Inveja sabotadora x inveja espelho

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12 de março4 min. de leitura

Inveja-se a riqueza, mas não o trabalho com que ela se granjeia.” Marquês de Maricá, filósofo

Acredito fortemente que o sucesso em qualquer projeto depende em grande medida de uma boa gestão das emoções. Infelizmente, nem a escola nem a faculdade nos ensinam tal competência, embora devessem. Foi por perceber tal lacuna em nossa formação que indiquei para a leitura de fevereiro último, no Clube do Livro GG, o livro “A gestão da emoção: técnicas de coaching emocional para gerenciar a ansiedade, melhorar o desempenho pessoal e profissional e conquistar uma mente livre e criativa”, de autoria de Augusto Cury.

A obra é dividida em dezessete capítulos, todos com temas interessantes e oportunos para quem precisa melhorar o desempenho pessoal e profissional para se tornar bem-sucedido em projetos como o de estudar para concurso, o de montar um empreendimento ou o de se preparar para uma competição esportiva. O livro apresenta algumas ferramentas para a identificação do mau uso das emoções e de gastos desnecessários de energia e sugere instrumentos para a correção de rotas. Outros assuntos abordados ao longo do texto ajudam a expandir habilidades importantíssimas da inteligência e da memória, colaborando para a saúde emocional, para a superação de conflitos e, em última análise, para a construção da felicidade.

Cada um desses assuntos tem potencial para render um rico, maravilhoso e útil artigo a ser compartilhado com os nossos seguidores de plantão. Porém, nesta oportunidade, abordaremos um tema que, embora seja aprofundado especificamente no capítulo 3 da obra do Dr. Cury, permeia vários outros trechos do livro. Vamos conversar sobre os conceitos de inveja sabotadora e inveja espelho.

“Invejar é querer ter a posse de um bem que a outro pertence. É um sentimento de inferioridade, de angústia, de desgosto. O invejoso almeja coisas materiais ou qualidades pessoais que não possui e que outra pessoa tem. Sentir inveja é sinalizar que não se está satisfeito com o que Deus tem concedido.”

Invejar é querer ter a posse de um bem que a outro pertence. É um sentimento de inferioridade, de angústia, de desgosto. O invejoso almeja coisas materiais ou qualidades pessoais que não possui e que outra pessoa tem. Sentir inveja é sinalizar que não se está satisfeito com o que Deus tem concedido.

A inveja em sua mais pura forma corresponde a um dos vergonhosos sete pecados capitais – os outros são gula, avareza (mesquinharia/sovinice), ira, orgulho, luxúria e preguiça. O objeto da inveja é algo que o invejoso não tem, mas ambiciona possuir. A inveja sabotadora, em específico, corresponde ao olho gordo, ao mau-olhado. O sujeito que desenvolve esse tipo de inveja, ao acreditar que não tem capacidade para conquistar o objeto do seu desejo, decide sabotar quem já o fez, passando a criticá-lo, a feri-lo, a caluniá-lo, a rejeitá-lo. Essa maldita inveja é, portanto, predadora e asfixia o ser humano, ao fazer brotar nele o ciúme pelo sucesso do outro.

A inveja espelho, por outro lado, pode ser considerada saudável. Na verdade, concurseiro, ela é fundamental, por exemplo, no processo de aprendizado. Estamos falando de um sentimento de insatisfação que leva um ser humano a tomar outro, bem-sucedido na vida, na profissão ou nos negócios, como modelo, como referência, como alguém a ser admirado por tudo que conseguiu superar, por tudo que foi capaz de conquistar, por todas as suas vitórias, por todos os seus exemplos e atos.

Esse tipo de inveja é nutrido pelo encantamento com o sucesso do outro. Sinto-me muito à vontade para afirmar que todo candidato a uma vaga no serviço público precisa desenvolver um pouco dessa modalidade de inveja. Espelhar-se no brilhante policial, no competente auditor, no carismático gestor público, no dedicado juiz, no comprometido promotor e no delegado justo é algo positivo, aconselhável, desejável. Recomendo até que a foto da autoridade que serve de modelo seja afixada no mural dos sonhos, técnica de motivação que já foi muitas vezes sugerida por nós.

“Quando uma pessoa se incomoda com a inteligência tranquila e com a paz de espírito de outra, corre sério risco de desenvolver inveja do tipo sabotador. Proteja-se de alguém que dá mostras disso. O invejoso sabotador é o pior e mais traiçoeiro dos inimigos.”

Só tome muito cuidado porque, se é salutar desenvolver um pouco da inveja espelho, é temeroso ser objeto da inveja sabotadora de alguém. Quando uma pessoa se incomoda com a inteligência tranquila e com a paz de espírito de outra, corre sério risco de desenvolver inveja do tipo sabotador. Proteja-se de alguém que dá mostras disso. O invejoso sabotador é o pior e mais traiçoeiro dos inimigos. Ele tem o sono leve e deve ser temido, porque – apesar de Ele, que nos protege, não dormir nunca – podemos facilmente nos tornar vítimas da energia ruim de quem quer o que é nosso, de quem quer o que conquistamos à custa de muito esforço, de quem almeja de forma doentia ter a nossa vida e o nosso sucesso sem se esforçar para isso.

“Uma boa técnica para evitar se tornar um invejoso sabotador é primeiro exaltar quem erra para depois expor o seu erro, alimentando a autoestima da pessoa antes de apontar a falha que ela eventualmente tenha cometido.”

A gestão da emoção (GE), como nos ensina Augusto Cury, não apenas melhora as nossas habilidades socioprofissionais; ela também atua como reguladora da inveja sabotadora e promotora da inveja espelho. O fato é que carecemos de modelos, e quem não aprende as lições básicas da GE pode se tornar especialista em sabotar, por meio de críticas severas e injustas, todos que lhe são próximos, inclusive filhos, alunos, colaboradores e até seguidores nas redes sociais. Não é bom nem ser vítima de alguém assim, nem ser alguém assim. Uma boa técnica para evitar se tornar um invejoso sabotador é primeiro exaltar quem erra para depois expor o seu erro, alimentando a autoestima da pessoa antes de apontar a falha que ela eventualmente tenha cometido.

Vamos, então, expandir a nossa inveja espelho e eliminar do coração a inveja sabotadora, fruto nocivo de uma forma de cegueira e da falta de perspectiva.

Demonstrando ser donos das nossas emoções, elogiemos a pessoa que erra antes de lhe apontar o erro; deixemos de sofrer por antecipação e de nos apegar à necessidade de sermos perfeitos; administremos a neurose de controlar e mudar as pessoas. Assim, no fim e ao cabo, seremos autores da nossa própria história.

Se acredita nessas palavras, comente a seguir: “Serei o(a) autor(a) da minha própria história!”.

A inveja – sabotadora – é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la.” – Ramon Y Cajal

PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em minha página no Facebook e em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

 

 

 


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