“É fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por ter se livrado delas.” – Graciliano Ramos
Diariamente recebo mensagens de pessoas reclamando dos seus insucessos e atribuindo a terceiros a responsabilidade por eles. Culpam o país, a crise, os governantes, o tempo, as condições físicas, os professores, os empreendedores, o caos no sistema de transporte, a insônia, a família, Deus; enfim, todos menos elas próprias. A verdade é que a maioria de nós tenta escapar da responsabilidade do dia seguinte, do amanhã, esquivando-se dela hoje. Mas não pode. Não tem jeito.
Acredito que o grande diferencial daquelas pessoas que vemos alcançar todos os seus objetivos é um só: a consciência de que, no fim, tudo depende delas mesmas. Você pode até alegar: “Mas, Gabriel, há fatores que não dependem de mim. Nasci em uma família humilde, não tenho dinheiro, dependo de outras pessoas de alguma forma. Há inúmeras situações sobre as quais não tenho controle”. Compreendo o que você quer dizer, mas repito: você precisa ter a convicção de que, no fim, tudo depende de você, e só de você. Logo, se não deu certo ainda, é porque você ainda não chegou ao final.
Passei a ter essa convicção depois de uma conversa com um grande empreendedor e amigo. Ele comentava comigo que, depois de adotar esse pensamento, sua vida mudou drasticamente, tanto no campo profissional, como no pessoal. Naturalmente, dirigi a ele inúmeras perguntas, exatamente como você deve ter feito quando lancei tal premissa, algumas linhas atrás. Cheguei a exagerar, entrando em detalhes improváveis sobre situações hipotéticas. “E se o indivíduo tiver nascido em um local ermo, onde não há nenhuma possibilidade de educação formal? E se ele tiver nascido na Coreia do Norte? E se estivermos falando de uma mulher que vive no Paquistão? Certamente circunstâncias assim não dependem do sujeito, mas podem impactar diretamente sua probabilidade de alcançar o sucesso”, tentei argumentar.
Meu amigo refutou ponto a ponto, citando exemplos de pessoas reais que, mesmo oriundas das mais baixas classes sociais, sobrevivendo às piores condições econômicas ou experimentando os mais terríveis problemas de saúde, conseguiram alcançar o sucesso, ainda que de acordo com suas métricas e não as dos outros. Certamente você conhece algum empreendedor que veio de uma família muito pobre e, apesar disso, conseguiu vencer na vida. No Brasil, um caso emblemático é o de Silvio Santos, que foi camelô antes de se tornar o milionário e a figura pública que é há tantas décadas. Igualmente, há casos de norte-coreanos que fugiram do país natal e alcançaram prosperidade na Coreia do Sul ou em outros lugares do mundo. Não nos deixa mentir, ainda, o caso de Malala, a pequena paquistanesa que foi baleada na cabeça por defender o direito das mulheres de estudar e, mais tarde, se tornou a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel. “Se deu certo para ao menos uma pessoa, é sinal de que pode dar certo para as outras. Basta um caso para provar que é possível”, foi a conclusão do meu amigo.
Diante desses argumentos, só pude me calar. Passei a concordar com ele. De fato, se as pessoas citadas acreditassem que o êxito não dependia apenas delas, certamente deduziriam que a batalha estava perdida desde o início, por terem recebido cartas ruins logo no começo do jogo. Jamais teriam seguido em frente, desafiando a tudo e a todos. Na verdade, nem sequer teriam dado o primeiro passo.
“Perceba que a convicção de que o sucesso é possível para todos e depende apenas de nós mesmos nos leva a persistir.”
Perceba que a convicção de que o sucesso é possível para todos e depende apenas de nós mesmos nos leva a persistir. No meu caso, como empreendedor, sei bem que, apesar de depender de outras pessoas para executar algumas tarefas, cabe a mim encontrar um modo de superar todos os obstáculos que surgirem, nem que seja buscando novos profissionais para dar conta das demandas ou mergulhando eu mesmo no problema até resolvê-lo. Tenho de fazer tudo que estiver ao meu alcance e segurar as pontas até o fim. Pensar diferente me faria desistir no primeiro entrave, mesmo que ele fosse consequência dos atos de outra pessoa. É fácil desistir apontando o dedo. Por isso tantas pessoas fracassam.
“É honroso, é honesto, é sábio aceitar que foi você que errou na técnica, na tática, na preparação, no desenvolvimento do plano de estudo ou no tempo que destinou a ele, nos detalhes que costumam fazer a diferença entre a aprovação e a reprovação.”
Já no seu caso, concurseiro, é preciso assumir que a responsabilidade por eventuais reprovações é sempre e exclusivamente sua. É honroso, é honesto, é sábio aceitar que foi você que errou na técnica, na tática, na preparação, no desenvolvimento do plano de estudo ou no tempo que destinou a ele, nos detalhes que costumam fazer a diferença entre a aprovação e a reprovação.
“Não podemos mais fugir da dura realidade de que é preciso encarar a preparação com fome, muita fome, como se estivéssemos nos alimentando dos conteúdos depois de dias sem comer absolutamente nada. Deve ser este o nosso espírito: com gosto de sangue na boca, com paixão e alegria em cada célula do corpo. Fechado?”
Então, amigo leitor, vamos, aqui, firmar o compromisso de dar sempre o nosso melhor – o melhor que pudermos – em qualquer situação, todos os dias. Se nossa pretensão é ingressar no serviço público, um mercado de demanda, com candidatos de mais e vagas de menos, precisamos, desde logo, aceitar o fato de que não será possível com uma preparação mais ou menos, com um estudo razoável, com uma dedicação apenas mediana. Não podemos mais fugir da dura realidade de que é preciso encarar a preparação com fome, muita fome, como se estivéssemos nos alimentando dos conteúdos depois de dias sem comer absolutamente nada. Deve ser este o nosso espírito: com gosto de sangue na boca, com paixão e alegria em cada célula do corpo. Fechado?
A partir de hoje – e para sempre –, vamos assumir as responsabilidades que nos cabem, com coragem e disposição. Agindo assim, pensando assim, sentindo-se assim, é claro que a vida nos apoiará. Seremos exitosos em tudo que começarmos a fazer ou nos dispusermos a realizar. Não adianta tentar consertar os erros do passado, mas podemos nos comprometer a fazer melhores escolhas no presente e no futuro.
Estou mais do que convencido de que, na vida – seja na esfera pessoal, seja na profissional –, não existem castigos nem prêmios; o que existe são consequências das nossas escolhas, das nossas decisões, ou desafios que devemos vencer. É simples assim. Atribuir culpa ao divino para retirar de nós a responsabilidade por nossas escolhas equivocadas é injusto e a síntese da fraqueza. Não é nada razoável e nada digno.
Portanto, amigo, não vire as costas para a realidade: a culpa por sua reprovação em um concurso público não pode ser atribuída a outro. A responsabilidade é, sim, toda sua. Foi você que não estudou direito, que não se dedicou como devia, que deixou de fazer os exercícios segundo exige a boa técnica, que dormiu mais do que devia, que farreou enquanto a concorrência estava ralando. Assuma que você não fez sacrifícios, você não ousou, você não fez por merecer, você não priorizou seus investimentos. Apenas você; ninguém mais.
Não está conseguindo aprender a lição que foi tema da aula de hoje? Vá atrás do conhecimento! Pesquise sobre o tema na web, leia artigos de profissionais renomados, esforce-se mais para compreender o assunto, procure ajuda especializada. Em resumo: saia da inércia.
Está sem dinheiro para investir na preparação? Faça um bico e economize cada centavo que tiver. Estabeleça suas prioridades tendo em mente que todo real investido em conhecimento neste momento pode ter o valor multiplicado por mais 100 com a remuneração que você garantir no futuro. Já cansei de assistir quieto a candidatos reclamarem que estudar é caro e, em seguida, gastarem 200 reais em um show de rock de 3 horas de duração e que não lhes trará nenhum retorno financeiro.
“A nossa primeira grande responsabilidade, caro leitor, é, sim, ser feliz e viver cada instante, cada momento, cada dia como se fosse o último. Mas é igualmente importante ter discernimento para fazer as escolhas certas, procurar as melhores companhias e não perder tempo com reclamações inúteis.”
A nossa primeira grande responsabilidade, caro leitor, é, sim, ser feliz e viver cada instante, cada momento, cada dia como se fosse o último. Mas é igualmente importante ter discernimento para fazer as escolhas certas, procurar as melhores companhias e não perder tempo com reclamações inúteis.
Procuro semear, em minhas mensagens, ainda que com outras palavras, a ideia de que um bom futuro – seja em um cargo público, seja no empreendedorismo – está reservado apenas para aqueles que assumem as rédeas da própria vida. Claro que existem circunstâncias que fogem totalmente ao nosso controle, como é o caso de fatalidades e acidentes, por exemplo, mas elas estão longe de ser a regra, de modo que não podem servir de justificativa para atribuirmos aos outros a responsabilidade por nossos fracassos.
Por derradeiro, um alento: reprovar várias vezes em concurso público não é sinônimo de fracasso. O que se deve fazer nessa situação é assumir o quanto antes a responsabilidade pelos erros, corrigi-los e realinhar os planos. Mas o principal é jamais culpar os outros por nossas próprias falhas. Como eu disse no início: se não deu certo ainda, é porque ainda não chegamos ao fim.
Se você acredita nisso, poste, aqui, o comentário a seguir: “A responsabilidade é sempre minha e eu VOU conseguir!”.
Bons estudos e GRAN sucesso!
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
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