Talvez soe estranho, mas sabia que cabe a você escolher quais dificuldades enfrentar? Acompanhe o meu raciocínio. Estudar é difícil? É. Dizer “não” é difícil? É. Manter a disciplina nos estudos, dói? Muitas vezes, sim, especialmente quando se está cansado ou convalescente. Preparar-se para concurso público é chato? Na maioria das vezes. Não ter um bom emprego é ruim? Certamente. Em muitos casos, chega a ser desesperador. Ficar sem dinheiro é complicado? Bastante. Não desejo a ninguém o sufoco de ir se deitar à noite sem saber como vai pagar as contas que vencem no dia seguinte.
É justamente pelo fato de tantas coisas serem difíceis que é salutar enfrentá-las com sabedoria, escolhendo qual encarar de cada vez. A dificuldade de dedicar aos estudos o dia inteiro hoje pode evitar a dificuldade do aperto financeiro amanhã. A tristeza de renunciar a prazeres momentâneos e negar convites dos amigos no presente pode resultar em mais tempo para o lazer no futuro. A dor de se ver obrigado a superar obstáculos diários em um projeto complexo como o de se preparar para concurso público pode dar ao sucesso alcançado um gosto ainda mais especial. O medo inerente à travessia do deserto pode fazer surgir força e coragem de onde nem se imagina, tudo para evitar as restrições de quem segue apenas sobrevivendo, parado, no meio do nada. Escolha bem. Não é fácil, é claro, mas é salutar.
Às vezes agimos como crianças, você e eu. Sabemos o que é bom para nós, mas não caminhamos nessa direção. Temos plena consciência de que o nosso futuro depende do que construímos hoje, mesmo assim procrastinamos. É normal. Isso não faz de nós as piores pessoas do mundo, mas temos de assimilar o óbvio: não somos mais crianças. Garotinhos e garotinhas não entendem bem as consequências dos seus atos. Se querem um doce, por exemplo, esperneiam para conseguir, não importa o quanto os pais expliquem como a guloseima faz mal à saúde. Querem porque querem e desafiam o mundo até sua vontade ser atendida. Se ninguém impedir, comerão aquilo todos os dias, simplesmente porque não compreendem a dimensão dos problemas que podem vir a ter quando adultas em razão de tanto descuido na infância. Em resumo, não sabem lidar com as dificuldades do momento e menos ainda se prevenir contra as futuras. Já falamos, AQUI, do experimento do marshmallow, que ilustra bem isso. Você, no entanto, não tem mais 7 anos de idade e precisa demonstrar discernimento, começando o quanto antes a fazer o certo.
No canal Imparável, batemos um papo bem bacana com a professora e consultora da Câmara dos Deputados Mariana Barreiras. Ela deu vários conselhos interessantes. Um deles foi para olharmos dentro de nós mesmos, nos conectando com os nossos maiores sonhos e desejos e esquecendo um pouco o que acontece lá fora. Ela acha importante darmos menos atenção sobretudo ao que vemos nas redes sociais, onde o mundo parece perfeito, com apenas alegria, conforto, luxo, e zero problema. É preciso ter cuidado com a tecnologia, que é um prato cheio para a mente divagar – e estudantes que divagam demais compreendem de menos o que precisam aprender para conquistar a estabilidade financeira, alertou.
“Olhe para dentro de si como um adulto, uma pessoa que sabe o que quer, com responsabilidade, e escolha as batalhas que quer enfrentar”, orienta. A sugestão é no sentido de não nos iludirmos nem nos enganarmos. Se não estivermos cem por cento envolvidos em um dado projeto, dispostos a superar cada um dos obstáculos que inevitavelmente surgirão no caminho, então é melhor procurarmos algo diferente e que seja mais do nosso interesse. O seu foco é a sua realidade, e esta deve se resumir à dificuldade que você escolheu para combater. Em outras palavras, escolhida a batalha, entre nela de corpo e alma, ignorando o que os outros pensam das suas decisões.
Tendo consciência de suas escolhas, em algum momento você experimentará a sensação de estar sendo ajudado. É como se tudo fosse se alinhando. Demora um tempo, mas acontece, acredite. Compartilho, a esse respeito, reflexão do escritor norte-americano Joseph Campbell (1904-1987): “(…) tenho até uma superstição que desenvolvi como resultado da ação constante dessas mãos invisíveis: ao seguir sua felicidade, você se coloca numa espécie de trilha que sempre esteve ali, à sua espera, e a vida que você deveria viver é a mesma que está vivendo. Quando consegue enxergar isso, você começa a encontrar pessoas que estão no campo da sua felicidade, e elas abrem portas para você. Eu costumo dizer: persiga a sua felicidade e não tenha medo, então portas se abrirão onde você nem sequer sabia que havia portas.”
Se você, caro leitor, optou por enfrentar um concurso público, precisa estar preparado para as dificuldades inerentes a essa escolha. Entregue-se à missão. O segredo é trabalhar ações em sintonia com objetivos, como fazem aqueles “felizardos” que parecem ter nascido sabendo o que querem e, mais importante, o que precisam fazer. Pessoas de sucesso basicamente acertaram nessa combinação.
Quando se trata de uma decisão envolvendo a carreira, há vários caminhos possíveis. Se você se sente perdido, esteja atento aos sinais. Uma porta se abre quando encontramos uma atividade que desafia nossa capacidade ao máximo. Outra surge ao decidirmos seguir nossa paixão. A motivação, aliada à necessidade, nos faz voar alto. O caminho começa pela escolha da batalha, continua pelo foco total e só termina quando acaba.
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” – Romanos 8:18
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino digital.