O que você precisa saber sobre mais algumas vacinas que compõe o calendário de vacinação infantil

Explorando as vacinas essenciais do calendário infantil, este artigo destaca a importância da imunização precoce.

Avatar


29 de Fevereiro3 min. de leitura

Olá pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Concursos.

O presente artigo dará continuidade à nossa sequência de estudo sobre as vacinas que compõe o calendário de vacinação infantil. Se você ainda não leu o primeiro artigo, não deixe de conferir (https://blog.grancursosonline.com.br/calendario-vacinacao-infantil/). Nele, eu abordo em detalhes tudo que você precisa saber para não errar na sua prova, sobre as vacinas aplicadas no bebê, ao nascer.

Agora vamos avançar para as vacinas aplicadas no bebê aos 2 meses de vida, e já te adianto: são várias e com uma cobertura contra diversas bactérias e vírus. Portanto temos bastante conteúdo para revisar. Está pronto (a)?

A vacina Pentavalente é um imunizante aplicado por via intramuscular, que confere proteção contra cinco doenças, que são: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B.

A Difteria é uma doença transmissível e causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae que atinge as vias aéreas superiores, causando a formação de placas na cor branco-acinzentada nas amígdalas e adjacências. A identificação do bacilo diftérico pode ser feita pela na coloração de Gram, com a visualização de bacilos Gram-positivos em uma distribuição de “caracter chinês” ou “asa de gaivota”. 

Porém, cabe destacar uma outra coloração que pode “te pegar” na hora da prova. Estou falando da Coloração de Albert-Laybourn, que baseia-se no fato de que algumas bactérias, como Corynebacterium diphtheriae, apresentam corpúsculos citoplasmáticos localizados nas regiões polares, os chamados corpúsculos metacromáticos ou corpúsculos de Babes Ernst, que se coram pelo Lugol forte (de cor marrom), se evidenciando, em contraste com o corpo bacilar, que se cora em verde-azulado pela solução de Laybourn. 

A Difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar algumas complicações, como insuficiência respiratória e renal, problemas cardíacos e neurológicos. Felizmente, após o surgimento da vacina, casos de difteria se tornaram muito raros no Brasil. 

O Tétano é uma doença grave, não contagiosa, causada pela bactéria Clostridium tetani, que pode estar presente contaminando diversas superfícies, como fezes, terra, galhos, água suja e poeira (e não apenas no prego enferrujado, como se acredita por aí, sabia?). Por meio de alguma porta de entrada, normalmente uma lesão ou ferimento na pele, a bactéria presente em alguma superfície que tenha contato com esta porta de entrada, dá início à infecção.

Trata-se de uma bacilo Gram-positivo, anaeróbio estrito, mas que produz esporos que permitem que ele consiga resistir em condições de aerobiose. Além disso, a bactéria também é capaz de produzir uma exotoxina que possui afinidade pelo sistema nervoso, fato este que explica a maioria dos sintomas apresentados pelos pacientes infectados, que podem inclusive levar à morte.

A Coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella pertussis, um pequeno cocobacilo Gram-negativo. A principal característica da doença são as crises de tosse seca, e a importância da vacinação reside no fato de que crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, também pode levar à morte.

Aqui faço uma pausa para dizer que normalmente estas três doenças são cobertas pela vacina tríplice bacteriana, cuja sigla é DTP (Difteria, Tétano, Pertussis). No caso do esquema vacinal de 2 meses, a DTPa se combina ainda com a vacina de Hepatite B recombinante e de Haemophilus influenzae B conjugada, formando a pentavalente, ok?

Os aspectos mais relevantes sobre a Hepatite B já foram abordados no nosso primeiro artigo, o qual referenciei logo no começo desta leitura. Se já esqueceu, volte lá para reler e relembrar o conteúdo. 

Seguimos então para as infecções causadas por Haemophilus influenzae, um cocobacilo Gram-negativo, que pode causar diferentes doenças infecciosas, desde pneumonias e sinusites, até meningites. A transmissão da bactéria se dá pelo contato com pessoas infectadas, mesmo que não apresentem manifestações clínicas e a vacinação é a única forma de se prevenir contra a bactéria.

Agora vamos abordar a vacina VIP, sigla para Vacina Inativada de Poliomielite. Como o próprio nome diz, é um imunizante aplicado por via intramuscular, contra a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores. Como resultado da intensificação da vacinação, felizmente no Brasil não há circulação do poliovírus desde 1990.

A vacina pneumocócica 10-valente é um imunizante aplicado por via intramuscular, que confere proteção contra 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae, uma bactéria morfotintorialmente classificada como coco Gram-positivo, que causa infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda. Na rede particular, é possível encontrar a vacina pneumocócica 13-valente e ainda mais recentemente, a vacina pneumocócica 15-valente, em que a proteção se estende para mais sorotipos da bactéria.

Finalmente, a vacina Rotavírus humano G1P1 é um imunizante via oral, contra as doenças diarreicas agudas causadas pelo Rotavírus (vírus RNA). Pessoas de todas as idades são suscetíveis à infecção por rotavírus, no entanto, a gastroenterite, ou seja, a manifestação clínica, é mais prevalente em crianças menores de cinco anos e, se não tratada adequadamente, a rotavirose pode evoluir para complicações e quadros graves, que podem, inclusive, levar à morte.

Encerro te contando que este esquema vacinal receberá um reforço completo, aos 4 meses, quando se conclui a imunização no caso da VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) e da Vacina pneumocócica 10-valente. Já aos 6 meses, temos a terceira dose (segunda dose de reforço), porém apenas para a vacina Pentavalente e a VIP. 

Vamos dar mais uma pausa para você assimilar bem o conteúdo, pois este é apenas o segundo artigo da sequência em que abordaremos todo o calendário vacinal! Ainda vem muito conhecimento pela frente! Um forte abraço e até a próxima!

Avatar


29 de Fevereiro3 min. de leitura