Nada supera o trabalho

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Vivemos em uma era, para dizer o mínimo, agitada. Num único dispositivo eletrônico, resolvemos inúmeras questões que antes tomavam significativa parte do nosso dia. Neste início de século, ações como pagar contas, pesquisar informações sobre um tema qualquer, falar com alguém que está do outro lado do mundo e pegar um transporte particular sem ter de brigar na rua por um táxi estão literalmente ao alcance da mão. O celular nos dá acesso até a uma inteligência artificial que nos deixa boquiabertos com suas respostas bem-formuladas e seus textos bem-construídos. Toda a recente evolução tecnológica que protagonizamos provoca o inevitável questionamento: será o fim do trabalho como o conhecemos?

A tecnologia do século XXI, sem dúvida, facilita nosso dia a dia. Graças a ela, temos tempo para aproveitar melhor o que de fato importa na vida, como ficar com a família, fazer um jantar especial, curtir algumas horas a mais de lazer, ler um bom livro… Parece perfeito, mas a perfeição também cobra um preço. É tão fácil se acostumar com a agilidade do mundo contemporâneo que, se algo sai do previsto e demora um pouco mais para acontecer, a ansiedade – e às vezes até a raiva – vem com tudo. E é aí que vejo um grande problema do nosso tempo: percebo certa tendência das pessoas de superestimarem o que podem fazer em um ano e simultaneamente subestimarem por completo o que podem fazer em uma década. Não deveria ser assim, mas o longo prazo foi alçado a algo distante demais neste mundo marcado pela celeridade e pelo imediatismo.

A verdade é que nada, nada mesmo, supera o trabalho e o esforço contínuos e com foco no longo prazo.

Há uma frase, atribuída ao pensador e escritor Coleman Cox (1779-1852), que ilustra perfeitamente o que quero dizer: “Acredito firmemente na sorte. Quanto mais me empenho no meu trabalho, mais pareço tê-la.” Quem me acompanha aqui no blog sabe como sempre precisei ter muita fé e confiança em um futuro melhor para levar adiante a ideia de fundar o Gran. Meu sócio, Rodrigo, e eu estivemos à beira do colapso no início, quando as dificuldades eram muitas e de toda a ordem. Lembro bem de uma noite, ali pelo fim de 2014, em que, dirigindo para casa depois de outro dia difícil, desatei a chorar, preocupado por não saber se conseguiríamos honrar todos os compromissos da semana seguinte. Durante alguns minutos eu me senti um fracassado, mas logo me recompus, ciente de que o jogo não estava perdido.

Então, nos últimos 10 anos, trabalhei uma quantidade absurda de horas. Tem sido uma década de dedicação quase absoluta à empresa, de segunda a segunda, 14 a 16 horas por dia, rotina que só vim a flexibilizar depois que conheci a Vivi – assim mesmo, só porque as coisas já tinham melhorado um pouco e a empresa já contava com uma estrutura maior. Não recomendo a ninguém o que fizemos, Rodrigo e eu, mas não havia alternativa. Era isso ou deixar a companhia afundar.

Para piorar, havia as maledicências. Sei de gente que me chamava de “pobre menino rico”. Ora, deviam pensar, como eu, cuja criação foi mesmo muito acima da média brasileira, lidaria com o possível abismo financeiro para o qual rumava? Escutar gracejos desse tipo obviamente não é agradável, mas tudo bem; os outros não têm a menor noção do que você ou eu estamos passando. Por isso mesmo, o lema precisa ser simples: faça o seu trabalho. Se ele for feito com ética, esmero e constância, renderá frutos, ainda que talvez não no tempo que planejávamos.

“O trabalho sempre vence”, aprendi cedo com meu pai, e eram essas as palavras que ecoavam na minha mente naquele período complicado. Então, tratei de conjugar minha fé com minha dedicação ao trabalho, e hoje aqui estamos, com a nossa recém-lançada Gran Faculdade oferecendo graduações inovadoras, que têm tudo para transformar a vida de muita gente, e posicionados na absoluta liderança do segmento de preparação para concursos e provas.

Nos EUA, é comum ouvir a expressão “work smarter, not harder”, que, em livre tradução, significa “trabalhe de maneira inteligente, e não em mais quantidade”. Mas sempre pensei: por que não juntar as duas coisas? Obviamente, temos de ser cautelosos quanto aos nossos limites, pois a rotina precisa ser sustentável. Felizmente, a maturidade vai aumentando nossa sabedoria na gestão do tempo, e hoje posso dizer que levo uma vida bem mais equilibrada e sigo produzindo mais do que nunca.

O fato é que aprendi na prática que o trabalho realmente transforma. Ele nos faz crescer e prosperar. Se a humanidade pode hoje usufruir de qualidade de vida inimaginável 200 anos atrás, deve isso ao trabalho coletivo. Você, estudante, concurseiro ou graduando, tem de entender o estudo como um trabalho. Esse é o seu trabalho. E digo mais: um dia de estudo sério e sem distrações é mais cansativo do que um dia de trabalho regular. Manter-se cem por cento focado em um material denso de leitura drena muita energia. Não é nada fácil, então não desvalorize o seu esforço, muito menos subestime o quanto sua vida pode mudar na próxima década se você começar a agir para isso hoje.

O Gran surgiu como uma árvore que deita raízes e cresce robusta apesar das intempéries. Ventos fortes, raios, tempestades e enchentes vieram e se foram, deixando um legado de força e resiliência, união e competitividade. Aqui sabemos que as dificuldades nos preparam para outras maiores que o futuro talvez nos reserve.

É com esse espírito que dizemos: confie no poder do seu trabalho dedicado, cirúrgico e paciente. Faça sua parte em silêncio e com persistência, pois uma hora o seu trabalho árduo há de se encontrar com a oportunidade.

Vamos juntos, apreciando e aproveitando o que já temos, mas seguindo no trabalho duro, a fim de que a colheita seja farta.

“O impedimento para a ação promove as ações. O que está em seu caminho torna-se o caminho.” – Marco Aurélio, imperador romano

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