O desafio do Exame da OAB

Terminar a faculdade é a parte mais fácil para os estudantes de Direito. A etapa mais difícil é ser aprovado no Exame de Ordem Unificado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para atuarem como advogados. O exame é obrigatório desde 2004 para a inscrição nos quadros da OAB, além de ser pré-requisito em vários concursos públicos. O Exame de Ordem procura eleger candidatos com as competências exigidas para o exercício regular das atividades profissionais no mercado de trabalho.
Nas últimas cinco edições do Exame da OAB, a média de aprovação não passou dos 20% em todo país. Por conta disto, muitos estudantes ou recém-formados recorrem aos cursos intensivos para conseguirem passar nas duas fases.
A primeira avaliação trata-se de uma prova objetiva, de caráter generalista, em que se avalia o conhecimento acumulado ao longo do curso de graduação. Na segunda fase, em uma prova discursiva, busca-se avaliar o raciocínio jurídico, a consistência da fundamentação, a capacidade de interpretação e de exposição do fato jurídico e o conhecimento de técnicas profissionais.
A questão é que, entre mitos e verdades, o Exame da Ordem tira o sono de muita gente. O gestor de um curso especializado em nossa região informa que aumenta cada vez mais o número de bacharéis em Direito que procuram auxílio para conseguir a aprovação. “Recém-formados, pessoas que já fizeram a avaliação mais de uma vez, formados há mais tempo, homens e mulheres de todas as idades, gente que ainda está na faculdade tem o mesmo objetivo aqui: passar no exame da OAB. Não tem segredo ou milagre para conseguir a aprovação. Penso que é preciso ter uma organização nos estudos e um direcionamento”, afirmou Randal Rangel, destacando que há cursos semestrais, intensivo e de revisão. “Os cursos preparatórios servem para auxiliar os alunos e mostram aquilo que realmente é necessário que ele estude mais”, orienta.
Alguns alunos e bacharéis em Direito defendem o Exame da Ordem como forma de “filtrar” os profissionais, enquanto outra parte acredita que a avaliação não consegue analisar o conhecimento do candidato devido a grande pressão psicológica. O Mania de Saúde ouviu opiniões de quem já passou no Exame da OAB e quem ainda está tentando entrar para Ordem dos Advogados do Brasil.

Damarys de Almeida – 22 anos – no último período da faculdade “Já fiz a prova uma vez para me testar e ver se é este bicho de sete cabeças que tantas pessoas que conheço pintam. Posso dizer que não tem como passar sem estudar com o que aprendeu ao longo da faculdade. Fazer um curso preparatório sem dúvidas dá um norte para o candidato do que ele deve focar”.	Isabella Maia – 23 anos – formada e aprovada no Exame da OAB na terceira tentativa “Fiz a prova três vezes até passar. Foi uma questão de superação. Porque a carga psicológica só aumenta quando você não consegue passar de primeira. A aprovação tira um peso das costas e abre um leque de opções em concursos públicos que exigem a inscrição na OAB. Acho que outras profissões deveriam também ter uma avaliação que filtrassem os profissionais”.
Luíse Ferreira – 23 anos – formada e aprovada na primeira vez que fez o Exame da OAB “Consegui passar de primeira, mas não foi fácil. São duas fases distintas e que o candidato precisa realmente estar preparado, muito bem focado e concentrado. Precisei estudar muito mais para a segunda fase do que a primeira. Agora meu foco é prestar concursos públicos para promotoria, magistratura e Ministério Público”.	Joaquim Sales – 42 anos – formado e tenta ser aprovado no Exame da OAB depois de anos da formatura “O Exame da OAB exige muito do candidato para dar pouco em troca. Depois de estudar cinco anos e passar no exame, a pessoa está desempregada. A prova serve mais como um desafio psicológico, por conta da pressão em ter que ser aprovado, do que para aferir o conhecimento do candidato”.

Fonte: Mania de Saúde
 

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