“A vida de um homem é aquilo que seus próprios pensamentos constroem.” – Marco Aurélio, filósofo e imperador romano
É do senso comum – e já confirmado pela ciência – que experiências, imagens e eventos negativos são armazenados na memória com mais facilidade que estímulos positivos, os quais têm mais chances de serem logo esquecidos. As notícias ruins, por exemplo, você há de concordar comigo, logo se espalham, diferentemente das boas. Isso explica nosso péssimo hábito de sempre imaginar o lado ruim de tudo. Quem nunca se viu ruminando pensamentos negativos sobre algo? Até certo ponto, isso é normal, mas cuidado para não deixar que essa tendência defina quem você é. Tente se desintoxicar e mudar o foco, para o seu próprio bem e das pessoas a sua volta.
Sei que estamos todos atravessando um momento particularmente difícil. Não importa para onde olhemos, parece que, hoje em dia, a visão nunca é reconfortante. É exatamente por isso que bato na tecla de que temos de nos reinventar, adotando um estilo de vida que facilite a entrada de energia positiva em nossa rotina. Isso, é claro, se nossa intenção for mesmo sair de um círculo vicioso que não nos faz nada bem. Pensamento positivo, autoconfiança, comprometimento e alegria de viver são fundamentais para quem almeja tornar-se alguém de alta performance, um profissional bem-sucedidos, verdadeiro sobrevivente a situações de caos.
Ninguém tem poder de escolha quanto a boa parte do que acontece ou deixa de acontecer. Tampouco pode evitar os sentimentos que surgem em decorrência dos fatos. Por outro lado, todos temos enorme influência sobre a forma de lidar com essas emoções. A interpretação delas e a imposição de limites à forma como nos impactam cabe exclusivamente a nós. E saiba, meu amigo, minha amiga, que, quanto mais exercitamos essa faculdade de refletir sobre os sentimentos que tomam conta de nós, mais desenvolvemos nossa capacidade de ressignificá-los, mais amadurecemos nosso potencial de superar as decepções, que, afinal, fazem parte da vida.
Em outras palavras, você é, em grande medida, responsável por como se sente. Entenda: a familiaridade, o lugar-comum de suas emoções pode estar impedindo você de reconhecer o que há de belo no mundo. Quem está viciado em se sentir miserável dificilmente abrirá espaço para as riquezas da vida. Se o medo é o seu habitat, se está em sua zona de conforto, você tenderá a persegui-lo. Vai, então, encontrar algo para temer, sempre. Se já se acostumou a sentir-se frustrado, continuará atraindo mais e mais desencanto, seja por meio de comparações injustas, seja se impondo algum tipo de sobrecarga, seja criticando a si mesmo desnecessariamente. Se a sensação de rejeição já se tornou banal em seu dia a dia, você enxergará reprovação nos olhares dos outros até quando ela não estiver lá. Por que digo isso? Porque temos esse tipo de predisposição, que precisa ser rompida de forma consciente.
Reprogramar o foco talvez seja um dos maiores dons do ser humano. Não se trata de ser alegre o tempo todo, de pensar positivo como se estivesse desconectado da realidade. Ver perfeição em tudo é alienação. Todo mundo experimenta emoções negativas de vez em quando, e cabe a nós enfrentá-las. A questão é se inspirar no exemplo de pessoas que, em comum, conseguem direcionar conscientemente boa parte de seus pensamentos e comportamentos, assumindo mais positividade frente à vida e cultivando a felicidade apesar dos problemas.
Dominar os pensamentos é bem difícil, exige prática e disposição. É como criar um hábito: pode demorar semanas, meses de esforço e resiliência. Felizmente, à medida que avançamos, vamos notando a mente mais “leve”, menos preenchida por pensamentos negativos, até que chega o momento no qual nos vemos raciocinando com mais clareza e tomando decisões melhores. É como um lago poluído, cuja sujeira impede a visão do que está lá dentro, transformando-se em outro, de água cristalina, no qual se consegue enxergar não só os peixes nadando mas também as pedras que estão no fundo.
Para Sun Tzu, autor do clássico “A arte da guerra”, a batalha é ganha ou perdida antes mesmo de começar, condicionada que é ao planejamento e à visão dos generais. Um deles adotará a tática que o fará liderar o exército vencedor. Sem dúvida o plano adotado é fundamental, mas não podemos nos esquecer de que ele é fruto do que se carrega na mente. Quando predominam pensamentos negativos, memórias de eventos ruins e fracassos, baixamos a guarda, dando chance aos inimigos para que nos assombrem.
Brendon Burchard, professor e autor de best-seller com dicas para desenvolver alta performance, conta que todas as manhãs, enquanto está no chuveiro, se faz três perguntas, com a intenção de preparar a mente para um dia produtivo:
– Com o que posso me animar hoje?
– O que ou quem pode me atrapalhar, ou me estressar, e como devo reagir de maneira positiva, a partir do meu eu ideal?
– Quem posso surpreender hoje com um agradecimento, um presente ou uma palavra de reconhecimento?
Responder essas três perguntas logo cedo traz energia, entusiasmo, abrindo a mente para a esperança, a curiosidade, o otimismo. Todas, aliás, emoções que comprovadamente têm impacto positivo na saúde, ao diminuírem as taxas de cortisol e o estresse. O resultado? Maior longevidade, qualidade de vida e felicidade.
Então, caro leitor, se quer que tudo conspire para o seu bem, exerça sua habilidade de focar principalmente o que é positivo. Vai aqui um pedido de amigo: rompa com o que não é bom para você, libertando-se de amarras emocionais inúteis. Retome o controle sobre seu foco, sem medo de dar o próximo passo. Há, sim, coisas boas à frente. Não deixe o lugar conhecido minar a graça que existe em viver. Se perceber que está perdendo o rumo, pergunte-se se o seu foco emocional está alinhado com o que você busca. Faça ajustes, se necessário, e siga adiante. Agindo assim, não tem erro. O que você tanto procura talvez esteja logo ali, esperando apenas que você tire a venda dos olhos e veja.
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino digital.