“Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau.” Provérbios, 13,20
Quem há de negar que aqueles que nos cercam são uma importante fonte de inspiração? Quem duvida que, assim como o entusiasmo de certos amigos alimenta nossos sonhos, a letargia de outros nos tira toda a força de vontade? Que o exemplo dos virtuosos induz à busca incessante por predicados igualmente nobres da mesma forma que os vícios dos corrompidos justificam condutas, digamos, menos louváveis? Eis por que nossas escolhas são tão importantes. Elas impactam diretamente na formação do nosso caráter, por isso devem ser feitas com extrema cautela.
O comportamento humano tem a capacidade de se tornar “viral”, contagiando quem quer que esteja por perto. As redes sociais são o exemplo mais notável disso, graças, em boa parte, ao relativo anonimato dos usuários. Basta, por exemplo, que alguém poste a imagem de alguma celebridade e peça a opinião dos seguidores a respeito da aparência daquela pessoa para ter início o tal do efeito manada. Um seguidor entra na onda, posta um comentário tóxico, e pronto: a turba se põe a criticar, emitindo opiniões injustas e, não raro, bem cruéis.
Sejamos francos: o que se pretende com isso? Seria mais sábio quem leu a mensagem original dizer apenas que não acha nada e que tem mais é de cuidar da própria vida. Mas as coisas não são simples assim. O ímpeto das pessoas é mesmo reproduzir os comportamentos daqueles à sua volta, especialmente os mais nocivos, e alguém de espírito menos nobre não se faz de rogado antes de passar adiante o seu veneno.
A recente pandemia foi um duro lembrete da nossa vulnerabilidade enquanto seres vivos. Afinal, vimos por A mais B que o simples ato de respirar nos faz reféns da circulação de um vírus mortal como o da covid-19. Não é só. Como seres humanos, estamos sujeitos a inúmeros outros tipos de contágio, inclusive no plano comportamental. Quantas pessoas você já conheceu que desenvolveram maus hábitos, como, por exemplo, o de fumar, por influência de amigos e conhecidos? Desenvolvemos ou afastamos certos comportamentos como puro reflexo dos que estão a nossa volta. Estamos todos sujeitos a isso, para o bem e para o mal.
Felizmente, alguns de nós se permitem “contaminar” mais pelo bem. Quem nunca se inspirou em exemplos de sucesso, como grandes líderes, atletas e humanistas? Quem nunca se viu motivado diante do exemplo de um amigo bem-sucedido que concretizou seus maiores sonhos à base de muita disciplina? A determinação que vemos nos outros é perfeitamente capaz de acender em nós a fagulha da resiliência e da disposição em superar adversidades. Esse é o lado bom da influência que nosso ambiente pode ter sobre nós.
Os estoicos, em especial Sêneca, com sua filosofia orientada para a virtude e o aprimoramento pessoal, enfatizam o poder do ambiente na formação do nosso caráter. Para eles, o meio social em que nos inserimos tem potencial para moldar nossa conduta e direcionar nossos valores. A interação com indivíduos virtuosos nos levaria, então, a internalizar padrões elevados de ética, sabedoria e autodisciplina.
Ora, se é assim, ao optarmos por nos envolver com gente que personifica virtude e sabedoria, colocamos em prática a decisão de nos deixarmos induzir por bons comportamentos e princípios. Em última análise, a busca por boas companhias é uma excelente forma de criar um ambiente favorável à reflexão, à aprendizagem e ao autoaperfeiçoamento.
Sêneca é taxativo: “Podemos ser ‘infectados’ – para o bem ou para o mal – pelas boas ou más qualidades dos outros.” Acredito firmemente nisso, por isso me mantenho vigilante quanto às influências invisíveis das multidões cruéis e alienadas ao mesmo tempo que procuro estar sempre rodeado de pessoas valorosas. Tenho plena consciência das minhas próprias imperfeições e sei que posso e devo aprimorar meu caráter com a ajuda de bons modelos.
Não se trata de ser antissocial, alertaria o filósofo, mas de dar um passo para o lado sempre que nos sentimos potencialmente contaminados pelos vícios dos outros. Somos seres interconectados, influenciados e influenciadores. Em um mundo cada vez mais imerso nas dinâmicas das redes sociais, a escolha de quem seguir e com quem nos associar se revela ainda mais crucial do que poderia prever Sêneca.
Em resumo, amigo leitor, amiga leitora, nossa jornada é moldada não apenas por nossas ações individuais, mas também pelo ambiente que escolhemos criar e habitar. Qual será o seu?
“Devemos escolher um ambiente saudável não apenas para o nosso corpo, mas também para nosso caráter.” – Sêneca (4 a.C. – 65)
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