O medo de não passar

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Um dos assuntos recorrentes nas conversas com os alunos é o receio de não serem aprovados e a antecipação da sensação de que todos os sacrifícios foram em vão. Esses pensamentos são comuns por toda a incerteza que envolve a preparação para concursos.

Eu lembro de me pegar refletindo, em meio aos meus estudos, se todo aquele esforço daria em alguma coisa. Isso acontece naquele momento de exaustão, em que você olha para o que já caminhou, para todo o material que já produziu e pensa: “Eu preciso passar! Eu mereço passar!”.

Aqui, logo no começo, já temos um problema importante para a gente conversar: a falsa ideia de que tudo o que você já fez resulta na obrigação de ser aprovado. Atenção ao que eu vou te dizer: você pode ter estudado durante dois meses ou durante cinco anos, a sua aprovação continua sendo incerta. Há diversas variáveis que influenciam o seu resultado, e só é possível ter controle sobre algumas (como a sua disciplina, por exemplo). Desse modo, é seu dever fazer o máximo ao seu alcance, mas não há obrigação de passar. Há obrigação de haver entrega, a sua entrega.

Isso significa que não importa o quanto você já sacrificou, esse histórico não te legitima a exigir para si a aprovação. Continua-se apenas com a expectativa. Digo essas coisas, de início, para você não fornecer combustível para sua frustração. Entenda que o auxílio está em saber que, com as ferramentas, os materiais e os recursos que você tem, foi feito o máximo. O medo começa a reduzir aqui, já que você se liberta do arrependimento futuro.

É como disse o aclamado jogador de futebol americano George Halas: “Ninguém que deu o seu melhor se arrependeu”.

A consolação que você procura, é importante reforçar, está em perceber que, dentre os fatores determinantes para a conquista, houve sua entrega absoluta naqueles que você controla. Se você, por exemplo, não faz o seu material de revisão por preguiça, por se convencer de que vai dar certo “revisar por questões”, você não está fazendo o máximo naquilo que controla.

Pois bem, já te alertei sobre a irracionalidade de pensar que há uma obrigação em passar. Agora eu quero que você entenda que o risco de ser reprovado existe, assim como a possibilidade de ser aprovado.

Deu certo para mim e, da mesma forma como aconteceu comigo, não há segurança nenhuma de que dará certo pra você. Entenda que a incerteza não é sinal de despreparo, ela é a simples evidência de que há riscos. Assim como também há riscos em não estudar. O medo de “tudo ser em vão” é real, mas esse é o caminho necessário, é onde você deve estar para viver o risco de dar certo. É nesse lugar que o sonho se pode realizar.

Não lamente tanto pela possibilidade do fracasso a ponto de esquecer a chance da aprovação!

Quando você foca apenas no resultado negativo, você já cria a desculpa para não se entregar totalmente. Isso porque esquecer a possibilidade de passar te induz a economizar seus esforços, afinal, se você só enxerga a reprovação, é natural não encontrar sentido nos sacrifícios diários.

Perceba, pois, que apenas no ambiente da máxima entrega o seu sonho pode se realizar. E esse ambiente só se alcança quando não se perde de vista a possibilidade de dar certo. Além disso, entregue o seu melhor e compreenda que, mesmo fazendo tudo que está ao seu alcance, é possível não passar por fatores alheios ao seu controle e está tudo bem, pois não há obrigação em ser aprovado.

Outro ponto: a gente pensa, às vezes, que os sentimentos são só nossos e isso nos faz imaginar que não somos competentes o bastante para essa “história de concurso público”. Mas saiba que a insegurança e o medo de não ser aprovado são vozes que estarão sempre fazendo barulho na cabeça do concurseiro. Já estive aí e vivi o mesmo.

O detalhe é que você pode adotar algumas táticas para não deixar que essas sensações sejam as protagonistas da sua preparação. O primeiro ponto é ajustar a sua expectativa e entender a realidade dos estudos. Fizemos isso nos parágrafos acima. O próximo passo é voltar os seus olhos para o presente.

O medo domina quando se vive com a cabeça no futuro, e o remédio para isso, sobretudo nos estudos para concursos, é dividir o seu objetivo (p. ex. encerrar o edital) em passos diários (metas). Desse modo, estabeleça o seu cronograma e anote suas evoluções. Assim, você tem a sensação de que está tudo planejado e de que a sua tarefa do dia te conduz ao seu alvo. O que se tem de mais importante hoje é cumprir a sua meta e se preocupar com um dia de cada vez certamente te ajudará.

Assim, não se cobre por resultados que não dependam apenas de você, a sua aprovação pode vir e ela só será possível no máximo nível da entrega. Some a isso os olhos no presente, na sua rotina, e perceba que há mesmo o risco de todo o esforço não resultar no que você espera, mas é necessário viver esse risco para ter a chance de dar certo.

Espero que esse texto tenha sido útil para você. Caso tenha a necessidade de um acompanhamento pessoal nos seus estudos, existem os GranXperts. Todos eles já aprovados em concurso público e com experiência para te auxiliar na conquista da sua vaga.

 

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Rafael Alemar (Instagram: @rafaelmalemar)

GranXpert

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