“Se você não está disposto a arriscar, esteja disposto a uma vida comum.” – Jim Rohn (1930-2009), empreendedor e escritor considerado o maior nome na área do desenvolvimento pessoal
Nossa conversa de hoje será inspirada no filme a que assisti na Netflix no último fim de semana. Indicado pela seguidora @coutinhorapha no Instagram, o filme baseia-se em uma história real de superação. Nas entrelinhas, ele defende que a necessidade é a mãe das invenções? Sim. Fala sobre como a força de vontade nos capacita a fazer o impensável? Sim, também. Em outras palavras, num primeiro momento pode até parecer que o filme é apenas mais do mesmo, outra daquelas obras feitas para motivar as pessoas em sua luta diária em busca de sucesso e felicidade.
“O filme “O menino que descobriu o vento” vai além. A história que ele conta é quase uma alegoria do poder que o estudo e a leitura exercem na vida de uma pessoa.”
Mas não é só isso. O filme “O menino que descobriu o vento” vai além. A história que ele conta é quase uma alegoria do poder que o estudo e a leitura exercem na vida de uma pessoa. Verdadeira metáfora da educação como instrumento de transformação de uma sociedade inteira, o roteiro nos leva a refletir sobre nossas próprias atitudes. Entre outras lições que ele ensina, está a de que qualquer pessoa disposta a lutar pode efetivamente vencer adversidades se tiver interesse genuíno pelos estudos.
“O menino que descobriu o vento” conta a trajetória do garoto William Kamkwamba, nascido em Malauí, país africano com um dos índices de desenvolvimento humano mais baixos do mundo. Não bastasse a extrema pobreza de seu povo, a região onde William cresceu ainda passou por uma grave seca no ano 2000, quando o menino tinha apenas 12 anos de idade. A fome que então assolou as vilas foi tão terrível que mais de 10 mil pessoas pereceram.
Como você pode imaginar, a vida nunca foi fácil para a família Kamkwamba, que sobreviveu a essa tragédia, em particular, à base de raízes e cascas de banana desenterradas. É claro que, num contexto como esse, em que faltava tudo, nosso personagem foi obrigado a abandonar a escola, pois os pais não tinham os 80 dólares necessários para pagar a taxa anual do colégio.
Percebe como tudo parecia conspirar para que William e a família sucumbissem à miséria de vez? Tudo indicava que a vida deles seria mesmo de fome e desespero. Isso só não aconteceu porque o menino, que era curioso, afável e muito bem-criado pelos pais, logo deu um jeito de não descontinuar os estudos. Pediu para frequentar a biblioteca do colégio, que ficava a 2 quilômetros de casa. O espaço abrigava poucos livros, amontoados em três estantes, todos frutos de doações. Dois deles, de Física, continham várias figuras e ilustrações em meio a lições sobre dínamos, magnetismo, condutores. William, ávido por conhecimento, os devorou e, conectando com muita sabedoria os pontos da matéria, percebeu que ali estavam as instruções para a construção de algo que salvaria sua comunidade da fome.
“Foi assim, dominando o vento e usando sua força para bombear água para irrigar a plantação, gerar eletricidade e até carregar gratuitamente os celulares de toda a vizinhança, que o menino salvou inúmeras vidas, inclusive a dele próprio.”
Sabendo o que tinha de fazer, o menino começou a reunir tudo de que precisava. Pegou algumas peças no ferro-velho e as juntou com uma bateria de carro encontrada na beira da estrada, uma bicicleta quebrada e galhos de eucalipto para construir um moinho. Foi assim, dominando o vento e usando sua força para bombear água para irrigar a plantação, gerar eletricidade e até carregar gratuitamente os celulares de toda a vizinhança, que o menino salvou inúmeras vidas, inclusive a dele próprio. Tudo isso sem nenhuma ajuda do governo; apenas com a convicção de que, se alguém já fora capaz de construir uma máquina como aquela, ele também seria.
Hoje, William é famoso. Em suas palestras e entrevistas mundo afora, relata como foi difícil vencer a resistência e a incredulidade das pessoas na época em que estava tentando pôr em prática seu plano. Enquanto carregava o “lixo” do ferro-velho, ouvia os gracejos dos vizinhos. Diziam que ele estava louco, “fumando muita maconha ou envolvido com magia negra”. Determinado, o menino percebia as insinuações, mas não se deixava atingir.
“Se os outros dizem que você está louco por insistir na realização de um sonho, significa que você está no caminho certo.”
É por essas e outras que repito, amigo leitor: se os outros dizem que você está louco por insistir na realização de um sonho, significa que você está no caminho certo. Não se sinta desencorajado por esses comentários, que, na maioria das vezes, vêm de pessoas despeitadas, invejosas. Está em Eclesiastes 11:4: “Quem fica observando o vento não plantará e quem fica olhando para as nuvens não colherá”. Henry Ford também nos ensinou algo semelhante: “Quando tudo estiver parecendo ir contra você, lembre que o avião decola contra o vento, e não com a ajuda dele”.
“A realidade confirma: quem não pega vento contra não sobe. Vale para o avião. Vale para o ser humano. Só amadurece, só prospera, só vence quem aprendeu a enfrentar ventanias e tempestades.”
A realidade confirma: quem não pega vento contra não sobe. Vale para o avião. Vale para o ser humano. Só amadurece, só prospera, só vence quem aprendeu a enfrentar ventanias e tempestades. Quem aprendeu a dominar o vento. Alguns navegam com barcos a vela e ficam totalmente reféns da direção do deslocamento do ar para determinar o rumo da viagem. Outros navegam com uma lancha motorizada que pode levá-los para onde querem e na velocidade que desejam. Pense nisso.
A história de Kamkwamba é inspiradora sob diversos pontos de vista, não é mesmo? Ela nos instiga a refletir: por que a nossa nação, mesmo dispondo de tantos recursos minerais, mesmo dona de um solo tão rico, mesmo povoada por gente imensamente produtiva e criativa, permanece tão atrasada? Como essas pessoas, apesar de todas as suas qualidades, se mantêm tão dependentes da ajuda do governo? Por que não abandonamos as fórmulas mais batidas e as receitas pensadas exclusivamente pelos outros e passamos a criar nossas próprias soluções, a construir nossos próprios moinhos de vento que nos encham de orgulho?
“Construa seu próprio moinho de vento, concurseiro. Elabore você mesmo a solução para o seu problema, ainda que inicialmente ela esteja longe de ser a ideal. Embora imperfeita, sua ideia pode abrir caminho para outras melhores.”
Construa seu próprio moinho de vento, concurseiro. Elabore você mesmo a solução para o seu problema, ainda que inicialmente ela esteja longe de ser a ideal. Embora imperfeita, sua ideia pode abrir caminho para outras melhores. Se Kamkwamba conseguiu, você também consegue. A verdade é que todo mundo, por meio da educação e com dedicação aos estudos, pode mudar de vida. Naturalmente, cada um percorrerá caminho diferente, mas é possível chegar ao mesmo destino.
Se concorda com esta mensagem, registre nos comentários: “Vou dominar o vento!”
“O acaso favorece a mente preparada” – Louis Pasteur (1822-1895), cientista francês
“O sucesso normalmente vem para quem está ocupado demais para procurar por ele.” – Henry David Thoreau, filósofo
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.