércio, aperfeiçoando-se em datilografia, economia e contabilidade, e passou a estudar direito sozinha.

A princípio o Ministério das Relações Exteriores não aceitou sua inscrição, mas a família recorreu a Rui Barbosa, que, sensibilizado, elaborou um parecer argumentando a inconstitucionalidade da negativa do ministério, salientando que a expressão “todos os brasileiros” do artigo 73 da Constituição de 1891 não era excludente das mulheres, mas abrangia todos os sexos.

Na sua conferência “A questão social e política no Brasil”, no tópico “Trabalho e sexos”, Rui comenta o fato ao defender a igualdade dos sexos perante o trabalho e “a iniciativa de aconselhar ao ilustre sr. Nilo Peçanha, quando ministro das Relações Exteriores, a inovação de admitir uma senhora brasileira a concurso para um dos cargos da sua secretaria”.

O caso foi amplamente divulgado na imprensa: no Jornal do Brasil, edição de 26/09/1918, o jornalista Carlos de Laet comentou favoravelmente o desfecho do caso e noticiou as manifestações públicas de apoio a Maria José organizadas pela feminista Leolinda de Figueredo Daltro, fundadora do Partido Republicano Feminino. O vespertino carioca A Rua manifestou preocupação com o que chamou ”feminismo no Brasil” e publicou uma carta do militar Turíbio Rabioli criticando ferozmente Carlos de Laet. Maria José teve um desempenho brilhante. Obteve o 1º lugar no concurso no dia 27/09/1918 e passou a compor o corpo diplomático.

*Com informações do artigo de autoria da Rejane M. Moreira de A. Magalhães
Extraído do site da Fundação Casa Rui Barbosa


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8 de Março de 2018