Inteligência emocional para concursos e para a vida

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“Todo aprendizado tem uma base emocional.” Platão

O conceito de Inteligência Emocional foi apresentado em 1990 pelos psicólogos John Mayer e Peter Salovey, num fluente artigo no qual eles definiram Quociente Emocional (QE) – Emotional Intelligence (EI), em inglês – como um subconjunto de inteligência social que envolve a capacidade de monitorar os sentimentos e emoções, tanto próprios como dos outros, para, discriminando-os, usar a informação para guiar o pensamento e as ações. Em 1995, o conceito foi disseminado e popularizado pelo escritor Daniel Goleman, que se empenhou em explicar como é importante controlar as emoções.

Ninguém nega que sentir emoções é o que torna a vida mais rica. De fato, não há um único momento em nossa existência que não seja marcado por alguma dessas sensações, ainda que nem sempre sejamos capazes de perceber isso. Como já se descobriu, até mesmo a capacidade de aprendizagem está conectada ao nosso emocional. É isso mesmo, caro leitor, tudo que aprendemos é, em algum grau, determinado pelas nossas condições emocionais.

Há até um método pedagógico que foi desenvolvido com base nessa concepção. Conhecido como programa de aprendizagem social e emocional – ou SEL (Social and Emotional Learning) –, o método tem tido resultados bastante positivos. Nas escolas que o adotaram, observou-se progresso no desempenho de mais de 50% dos alunos e melhora das médias de mais de 38% deles. De outro lado, os registros de mau comportamento diminuíram cerca de 28%, e 63% dos alunos demostraram comportamento significativamente mais positivo perante a aprendizagem e a vida.

O conceito de QE para o mundo dos negócios, especialmente para as áreas de liderança e de desenvolvimento de funcionários, também teve impacto muito positivo e é considerado uma das ideias mais influentes das últimas décadas. Atualmente, empresas de todo o mundo – e aí se inclui o Gran Cursos Online –  selecionam e avaliam os seus colaboradores e líderes com base em critérios que identifiquem as aptidões de QE. Assim, a depender da área de atuação, o autocontrole emocional (saiba mais clicando aqui) e a empatia podem configurar habilidades mais valiosas do que aptidões meramente cognitivas.

Nem por isso se pode afirmar que o QE é mais importante do que o QI (Quociente Intelectual) em toda e qualquer área. Falácias como a de que o QI é responsável por 20% do sucesso profissional e o QE por 80% são mais absurdas ainda. Afirmações como essas não passam de bizarrice; portanto, amigo, não dê ouvidos a elas. Por outro lado, obviamente, habilidades como a de estudar em grupo, trabalhar em equipe ou atender bem aos outros, as quais denotam competências emocionais importantes, como consciência social e aptidão para gerenciar relacionamentos e conflitos, podem fazer a diferença na vida de um concurseiro ou de alguém que já é servidor público, por exemplo.

O escritor Daniel Goleman está convencido de que o único remédio capaz de debelar os índices crescentes de criminalidade, suicídios, abuso de drogas e outros indicadores de mal-estar social é desenvolvermos uma nova forma de interagir com o mundo – com a inteligência emocional, ou seja, com o cultivo, em nós mesmos e em nossos filhos, de aptidões próprias do coração humano.

“Se há individualismo exacerbado e competitividade crescente entre funcionários, estudantes, concurseiros, empreendedores, agentes públicos e até membros de uma mesma família, há grande chance de nossa sociedade entrar ao colapso, com o consequente isolamento, deterioração das relações sociais e lenta desintegração da vida em comunidade.”

Se há individualismo exacerbado e competitividade crescente entre funcionários, estudantes, concurseiros, empreendedores, agentes públicos e até membros de uma mesma família, há grande chance de nossa sociedade entrar ao colapso, com o consequente isolamento, deterioração das relações sociais e lenta desintegração da vida em comunidade. Para evitar isso, precisamos buscar maior cooperação e envolvimento entre os indivíduos, ensinando a todos o alfabeto emocional para relações humanas verdadeiramente significativas.

Um indivíduo emocionalmente inteligente consegue descrever, reconhecer e avaliar os próprios sentimentos, mas também os dos outros, e tem capacidade de lidar com eles com mais facilidade. Ele também é resistente e resiliente, conseguindo controlar bem os impulsos mesmo diante de frustrações, desilusões, reprovações ou fracassos. Algumas de suas características são, ainda, o senso de gratidão, a automotivação, a empatia e a habilidade de encorajar outros indivíduos.

“Quem tem inteligência emocional é, de fato, flexível, adaptável a qualquer situação e extremamente confiante, além de capaz de se recuperar rapidamente depois de vivenciar momentos de estresse.”

Alguém já usou a imagem da “sabedoria de rua” para ilustrar a inteligência emocional, em oposição à “sabedoria dos livros”. Quem tem inteligência emocional é, de fato, flexível, adaptável a qualquer situação e extremamente confiante, além de capaz de se recuperar rapidamente depois de vivenciar momentos de estresse. A vida – e, no caso dos concurseiros em geral, especificamente a preparação para concurso – corre muito mais suave quando se tem a inteligência emocional desenvolvida.

“Um concurseiro emocionalmente inteligente assiste às aulas com a convicção de que não sabe o suficiente. Ele não cede à tentação de ficar questionando a banca; apenas resolve as questões da prova de uma vez. Se a reprovação acontece, ele a administra bem, recuperando-se da frustração inicial e se reerguendo logo para a próxima tentativa.”

Como você que me lê já deve ter deduzido, estar ciente de que o emocional afeta vários aspectos da nossa vida, inclusive a capacidade de aprendizagem, e usar essa informação a nosso favor é muito importante, sobretudo para quem estuda para concurso público. Um concurseiro emocionalmente inteligente assiste às aulas com a convicção de que não sabe o suficiente (leia aqui o nosso artigo sobre a humildade). Ele não cede à tentação de ficar questionando a banca; apenas resolve as questões da prova de uma vez. Se a reprovação acontece, ele a administra bem, recuperando-se da frustração inicial e se reerguendo logo para a próxima tentativa. Lida bem com os concorrentes, fazendo de muitos deles seus companheiros de trincheira na guerra por uma vaga no serviço público. Aliás, ele curte mais a jornada até a vitória do que a chegada propriamente dita.

Isso é ter inteligência emocional, concurseiro. Em resumo, uma pessoa que leva a vida com mais felicidade e leveza, por ser emocionalmente inteligente:

  1. Conhece suas forças e suas fraquezas.
  2. Tem relacionamentos de qualidade com a maioria das pessoas.
  3. Importa-se – profundamente – em ser uma pessoa boa, ética, moral e zelosa no trato do outro.
  4. Presta atenção nos outros, colocando-se no lugar deles. Ou seja, tem empatia, que é a habilidade de sentir o que outros estão sentindo.
  5. Lida bem com os reveses da vida. Se cai, levanta-se, sacode a poeira e continua a vida. Recupera-se rapidamente e não fica presa às emoções negativas. Troca a tristeza pela gratidão.
  6. Confia no instinto, em si mesmo e nas próprias emoções.
  7. Sabe dizer não com naturalidade e categoria.
  8. Consegue lidar com qualquer tipo de pessoa e situação. Trata alguém mais humilde como se estivesse conversando com a mais importante autoridade. Dá valor a cada um pelo simples fato de esse um existir.
  9. Concentra-se em uma tarefa, em um projeto, em uma missão por vez. Não se distrai facilmente, sobretudo quando está ocupado com algo que pode garantir o seu futuro e o dos que o cercam.
  10. É um líder excepcional, porque gosta de lidar com gente e de incentivar nas pessoas e extrair delas o que têm de melhor.

E então, você consegue identificar em si mesmo todos esses atributos? Pode se considerar uma pessoa emocionalmente inteligente? Se ainda não, trate de trabalhar para desenvolver essas competências, que têm tudo para lhe serem muito úteis na preparação que o levará à conquista da tão almejada estabilidade financeira.

Vamos em frente, com o coração e as emoções à flor da pele, porém controladas e devidamente administradas, até a vitória final!

Quando eu digo controlar emoções, refiro-me às emoções realmente estressantes e incapacitantes. Sentir emoções é o que torna a vida rica.” Daniel Goleman

PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em minha página no Facebook e em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

Mais artigos para ajudar em sua preparação:

 


Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há quase 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

 

 

 


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