Choro fingido e mãe a tiracolo: consultores contam absurdos em entrevistas

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4 de Junho de 2016

Nem todo mundo que vai a uma entrevista de emprego sabe como se portar adequadamente. Quem garante são os consultores de RH, que lidam diariamente com dezenas de candidatos e têm muitas histórias para contar. A seguir, você confere algumas delas.

Arquivo Pessoal

 

Angélica Guidoni, 39, psicóloga e consultora de RH

“Uma vez, estava entrevistando um candidato e notei que ele acompanhava os movimentos da minha mão. De repente, ele olhou bem para mim e perguntou sobre o anel que eu estava usando. Respondi que se tratava de uma joia de formatura, do curso de psicologia. Ele fixou os olhos em mim e disse: ‘Odeio as psicólogas!’. Respirei fundo e falei: ‘É mesmo?’. Ele continuou: ‘Minha mulher quis se separar de mim logo depois de fazermos terapia de casal’. Ele era um advogado candidato a uma posição de diretoria jurídica. E ainda disse mais: ‘Vocês manipulam as pessoas’. Mesmo chocada, tentei trazê-lo de volta para a entrevista, mas ele estava transtornado. Terminei a conversa e desclassifiquei-o do processo.”

Divulgação

 

Ana Lisboa, 41, consultora em gestão de pessoas

“Entrevistei um rapaz para uma vaga de estágio e o processo foi inteirinho intermediado pela mãe. Ela entrou em contato com a equipe de seleção e pediu para encaminhar o currículo do filho, que de fato coincidia com a vaga. Por isso, marcamos a entrevista. No dia, ela foi com ele e quis entrar na sala. Só por ele ter deixado a mãe fazer isso, já foi desclassificado. Na conversa, ela falava em nome dele, assumiu-se como protagonista. Deixei ela falar e, depois, pedi que me deixasse a sós com o rapaz. Descobri que realmente o candidato não tinha a mínima condição de falar por si.”

Divulgação

 

Luciana Tegon, 45, headhunter

“Durante uma dinâmica para uma vaga de secretária de diretoria, em uma grande empresa multinacional, uma das candidatas entregou um papel com o nome e o número de telefone para um dos diretores da empresa. As candidatas já tinham passado por várias etapas da seleção, em que a equipe analisa se a pessoa tem capacidade de lidar com assuntos sigilosos, se tem o comportamento adequado e se é suficientemente discreta. Ninguém poderia imaginar que uma pessoa já aprovada nas etapas anteriores tivesse um comportamento como esse. Fui avisada do acontecido imediatamente e a moça foi excluída do processo seletivo. Ela também foi marcada no nosso sistema, para não ser mais chamada quando abríssemos outras vagas.”

Ricardo Matsukawa/UOL

 

Fatima Domingues, 52, consultora de RH

“Em uma entrevista, perguntei para o candidato a uma vaga de gerente de vendas: ‘Por que você foi desligado da última empresa?’. Ele respondeu: ‘Porque eu não vendia’. Era justamente a última coisa que ele poderia dizer. Teria sido melhor se ele comentasse, por exemplo, que não havia conseguido atingir a meta, porque o número de vendas estipulado não estava alinhado com o mercado. Mais tarde, nós demos o feedback da entrevista para ele, que ficou sem graça ao ser alertado sobre a gafe cometida. Cheguei a dizer que talvez ele estivesse na posição errada.”

Ricardo Matsukawa/UOL

 

Cesar Dias, 38, consultor de RH

“Estava no meio de uma entrevista coletiva com dez pessoas. Expliquei a vaga e abri espaço para que os candidatos falassem o que achavam da posição e tirassem suas dúvidas. Foi então que percebi que uma das candidatas estava desenhando estrelas em uma folha de sulfite. Cheguei perto dela e perguntei: ‘Você tem interesse na posição?’. Ela respondeu: ‘Desculpe, mas não entendi nada do que você disse’. Não poderia entender mesmo, porque estava desenhando enquanto eu explicava a função. Foi um comportamento inacreditável, porque espera-se que quem está participando de um processo seletivo demonstre um mínimo de interesse.”

Divulgação

 

Paulo Paiva, 38, coaching e especialista em gestão de pessoas

“Conduzia uma dinâmica de grupo e pedi aos candidatos que contassem um pouco da história de vida deles. Foi quando um começou a narrar uma série de desgraças: tio doente, pai alcoólatra, mãe que não cuidava da família…. Ele chegou a simular um choro e disse que, por conta de todo esse cenário trágico, deveria ficar com a vaga. Ele se considerou o mais importante, porque tinha muitos problemas. Conclusão: ele não passou dessa fase do processo. No final, dissemos para ele a verdade: a vaga pedia trabalho em equipe e o comportamento dele na dinâmica mostrou que teria dificuldade de compartilhar. O sofrimento era tão dissimulado que, quando o dispensamos, ele nem chorou ou apelou novamente, apenas disse: ‘Tudo bem, eu compreendo’. Ficou bem claro para mim que ele estava lá para o tudo ou nada.”

Fonte: Uol

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4 de Junho de 2016