O ser humano nasce sem saber quase nada; seu diferencial é justamente a capacidade de aprender. Alguns de nós podem avançar rapidamente em seus projetos graças ao talento, mas este não é garantia de sucesso se não houver treino, esforço e constância. O segredo dos bem-sucedidos, segundo a psicóloga e professora da Universidade da Pensilvânia Angela Duckworth, está na combinação entre perseverança e paixão, resumida na palavra “garra”. A conclusão é documentada no livro “Garra: o poder da paixão e da perseverança”. Até aí, tudo certo. A dificuldade reside no “como” desenvolver essa qualidade, mas hoje vou explicar o caminho.
Antes, porém, uma pergunta: qual o peso do talento? A pesquisadora Duckworth percebeu, ao longo de seus muitos anos de magistério, que o talento não predestina ninguém ao sucesso. Sua convicção sobre a importância do esforço e dedicação apenas se fortaleceu com o tempo, até ela compreender que o empenho e o trabalho árduo são, de fato, mais relevantes do que a capacidade intelectual ou mesmo uma “aptidão” qualquer fora do comum.
A vida e a experiência têm me levado a concordar com a professora. Embora o talento tenha lá o seu valor, sou da opinião de que o esforço conta em dobro no alcance do sucesso em qualquer área, seja no empreendedorismo, na música, nas artes, nos esportes… Basta pensar nos muitos profissionais, em geral, e nos atletas e empreendedores, em particular, inegavelmente bem-sucedidos que atingiram seus objetivos à custa de constância e dedicação, superando – ou, em alguns casos, potencializando – habilidades inatas. Um exemplo notável é o do nadador Michael Phelps, maior campeão olímpico de todos os tempos. Como se sabe, ele, de fato, nasceu com uma predisposição biológica para o esporte aquático, mas teve de treinar obstinadamente por 5 anos seguidos, sem folgar um único dia, a fim de deixar sua marca na história. Seria ele o Phelps que conhecemos sem tamanha garra? Certamente não.
Em outras palavras, talento é importante; não há dúvidas quanto a isso. Para dizer o mínimo, é em função dele que algumas pessoas largam na frente na corrida da vida. A perseverança, contudo, possibilita manter o ritmo, ao mesmo tempo que move rumo à superação dos próprios limites. É com base nessa premissa que o filósofo Friedrich Nietzsche nos convida a enxergar os indivíduos ditos “geniais” menos como criaturas afortunadas, cujo sucesso derivaria exclusivamente de dons e talentos inatos, e mais como bons artesãos, que dedicam tempo e esforço para talhar com precisão e esmero as partes menores de um todo deslumbrante.
É necessário, ainda, considerar o papel das dificuldades, das adversidades e dos obstáculos que inevitavelmente surgem em qualquer projeto em curso. A boa notícia é que eles servem para testar nossa resiliência e fomentar em nós a vontade de nos superarmos por meio do trabalho árduo, não importa o que o destino coloque no caminho. Na prática, uma pessoa resiliente é também prevenida, tendo treinado a mente para que, quando algo desse errado, fosse capaz de reagir bem, aprendendo com a situação. Tem consciência tanto daquilo que quer como do próprio valor. Entende, enfim, que viver é lutar, esforçar-se e fazer sacrifícios. A pessoa simplesmente se levanta, sacode a poeira e segue em frente, pronta para a próxima provação.
A garra consiste, pois, em entender que algumas coisas dependem de nós e outras não. Como bem ensinam os representantes do estoicismo romano, devemos direcionar nossa energia para aquilo que controlamos: nossas intenções, nossas ações e nossos esforços. O resultado bom ou ruim depende de uma série de outros fatores, alheios a nossa vontade, mas isso não deve nos impedir de persistir e perseverar. Salvo quando “desistir” é mesmo a melhor opção, senão a única, temos mais é de continuar mirando nossos objetivos, com firmeza e paixão.
Fazendo uma analogia, assim como um bom jardineiro é diligente nos cuidados com um jardim, cabe a nós preparar bem o solo do nosso, plantar nele as sementes do esforço e regá-lo diariamente. Estabelecendo metas realistas e perseguindo nada menos que a excelência em cada passo dado, mantemos viva a chama da perseverança, fortalecendo nossa capacidade de superar os desafios e de nos aperfeiçoarmos como seres humanos.
Lembre-se: em qualquer viagem longa – e é o caso da vida –, não surpreende que um desvio ou outro sejam necessários e planos alternativos precisem ser postos em prática. Afinal, talento é importante, sim, mas o esforço vale o dobro.
Particularmente, considero-me 10 vezes mais esforçado do que talentoso. Se você também se percebe assim, caro leitor, querida leitora, avance com convicção, pois o futuro reserva um horizonte de possibilidades e conquistas extraordinárias àqueles que se entregam à jornada com garra.
“Nunca me vi como uma pessoa particularmente talentosa. Se há uma coisa em que me destaco, é na minha ética de trabalho exagerada e cansativa.” – Will Smith
Referência:
DUCKWORTH, Angela. Garra: o poder da paixão e da perseverança. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
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