Um grau a mais muda tudo

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11 de Julho de 2022

“Muitas das falhas da vida ocorrem quando não percebemos o quão próximos estávamos do sucesso na hora em que desistimos.” – Thomas Edison

Você sabia que a água só ferve quando atinge a temperatura de 100 °C? A 99 °C, ela está bem quente, mas ainda não o suficiente para ferver. Aumente-se apenas 1 °C, e, pronto, faz-se a mágica. Com o líquido em ebulição, surge o vapor, que, por sua vez, tem o incrível poder de impulsionar grandes máquinas, como uma locomotiva. Pra você ver a diferença que faz apenas um mísero grau Celsius… E, olhe, fenômenos como esse não ocorrem só na natureza, não; na realidade cada vez mais competitiva de hoje, um pequeníssimo esforço ou alguns minutinhos de estudo e dedicação a mais fazem toda a diferença nos resultados que um profissional ou um estudante pode alcançar.

Os exemplos são vários. Na última corrida de 100 metros rasos das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, o tempo que separou o primeiro lugar, Marcell Jacobs, do quarto, que nem sequer ganhou uma medalha, foi de, pasme, 0,13 segundo! Um piscar de olhos, e um atleta alcançou a glória enquanto outro ficou fora do pódio. Há mais: a diferença entre o vencedor dos últimos jogos olímpicos – que provavelmente você nem mesmo conhece – e o recorde mundial do mais famoso corredor de todos os tempos, Usain Bolt, é de apenas 0,22 segundo. São, portanto, duas piscadas que separam o último campeão olímpico do maior nome da história dos 100 metros rasos! Como se vê, um grau Celsius ou uma piscada de olhos muda tudo.

As Olimpíadas costumam ser mesmo palco para feitos espantosos assim, e a do Japão não foi diferente. Na natação, o saldo do primeiro colocado na prova dos 50 metros livres foi de apenas 0,5 segundo em relação ao quarto lugar. Na maratona feminina, disputa que impõe desgaste bem maior, dadas as mais de 2 horas de duração, a diferença entre ouro e prata foi de apenas 16 segundos, e entre a primeira e a quarta colocada, que não teve o gostinho de ganhar uma medalha, foi de 1 minuto e 18 segundos. A prova, cabe lembrar, tem 42 quilômetros!

No mundo dos concursos é bem parecido. Não raro um único item de uma das provas pode significar a aprovação ou a reprovação, sobretudo se o candidato está na berlinda entre ficar dentro das vagas ou não. E eis que aquela questão derradeira, aquela única assertiva que ele não sabia dizer se era certa ou errada conduz ao insucesso completo… Não importam as horas dedicadas à preparação, tampouco os fins de semana sacrificados em nome da empreitada; uma só questão, uma fração de ponto em uma única prova pode mudar tudo. Um grau Celsius.

É seguro, portanto, deduzir que, para conquistarmos o que nunca tivemos, precisamos também fazer o que jamais fizemos. Temos de superar nossos limites e ir além do que hoje conseguimos realizar. Em vez de nos contentarmos em agir da forma quase ideal, devemos perseguir o máximo, isto é, os 100 °C de atitude, os 100 °C de fé, os 100 °C de bondade, os 100 °C de foco, os 100 °C de perseverança. Noventa e nove graus Celsius não bastam. Nesse contexto, proponho uma reflexão: na sua vida, em que você poderia aumentar um grau de temperatura? Melhor ainda: em que você precisa aumentar um grau de temperatura para finalmente chegar aonde alega que pretende chegar?

Costumo dizer aos colaboradores do Gran que o segredo está nos detalhes. Aquele passo a mais, aquele olhar atento, aquele esforço extra, aquela funcionalidade inesperada, tudo isso pode parecer, de início, irrelevante, mas o tempo mostrará que não é. No meu universo de empreendedor, não tenho nenhuma dúvida: o que separa empresas extraordinárias, com potencial para mudar o mundo, daquelas que são apenas boas é a soma de vários pormenores. Pormenores como a ferramenta que incluímos na plataforma do Gran a fim de que os alunos possam deixá-la no modo escuro ou mudar o player de videoaulas, uma vez que alguns deles preferem opção diversa da padrão. Ora, se já disponibilizamos recursos eficientes o bastante em nosso sistema, então por que nos preocupamos com mais isso? Porque, meu caro, o diferencial está no detalhe, na minúcia. Está naquele atendimento que faço, às vezes no sábado à noite, ao receber de um aluno uma mensagem desesperada no Instagram. Alguns dirão que esse não é um bom uso do tempo do presidente de uma edtech com 900 colaboradores e quase 500 mil alunos, mas, de novo: o diferencial está no detalhe, na minúcia, no pormenor. Para mim e, por extensão, para o Gran, cada vida importa. Há quem considere irrelevante esse tipo de cuidado com os pequenos desejos dos alunos; já eu o vejo como o que nos destaca no mercado.

O ponto central da discussão acerca da temperatura da água que colocamos para ferver é que às vezes estamos muitíssimo perto da ebulição e não fazemos ideia disso. Na caldeira da vida, é difícil identificar apenas pela visão em qual temperatura estamos. Alguns de nós batalham meses, talvez anos, mas sentem que o progresso não chega como e quando gostariam que chegasse. Então cometem o erro de desistir sem saber que já atingiram os 99 °C, ou seja, estão absurdamente próximos do ponto de virada. Como dizia Thomas Edison, um dos maiores inventores de todos os tempos, “muitas das falhas da vida ocorrem quando não percebemos o quão próximos estávamos do sucesso na hora em que desistimos.”

Veja bem, amigo leitor, nem sempre você será capaz de aumentar a temperatura a ponto de atingir a fervura em tudo que fizer. Eventualmente você pode nem perceber como falta pouco para suas ações entrarem em ebulição e começarem a impulsionar a grande locomotiva que é a sua vida. Isso, no entanto, não é desculpa para você simplesmente deixar de tentar. Lembre-se: 99 °C é melhor do que 0 °C. Água quente tem bastante utilidade, sobretudo porque pode estar a apenas um grau de mudar tudo.

Está na hora de aumentar a temperatura da sua caldeira até que o trem da sua vida comece a se mover na direção que você planejou. Fique firme na busca pelos 100 °C em tudo que você faz. Talvez você esteja mais perto deles do que imagina.

Referência:

PARKER, Sam; ANDERSON, Mac. 212 The Extra Degree. Sourcebooks. Kindle Edition.

 

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