“O serviço público é o patrimônio dos que não têm patrimônio.” Celso de Mello, ministro do STF
Por certo, você, amigo leitor, conhece o ditado “Não existe almoço grátis”. A frase dá título a uma das obras do professor Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1976, para desmentir a máxima de que o governo pode gastar à vontade sem que alguém tenha de pagar por isso. Aprendi sobre esse conceito ainda nos bancos da universidade, com meu professor de economia, e nunca mais esqueci a lição.
O adágio popularizado por Friedman remete a uma prática que teve início em meados do século XIX, nos EUA, onde era comum bares oferecerem gratuitamente o almoço aos clientes, desde que eles consumissem bebidas, de margem mais lucrativa do que a refeição. O anúncio “ALMOÇO GRÁTIS” chamava a atenção de quem estivesse passando por ali e, por vezes, levava o cliente a gastar mais do que se ele pagasse apenas pela comida. Evidente prática de venda casada, proibida no Brasil pelo Código do Consumidor (art. 39, I), essa tática para atrair clientes ilustra bem a ideia de que literalmente não existe almoço grátis, já que, na verdade, paga-se por ele de forma indireta e muitas vezes com desembolso até maior do que o valor direto do produto.
A verdade, caro leitor, é que, quando se trata de finanças, sempre existem custos, por mais camuflados que eles sejam. Tudo na vida tem um preço. Às vezes ele é oculto, outras vezes é pouco óbvio; a única certeza é de que alguém está pagando, mesmo que esse alguém não seja você. O pagamento pode ser feito em dinheiro, em esforço, em favores, em atenção, em tempo – o mais valioso dos recursos – ou em qualquer outra moeda de troca; mas ele tem de ser feito.
Refletindo sobre essa verdade universal, tentei avaliar como ela se aplica a outros aspectos da vida e, em particular, ao contexto de quem estuda para concurso público. Cheguei à conclusão de que, se quisermos traduzir o ditado original para a nossa realidade, podemos reescrevê-lo da seguinte forma: “A vitória está reservada àqueles que estão dispostos a pagar o preço”. A adaptação inclui lição extraída da atemporal obra “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, cuja leitura é, aliás, altamente recomendável para qualquer um que esteja envolvido com projetos que demandem preparação e foco.
Acredito que agora você já seja capaz de imaginar qual será o paralelo que farei hoje com o instituto do concurso público. Sim, se não existe almoço grátis para ninguém, por que seria diferente no serviço público brasileiro?
Aqui, no Gran Cursos Online, já estamos até acostumados a ouvir – e a ler – o desabafo de alunos cansados, falando a respeito do sacrifício que o estudo para concurso requer. Muitos concurseiros lamentam o tempo todo como é difícil e custoso se dedicar à realização de um projeto como esse. Sempre que vejo uma nova mensagem desse tipo, fico me perguntado se seu autor achava mesmo que seria fácil. Será que um concurseiro acredita de verdade que alguém – no caso, a sociedade brasileira – pagaria uma bela remuneração de 5, 10, 15 ou mais de 20 mil reais sem exigir em troca algo de valor proporcional?
Amigo leitor, é evidente que a missão será difícil – muito, muito, muito difícil! Afinal, ninguém recebe tão boa remuneração sem se esforçar ao extremo, sem apresentar ótimos resultados em contrapartida. Apenas em situação imoral ou ilegal que se poderia ganhar tão bem sem esforço algum. Todo concurseiro precisa aceitar essa verdade antes de dar início a mais um ciclo de lamentações.
Apresso-me em fazer uma ressalva, pois temos de ser justos: no caso de quem estuda para passar em concurso público, o almoço pode não ser grátis, mas é até barato. Na maioria dos casos, é possível ser aprovado em um excelente concurso com relativamente pouco tempo de estudo e baixo investimento, que costuma corresponder a alguns meses – ou até menos – da remuneração do cargo pretendido.
Vejamos um exemplo: nosso curso online para técnico do TRF da 1ª Região custa 12 vezes sem juros de R$ 49,90, ou seja, menos de 10% da remuneração de um único mês de quem exerce o cargo. Você conhece algum investimento que ofereça tão alto retorno? Eu não. Se você conhece, por favor, compartilhe comigo, porque serei o primeiro interessado a investir agressivamente nesse negócio. Rs.
Uma observação importante: não basta se esforçar muito só até passar. É preciso trabalhar bastante, de maneira dedicada e apaixonada, antes e depois da posse no cargo público. Todos nós sabemos que o Brasil está carente de servidores do público, de profissionais eficientes, vocacionados e focados no cidadão-cliente. Só quando nosso corpo de servidores públicos for assim, teremos condições de efetivamente combater a corrupção e de prestar serviços de qualidade à nossa combalida população, tão carente de apoio do governo.
Como qualquer brasileiro, também eu me sinto verdadeiramente frustrado quando compareço a uma repartição pública e sou mal atendido por um servidor. É terrível e de uma injustiça inominável ser desrespeitado como contribuinte e ignorado como cidadão e patrão de todos os agentes públicos. Mas é claro que nem tudo é tão ruim. Existem, sim, centros de excelência na Administração Pública, assim como há varas da justiça com pessoal altamente competente e dedicado. Nem por isso podemos menosprezar a desorganização de outras e a falta de proatividade e de comprometimento que caracteriza muitos dos trabalhadores que deveriam nos atender bem nos órgãos e entidades da esfera pública.
Por que será que ocorrem esses extremos, uma vez que os servidores de carreiras idênticas ganham as mesmas remunerações, têm os mesmos benefícios e foram aprovados em concursos igualmente concorridos, nos quais tiveram de demonstrar capacidade e aptidão para ocupar função pública? Penso que a resposta está na liderança, na gestão de pessoas responsáveis e zelosas pelo bem comum e pelo encantamento dos usuários.
Em outra oportunidade, comentamos como cada servidor “deve fazer o seu melhor com as condições que tem, enquanto não tiver as condições ideais para fazer melhor ainda” (leia AQUI o artigo). Agora, alertamos, na mesma linha, que não existe almoço grátis no serviço público. Quando a sociedade perde por falta de empenho dos servidores, todos perdem, inclusive estes.
Portanto, é importante o servidor sempre trabalhar bem, a fim de que a sociedade fique satisfeita com os seus serviços. Atender ao público com qualidade e dignidade é a contribuição mínima que todos que trabalham para o governo devem oferecer para ajudar o País a ser mais próspero. Aliás, o servidor só tem a ganhar com isso: se o país prospera, há mais dinheiro em caixa, o que garante a continuidade das boas remunerações ofertadas no serviço público, em média já bem mais altas do que as da iniciativa privada.
Retomemos, pois, o adágio de Milton Friedman para lembrar que o governo precisa, sim, produzir; do contrário, alguém pagará a conta, e todos nós podemos ser prejudicados, o que inclui o servidor público acomodado. O trabalho, no serviço público, tem de ser um jogo de ganha-ganha: ganha o servidor; ganha a sociedade; ganha o País, nosso amado Brasil.
Por isso, amigo concurseiro, estude muito, trabalhe duro, dê o seu melhor e pague o preço, tanto agora, como depois. A consequência será o sucesso profissional e pessoal.
Então, sem mais reclamações. Combinado? Agora você sabe que o almoço não é grátis, mas é relativamente barato.
Conte sempre com este empreendedor e com a nossa profissional e apaixonada equipe de colaboradores. Estamos sempre prontos a ajudar você a se tornar o servidor que quer e do qual o Brasil precisa.
“O homem que não luta pelos seus direitos não merece viver.” Rui Barbosa
Bons estudos e GRAN sucesso,
PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em minha página no Facebook e em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.
Mais artigos para ajudar em sua preparação:
- Conversa de jovem para jovem!
- O poder do pensamento positivo nos concursos e na vida
- Acredite: Agora é a melhor hora para você estudar para concursos públicos
- A inteligência emocional em benefício do concurseiro
- Sem sacrifício, não há recompensa!
- Deseje, mentalize e receba!
- Dicas de quem chegou lá
- Cultive a atitude da gratidão
Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
Comentários (27)