O que eu vou dizer agora pode parecer duro, mas peço que você continue a leitura mesmo assim, pois às vezes precisamos de remédios amargos: é você quem cria a maioria dos problemas em sua vida. Seja por gastar mais do que poderia, seja por não se planejar direito, seja por não agir no momento certo, seja por dizer algo que não deveria, é você o maior responsável por seus próprios problemas.
Obviamente, uma ou outra dificuldade que surge em seu caminho não tem nem um grama da sua participação ou do seu envolvimento, mas isso é exceção. Há problemas que simplesmente chegam, sem bater à porta, sem avisar, sem fazer cerimônia, e acabam com a rotina de quem quer que seja, deixando cicatrizes, sofrimento, dor.
Já bastam esses tipos de problema, certo? Eles já tumultuam bastante, concorda? Então, por que criamos outros? Ora, leitor amigo, porque somos seres humanos, e seres humanos simplesmente erram. Erram o tempo inteiro.
“A chave é, na verdade, assumir a própria responsabilidade diante dos problemas e seguir tentando errar com menor frequência ou pelo menos não cometer o mesmo erro duas vezes.”
Pois é. Criamos problemas porque erramos, e erramos porque somos humanos. Parar de errar é, portanto, virtualmente impossível. Percebe? Não podemos ignorar nossa condição humana, muito menos fugir dela, de modo que a solução não é parar de errar. A chave é, na verdade, assumir a própria responsabilidade diante dos problemas e seguir tentando errar com menor frequência ou pelo menos não cometer o mesmo erro duas vezes. Assim, quem sabe, as dificuldades também vão reduzindo de dimensão ou mudando de configuração. Seja como for, o importante é que você esteja dia após dia mais apto a lidar com elas, sem enxergar um problema onde não há, de fato, um.
“O verdadeiro problema é a forma como você reage à dificuldade surgida.”
E como fazemos isso? O primeiro passo é entender que nem sempre o que parece problema é o problema em si. O verdadeiro problema é a forma como você reage à dificuldade surgida. Se, a título de exemplo, você foi demitido, agora só tem duas opções: usar a inevitabilidade de sua nova condição como combustível para seguir em busca de algo melhor, ou entrar em um processo de vitimização, permitindo que um momento de crise afunde você de vez. Notou como o problema não é a demissão em si, mas o que você faz depois dela? A depender da forma como você vê o mundo e de como reage frente às adversidades, ser demitido pode ser um grande – e oportuno – divisor de águas em sua vida. Ou você pode criar um problema real para si ao sucumbir às circunstâncias.
Vou além e digo que, em outros casos, o que parece um problema pode ser, na verdade, algo revelador do verdadeiro problema. Se você não tem condições de pagar um plano de saúde para sua família, por exemplo, precisa ter a sabedoria de perceber que não é esse o problema real. O verdadeiro problema, nessa hipótese, é o fato de você ganhar mal, sua carreira não alavancar e você não estar fazendo nada para mudar isso – ou, pelo menos, não o bastante nem da forma certa. Entende como você cria um problema imaginário – a dificuldade para custear o plano de saúde – e ignora o problema real – a falta de iniciativa para alterar sua situação?
“Lembre-se: não adianta martelar um prego na direção errada. É muito importante aliar esforço a técnicas de sucesso, mentoradas por pessoas que conhecem o caminho das pedras.”
Lembre-se: não adianta martelar um prego na direção errada. É muito importante aliar esforço a técnicas de sucesso, mentoradas por pessoas que conhecem o caminho das pedras. Para descobrir nossos verdadeiros problemas, precisamos ter um olhar mais amplo sobre nossa vida e desenvolver uma percepção mais realista acerca de nós mesmos.
O segundo passo para deixar de criar problemas é começar a resolver as situações, evitando que tomem dimensão maior e saiam do controle. Ser proativo traz sabedoria, autoconfiança e energia para seguir em frente.
Mas como fazer isso se os “problemas” a ser resolvidos são muitos? Particularmente, gosto de aplicar a regra de Pareto, segundo a qual 80% dos resultados são produzidos por 20% das causas (esse raciocínio reflete perfeitamente a realidade, diga-se de passagem). Pense que 80% das grandes atribulações que afetam sua rotina decorrem de apenas 20% – ou até menos – de problemas concretos. São estes que você deve enfrentar. Resolva-os, jogue-os no lixo do passado, depois, é claro, de haver extraído deles as lições que tinham para ensinar.
Trata-se de uma questão de estabelecer prioridades. Como já escrevi antes, ninguém consegue lutar todas as batalhas ao mesmo tempo. Há que escolher os embates certos, portanto. Alguns deles são tão importantes, que sua resolução pode dar cabo também de outros, menos danosos, quase que automaticamente. E o interessante é que, depois de enfrentá-los, você estará mais bem-preparado para encarar situações similares. Não importa o quanto as dificuldades pareçam complicadas agora, no futuro você vai agradecer por tê-las resolvido logo.
Um terceiro conselho que posso dirigir a quem quer parar de criar problemas é: entenda que tudo na vida tem a ver com pessoas. De que adiantaria você possuir todo o dinheiro do mundo se vivesse sozinho em uma ilha? O dinheiro, o sucesso, a realização só têm utilidade quando se vive em sociedade. Aceite que a maioria dos seus problemas estão relacionados a pessoas e entenda que as soluções também virão delas. “Pessoas precisam de pessoas”, diz Joel Jota, ex-atleta profissional que é hoje mentor de alta performance. Seja humilde e reconheça logo isso. Lide com as pessoas! Ao mesmo tempo, tenha cuidado ao selecionar quem você vai escutar, pois há muita informação ruim por aí…
Quarta dica: aceite que não fomos criados para viver sem preocupações. Sobreviver é criar, é transformar. Fomos construídos para isso. O sofrimento e a dor somem quando focamos em criar em vez de apenas sentir. O ideal é pensar no que podemos fazer a partir do que já temos. Não se trata, simplesmente, de pensar em como aproveitar o que já existe, mas, sim, de refletir sobre o que podemos e devemos criar a partir disso. Quando se adota essa postura, os obstáculos se transformam em oportunidades e a vida se converte em uma jornada incrível! Se o foco é criar, entende-se a dor como parte do processo, e o sofrimento – que vale a pena ser sentido – é encarado com mais naturalidade, sem drama.
“Para concluir, uma recomendação: pense bem antes de decidir que algo é um problema. Analise bem a situação, confirme se sua impressão é autêntica e, só quando tiver certeza de estar lidando com um problema verdadeiro, comece a trabalhar para resolvê-lo.”
Para concluir, uma recomendação: pense bem antes de decidir que algo é um problema. Analise bem a situação, confirme se sua impressão é autêntica e, só quando tiver certeza de estar lidando com um problema verdadeiro, comece a trabalhar para resolvê-lo. Repito: não crie problemas que não existem no mundo real. E não reclame: levante-se, vá lá, crie e… resolva. Se errar, leve a mão ao peito e diga a si mesmo, em alto e bom tom: não faz mal; não vai acontecer de novo. Como nos ensina o sacerdote São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975): ”Não sejas frouxo, mole. Já é tempo de repelires essa estranha compaixão que sentes por ti mesmo”.
Retomo o título do artigo para confessar que minha intenção com ele era fazer uma provocação. Era chamar você, leitor, para uma reflexão sobre sua conduta, sobre seu comportamento. Mas, agora que você leu o artigo todo, sabe que nós, humanos que somos, somos incapazes de parar totalmente de cometer erros. Sabe que os problemas, no sentido mais conhecido da palavra, nunca sumirão. Na verdade, não há vida sem eles. Já os problemas que dependem de nossa reação às circunstâncias, esses, sim, podem ser eliminados. Devem. São esses problemas que você deve parar de criar.
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Bons estudos e GRAN sucesso,
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
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