Concursos públicos e o mundo mágico da literatura!

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Você costuma ler ou tem interesse por Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Clarisse Lispector, entre outros autores da literatura brasileira? É comum encontrar pessoas que não gostam ou não manifestam interesse algum por acharem a escrita complexa e de difícil compreensão. Por outro lado, tem aqueles que se apaixonam pela literatura e se tornam adeptos da prática de ler durante toda a vida.

Este deveria ser o caso de todos os estudantes, você sabia? A Literatura é a criação e composição de textos que podem abranger diversos tipos de produções. É responsável por promover grandes aprendizados, ensinado a ler e interpretar as diversas formas de escrita, da mesma forma que ensina e estimula a escrever de formas diferentes. Além de tudo, é uma matéria que costuma ser cobrada com frequência nas provas dos concurseiros de plantão.

Segundo a professora de Língua Portuguesa do Gran Cursos, Viviane Faria, a Literatura sempre caiu em provas de certames públicos. “A Literatura – e nisso incluem-se tanto a prosa quanto a poesia – sempre foi recorrente em provas para concurso. Quando os examinadores selecionam textos para criar questões, eles têm diante de si um universo de letras para escolher e, nesse universo, existe uma galáxia mágica repleta de encanto e ritmo, conhecida como a ‘Arte da Escrita’”, afirma.

“A Literatura é arte, o que, além de lhe proporcionar a liberdade criativa, dá ao escritor o ‘poder’ de mexer com os sentidos e isso é feito, na escrita, pelo uso do sentido conotativo, pelas figuras de linguagem. As dezenas figuras de linguagem, ou figuras de estilo, provocam um olhar imaginativo no texto, uma forma diversa da tradicional de se analisar”, analisa a especialista.

Aprender literatura é essencial. Muitas pessoas acham que não usarão mais essa matéria depois do ensino médio, mas, dependendo da área que vão escolher, ela será muito útil. A leitura frequente amplia o vocabulário e aprimora a escrita. Além disso, na maioria dos concursos, é uma matéria frequentemente cobrada, mediante textos de autores que provavelmente foram estudados em sala de aula durante o ensino médio.

Aprendendo a interpretar

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa em provas relacionadas a concursos públicos.  Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

Fique atento!

O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideais secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Condições básicas para interpretar

a) Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
Observação: na semântica  (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

c) Capacidade de observação e de síntese; e

d) Capacidade de raciocínio.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Não se deve dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

Definindo textos literários

A Literatura, assim como toda arte, é uma transfiguração do real, isto é, a realidade recriada por meio do espírito do artista vivendo em seu tempo. O artista, de acordo com sua ideologia, submetido a um contexto histórico, político e social, realiza um trabalho especial, cuja matéria-prima é a própria palavra.

Em todo esse manejo, predomina a função poética da linguagem, na qual a intenção do emissor, no caso o artista, é voltada para a própria mensagem, seja na estrutura ou na seleção e combinação das palavras, a fim de atingir plenamente seu objetivo “artístico”.

Com base nesses pressupostos, você terá condições de entender alguns dos objetivos referentes ao processo pelo qual passará, tendo em vista a capacidade de:

  • Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
  • Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
  • Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
  • Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Confira as características dos autores mais cobrados em provas de concursos:

Carlos Drummond de Andrade

Nasceu em Itabira do Mato Dentro (MG), em 31 de outubro de 1902. Desde 2011, Carlos Drummond de Andrade ganhou o Dia D, inspirado no Bloomsday, o dia dedicado ao escritor irlandês James Joyce. A data, 31 de outubro, aniversário do poeta, é comemorada no Brasil e em Portugal.

Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886. Na sua poesia, Bandeira abandonou o tom retórico de seus antecessores e usou a fala coloquial para tratar de temas triviais e eventos do dia a dia, com objetividade e humor. Colaborador em vários jornais durante toda sua vida, produziu inúmeras crônicas e crítica artística. Foi ainda antologista (Antero de Quental, Gonçalves Dias), historiador literário (Noções de História das Literaturas) e biografista.

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21.06.1839. Publicou seu primeiro poema intitulado “Ela”, na revista Marmota Fluminense. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente. Machado de Assis também escreveu contos, tais como: “Missa do Galo”, “O Espelho” e “O Alienista”. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.

Mario de Andrade

Nasce Mário Raul de Moraes Andrade, no dia 9 de outubro. Foi um poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, professor universitário e ensaísta, considerado unanimidade nacional e reconhecido por críticos como um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX.

Oswald de Andrade

Um dos principais literatos do modernismo no Brasil, José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1890. Em 1916, deu início ao livro Memórias Sentimentais de João de Miramar. Além da inovação estética em seus livros, Oswald de Andrade foi o precursor de perspectivas totalmente inexploradas pelo teatro brasileiro.

Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu aos 12 de setembro de 1831, em São Paulo. Inspirado pela literatura de Lord Byron e Musset, Álvares de Azevedo impregnou suas poesias com ares sarcásticos e irônicos e com ideais de autodestruição, morte, dor e de uma visão de amor irreal e idealizado por donzelas virgens. Além disso, seus poemas de temáticas de frustração e sofrimento ganham um ar melancólico por lembranças da infância, da mãe e da irmã.

Dica!

Concurseiro, seja lá qual for a disciplina, para obter êxito em um concurso público é preciso se dedicar a todas, e são muitas, principalmente se o cargo trouxer consigo uma gama de exigências de conhecimentos específicos. Porém, como o professor Granjeiro sempre costuma dizer, para transformar o impossível em possível, algumas regras devem ser observadas pelo candidato a concurso público: “Estudar com método e metas e praticar exercícios constantemente são estratégias fundamentais para o crescimento profissional e a realização pessoal”.

“O genial cearense José de Alencar disse certa vez que o sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos no mínimo fará coisas admiráveis. Concordo em gênero e número com o autor de O Guarani, obra-prima da literatura brasileira”, analisa o professor.

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