Conta-se que, partindo de Cuba em três barcos, o capitão espanhol Hernán Cortés (1485-1547) liderou, de 1519 a 1521, pouco mais de quinhentos soldados durante a conquista do império asteca de Montezuma, na região onde hoje está o México.
Cabe esclarecer que, antes da chegada de Colombo à América, os astecas já haviam construído um dos maiores impérios que o continente americano conhecera até então, tudo isso com muita violência, truculência e uma coleção de inimigos dentro mesmo do império que, inclusive, ajudaram os soldados espanhóis posteriormente no decorrer da luta. Imagine, então, o medo, o pânico, o desespero daqueles quinhentos soldados espanhóis ao atracar em terras mexicanas e perceber que enfrentariam milhares de guerreiros astecas. Era obviamente muito mais cômodo recuar e voltar à Espanha, evitando a batalha.
Cortés logo notou que só havia uma forma de vencer aquela guerra: acabando de vez com o plano B de seus homens. Reza a lenda que o capitão perguntou se alguém queria desistir. Ninguém respondeu. Na sequência, Cortés mandou os companheiros de viagem queimar os navios ancorados na baía, para que não houvesse meio de regressar, de retroceder, de fugir. As opções que restaram foram, assim, lutar ou morrer. Os homens da expedição não tinham alternativa a não ser enfrentar com coragem e determinação o desconhecido e conquistar aquele lugar. O resto da história todos nós conhecemos: os espanhóis lutaram como monstros e, embora em menor número, venceram os nativos da região. Sim, epidemias de doenças desconhecidas aos astecas foram essenciais para isso ocorrer, mas os espanhóis jamais teriam seguido em frente se não fosse pela iniciativa do capitão de eliminar os meios de fuga.
Há, nos registros históricos, outras narrativas parecidas com a da derrocada dos astecas pelos espanhóis. Em comum, elas falam de gestos extremos pensados por grandes generais que acabaram com as opções de fuga de seus subordinados com o objetivo de vencer batalhas. Foi assim com Alexandre, o Grande; foi assim com os vikings. O método era tão eficaz que chegou a ser descrito por Sun Tzu, no clássico “A arte da guerra”.
Não importa a versão ou o protagonista da história contada; o ponto, aqui, caro leitor, é que, enquanto humanos, tendemos a lutar até nossas últimas forças quando não temos outra opção. Todos nós somos perfeitamente capazes de perseverar quando impomos a nós mesmos um beco sem saída.
Por isso, concurseiro, na busca pela aprovação, você não pode pensar em plano B. Não pode prever a menor possibilidade de fuga em sua empreitada, sob pena de fraquejar na primeira dificuldade. Transformando a história de Cortés em metáfora, o que seriam os navios por ele mandados queimar? Seriam os planos secundários que você elabora como rota de fuga, seriam uma distração qualquer a pretexto de descanso, seriam a nova série da Netflix ou o churrasco de domingo que o fazem perder horas preciosas de estudo. Seriam pequenos prazeres como esses, que acabam dificultando a consecução de suas principais metas e a concretização de seus maiores sonhos.
A triste realidade é que as pessoas, enquanto mantiverem seus “navios” por perto e em condições perfeitas de funcionamento, sempre poderão fugir com medo de começar algo novo, de enfrentar grandes mudanças, de continuar em um projeto no qual tenham sofrido uma ou outra derrota.
A triste realidade é que as pessoas, enquanto mantiverem seus “navios” por perto e em condições perfeitas de funcionamento, sempre poderão fugir com medo de começar algo novo, de enfrentar grandes mudanças, de continuar em um projeto no qual tenham sofrido uma ou outra derrota. É fato: as pessoas respeitam demais o medo e, sem controle sobre esse sentimento, ficam paralisadas e perdem inúmeras oportunidades de fazer novas conquistas. Afinal, estas demandam coragem e exigem muito, muito trabalho.
Não há mistério, meu amigo. Se podemos contar com um navio atracado aqui por perto, tendemos a nos manter em nossa zona de conforto, que é a sempre presente possibilidade de desistir ou, pelo menos, de adiar… Assim, aceitamos viver uma vida mais ou menos e conquistar sonhos mais ou menos. Aceitamos, enfim, o pouco por nos parecer muito. Escolhemos a mediocridade, a sobrevivência, a passagem pela vida sem grandes legados, o medo de sofrer antes de alcançar a felicidade. O destino nos atira facas. Cabe-nos decidir se as pegamos pelo cabo e as usamos a nosso favor ou se as pegamos pela lâmina e nos cortamos.
A possibilidade de desistir diante das dificuldades é algo sedutor. Se um mundo mais seguro e certo está sempre ao nosso alcance, a tentação de retornar a ele é enorme. Quando há muitas rotas de fuga, a atenção é dividida entre a luta a nossa frente e a segurança do navio que nos aguarda ali ao lado. Deixamos, assim, de focar 100% em nosso objetivo original para estudar as inúmeras possibilidades postas diante de nós.
Então o que estou sugerindo? Apenas que você avalie se seu plano B não está prejudicando a realização de seu plano A. Talvez você esteja tão acomodado pela segurança daquele, possivelmente representado por um emprego aquém do merecido, que não está dando a devida atenção ao estudo para o concurso de seus sonhos, que é, de fato, o seu plano A.
Então o que estou sugerindo? Apenas que você avalie se seu plano B não está prejudicando a realização de seu plano A. Talvez você esteja tão acomodado pela segurança daquele, possivelmente representado por um emprego aquém do merecido, que não está dando a devida atenção ao estudo para o concurso de seus sonhos, que é, de fato, o seu plano A. Claro que não estou falando para você pedir demissão imediatamente (seria uma péssima ideia ficar sem dinheiro para pagar as contas). Entretanto, talvez você precise avaliar a possibilidade de queimar esse navio, caso ele esteja impedindo você de avançar à linha de frente em sua batalha pessoal e de conquistar um novo mundo, um novo e melhor paradigma.
Acredite: não ter um plano B pode forçar você a seguir adiante. A falta de opção pode ser salutar, obrigando você a manter o foco em seu projeto e a usar todas as suas cartas no jogo da vida. Acabar com suas outras possibilidades pode ser uma excelente ferramenta para impedi-lo de procrastinar e de se boicotar.
Acredite: não ter um plano B pode forçar você a seguir adiante. A falta de opção pode ser salutar, obrigando você a manter o foco em seu projeto e a usar todas as suas cartas no jogo da vida. Acabar com suas outras possibilidades pode ser uma excelente ferramenta para impedi-lo de procrastinar e de se boicotar.
“Ah, Gabriel, mas sempre aprendi que não devemos colocar todos os ovos em uma cesta.” Ora, meu amigo, minha amiga, esta reflexão não vai de encontro a esse sábio conselho. Obviamente é prudente ter um plano B, por exemplo, na organização de um evento, por exemplo. Se você é o organizador, precisa prever tudo que pode dar errado e elaborar planos de contenção e de emergência. Nessas circunstâncias, precisa mesmo ter um plano B, e talvez até um C e um D, para que tudo corra bem. Todavia, se sua vida está muito aquém do desejado e só há um caminho para mudá-la de verdade, você deve avaliar se o seu plano B não é o grande responsável por minar sua capacidade de se manter na rota rumo a seus sonhos.
Isso não quer dizer, contudo, que não haverá ajustes de percurso. Talvez você acabe aprovado e nomeado em um concurso que nem imaginava prestar quando começou a estudar. Ora, o plano A não deve ser tão específico, como a aprovação no concurso X, custe o que custar; deve ser, sim, algo mais amplo, um projeto mesmo, como o de mudar de vida por meio do estudo. O concurso X ou Y, nesse caso, é mero veículo dessa mudança, percebe?
Portanto, estimado leitor, quando as dificuldades surgirem, não pense mais em criar rotas de fuga, desviando a atenção e, por consequência, perdendo o foco em sua batalha pessoal. Sua fé não deve residir nas experiências passadas, mas naquilo que você plantou por meio de muito trabalho. Deixe para trás o que não pertence ao seu futuro. É muito importante registrar: não são as vitórias que tornam as pessoas grandes, mas a habilidade delas de lidar com as dificuldades, com os desafios, com os grandes problemas, com os fracassos.
Não nascemos para viver e nos acomodar com planos B. Fomos feitos para prosperar em nossa primeira opção.
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“Um dos segredos do sucesso é se recusar a deixar que adversidades temporárias nos derrotem.” – Mary Kay Ash, empresária estadunidense, fundadora da marca de cosméticos Mary Kay
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.