O Inconquistável

"Invictus", poema de William Ernest Henley, é uma poderosa mensagem de resistência diante das adversidades.

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Hoje quero compartilhar com vocês a tocante história por trás de um dos poemas mais poderosos já escritos. Trata-se de “Invictus”, obra-prima do britânico William Ernest Henley. Mas, antes de mergulharmos nos versos, permita-me contar um pouco sobre o homem que os criou e as circunstâncias extraordinárias que o inspiraram.

Henley nasceu em 1849 em Gloucester, Inglaterra. Aos 12 anos, foi diagnosticado com tuberculose óssea, doença devastadora que lhe afetou as pernas. Aos 17, recebeu recomendação médica de amputação de uma delas. Nos anos seguintes, Henley passou por nada menos que 20 cirurgias. Foi durante esse período de intensa dor e incerteza que ele compôs “Invictus”.

Coloque-se no lugar dele por um momento. Jovem, confinado a um leito de hospital, enfrentando dores constantes e a possibilidade real de perder não apenas uma perna, mas a vida. É nesse contexto de provação extrema que nascem estes versos poderosos:

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu – eterno e espesso,
A qualquer deus – se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei – e ainda trago
Minha cabeça – embora em sangue – ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a fenda – eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou o senhor de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.

Como se vê, o poema, cujo título em latim significa “invencível”, “inconquistável”, é um grito de determinação diante do sofrimento mais profundo. Henley o compôs em 1875, aos 26 anos, quando ainda lutava contra a doença que o atormentava desde a infância – e que, infelizmente, o acompanhou até a morte.

Você, concurseiro, talvez se identifique com essa luta. Não, você provavelmente não está enfrentando uma doença grave como Henley, mas sei que cada dia de preparação para concursos pode parecer uma batalha. O cansaço, as pressões e a incerteza, tudo isso pode ser comparado às “garras do destino e seus estragos” a que se refere o poeta.

Porém, também à semelhança dele, você tem o poder de manter a cabeça erguida ainda que ela esteja sangrando de exaustão. A beleza do poema está em nos lembrar que mesmo nos dias mais sombrios ainda temos controle sobre nossa postura diante dos desafios. Você não controla as bancas, os editais ou a concorrência, mas é absolutamente senhor das suas reações ao decidir encarar cada um deles.

Quando o desânimo bater – e vai bater – escolha ser “invictus”. Vença um dia de estudo – ou noite, ou madrugada – de cada vez. Será como declarar para si mesmo: “Eu sou o mestre do meu destino”. E é mesmo! Na minha trajetória aqui, no Gran, sou incapaz de calcular quantos alunos vi transformar esse tipo de determinação em aprovação antes considerada “inconquistável”.

Os versos de Henley já inspiraram muita gente. Nelson Mandela o recitava em sua cela para manter-se firme nos quase 30 anos em que esteve preso. Você pode fazer o mesmo diante da pilha de livros ou da tela do computador logado no Gran. Quando o conteúdo parecer um ” breu eterno e espesso””, quando os vídeos, PDFs e demais leituras se acumularem, repita para si mesmo: “Eu sou o capitão da minha alma!” Encontre nessas palavras a força de que precisa para suportar as pressões, as dúvidas, a exaustão.

“Invictus” não é apenas sobre resistir; é sobre resistir com propósito. É sobre cair, sangrar, mas continuar. Reflete exatamente sua jornada de concurseiro: diante de um simulado difícil ou de uma nota aquém do esperado, você se recompõe e segue adiante, provando-se verdadeiramente “inconquistável”. Suas escolhas, não as circunstâncias, determinarão o alcance da sua jornada. Nenhuma adversidade, por maior que seja, pode subjugar uma alma que decidiu ser livre.

Então, da próxima vez que você se sentir desanimado ou prestes a desistir, repita para si mesmo as palavras finais de Henley: ” “Eu sou o senhor de meu destino, eu sou o capitão de minha alma”. Porque você é. E capitães não abandonam o navio na tempestade – eles o guiam para águas calmas.

O caminho do concurso é a “estreita fenda” de que fala o poeta vitoriano. As provas são a “pesada mão que o mundo espalma”. Mas é exatamente a sensação que acompanha tal percepção que você deve confrontar com destemor. Afinal, quem enfrenta o horror da sombra com a cabeça erguida está pronto para conquistar o que parecia inconquistável.

“Não importa quão estreito o pórtico. Quão pleno em castigo o enredo. Eu sou o mestre do meu destino, o capitão da minha alma” – W.E. Henley

Gabriel Granjeiro

CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.

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