Entre a fragilidade e a força

Este artigo aborda a resiliência humana diante de desafios e a importância da solidariedade em tempos difíceis, como a tragédia no Rio Grande do Sul.

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Não sei dizer por que coisas ruins acontecem com pessoas boas. Também não faço ideia de por que alguns desafios aparentemente insuperáveis teimam em surgir em nosso caminho. Sobretudo, não sei explicar por que alguns de nós começam sua jornada tão mais atrás que outros. Essas são questões complexas para as quais talvez eu nunca encontre respostas. O que eu sei, contudo, é que somos seres frágeis. Também sei que, embora soe paradoxal, é nessa vulnerabilidade que reside a nossa verdadeira força. Não fosse essa condição, tão inerentemente humana, seríamos como robôs: sem sentimentos, sem expressão, sem… vida. Assim, enquanto estivermos respirando e com alguma energia, poderemos sempre nos reerguer, fortalecidos e prontos para seguir impactando positivamente todos ao nosso redor. 

Comecei nossa conversa de forma um tanto soturna por causa dos nossos amigos gaúchos, que estão enfrentando uma das maiores catástrofes da história do nosso país. São centenas de milhares de famílias em sofrimento, e eu não poderia deixar de falar sobre isso; afinal, a dor dos nossos irmãos do sul é também a nossa. Vou tentar, porém, fazer uma abordagem um pouco mais otimista sobre o assunto, que domina há mais de uma semana o noticiário e nossos corações.

Partirei, então, da sabedoria milenar encontrada na filosofia estoica, que ensina a enxergar nas dificuldades, em vez de barreiras insuperáveis, oportunidades para desenvolvermos virtudes como perseverança e resiliência. Para Epicteto, um dos pilares dessa escola do conhecimento humano, “não são os acontecimentos em si que nos perturbam, mas a interpretação que lhes damos”. 

Essa noção encontra eco na lição de Viktor Frankl, um sobrevivente do Holocausto, que, em sua obra “Em busca de sentido”, fala do poder transformador da nossa reação aos desafios da vida. Como ele relata, as terríveis experiências em campos de concentração nazistas lhe ensinaram que, entre um dado estímulo e a nossa resposta, existe um espaço. Nesse espaço, segundo ele, exercemos a liberdade de escolher a nossa resposta, e é aí que reside o nosso maior poder. 

A neurociência moderna, ampliando essa perspectiva, mostra como somos capazes de nos adaptar ao estresse graças a um mecanismo chamado “neuroplasticidade”. Estudos indicam que, ao superarmos uma adversidade, o nosso cérebro se remodela de forma a aumentar a nossa habilidade de lidar com situações semelhantes no futuro. Esse fenômeno não apenas endossa a tese do crescimento pós-traumático como também revela que somos, em grande medida, arquitetos da nossa própria resiliência psicológica.

Para os concurseiros, a imensidão do material de estudo e a implacável pressão do tempo até a prova podem parecer esmagadoras. Aqui, a fragilidade se manifesta como um lembrete da nossa humanidade, em todas as suas limitações. Curiosamente, porém, quem é humilde o bastante para reconhecer essas deficiências encontra aí a chave para superá-las. Não é difícil: ao admitirmos nossos pontos fracos, passamos a enxergar exatamente o que precisamos mudar.

É essencial cultivar uma perspectiva centrada, compreendendo que os concursos públicos são meramente uma fase dentro de um percurso muito mais extenso e rico que integra nossa vida e trajetória profissional. Essa perspectiva abrangente permite perceber os desafios como os obstáculos passageiros que são. Ao associarmos cada prova e cada dificuldade no estudo a etapas de um projeto mais amplo, nossa disposição em persistir é fortalecida, e nos munimos da tenacidade necessária para enfrentar e superar os próximos desafios com renovada determinação. 

Então, diante de uma dificuldade, faça uma pausa, respire fundo, analise as opções e faça a sua escolha. Essa pausa consciente permite transformar o desafio em oportunidade para aprimorar, por exemplo, as suas técnicas de estudo. Avance com a confiança de quem sabe que, na prova da vida, não é a vitória que nos define, mas a coragem de enfrentar as nossas limitações. Essa é a essência da verdadeira conquista.

Por fim, faço um pedido. O desastre no Rio Grande do Sul afetou quase 2 milhões de pessoas e impactou 90% dos municípios da região, destruindo lares, ceifando vidas e desalojando centenas de milhares. Num momento assim, a fragilidade humana é exposta de maneira crua e dolorosa, despertando um sentimento de impotência que ultrapassa fronteiras e atinge a nação toda. São de partir o coração as imagens que têm vindo a público. 

Agora, mais do que nunca, é hora de ajudar com toda a nossa generosidade. O GRAN já fez contribuições, e decidimos que 100% do valor das vendas na nossa lojinha serão doados ao S.O.S Rio Grande do Sul. Nela, você encontra livros, canecas, camisetas, moletons e muito mais. Como o GRAN vai arcar com 100% do custo, na prática você estará doando o valor e ganhando um item em troca. Confira AQUI.

Você também pode contribuir diretamente ao S.O.S Rio Grande do Sul. O CNPJ 92.958.800/0001-38 é o PIX de uma conta segura que dispõe de um comitê gestor formado por entidades públicas e privadas responsável por definir ações, medidas e critérios de distribuição das doações. Além disso, tudo será fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado.

Confira os integrantes do comitê gestor:

Setor público

• Gabinete do Governador;

• Gabinete do Vice-Governador;

• Procuradoria-Geral do Estado;

• Secretaria de Desenvolvimento Econômico;

• Casa Militar;

• Secretaria de Logística e Transportes;

• Secretaria do Desenvolvimento Social;

• Secretaria da Habitação e Regularização Fundiária; e

• Tribunal de Contas do Estado.

Setor privado

• Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul;

• Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs);

• Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS);

• Central Única das Favelas (Cufa);

• Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS);

• Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs);

• Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio);

• Fundação Marcopolo;

• Instituto Elisabetha Randon;

• Lions Club;

• Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção do Rio Grande do Sul (OAB/RS);

• Rotary Club; e

• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS).

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