Rotina matinal matadora

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“Eu adoro minhas rotinas, afinal sou eu mesmo que as faço.” – Abilio Diniz, empreendedor brasileiro

Um bom dia tem muito a ver com o modo como ele começou. Acertar nas atividades que iniciam a manhã é meio caminho andado para ter um dia produtivo e, depois, uma noite de sono satisfatória, num ciclo virtuoso. Não à toa, tem crescido no mundo o movimento por uma rotina matinal “poderosa, matadora, eficiente, milagrosa, energizada”, ou algo do tipo. Hoje vamos conversar um pouco sobre essa tendência. Quero apresentar a você, amigo leitor, de forma bem realista e sem exageros, qual é a minha visão sobre isso.

Vamos partir do básico. Ter uma rotina matinal matadora (RMM) é seguir rigorosamente uma ordem preestabelecida de atividades logo na primeira hora do dia. Essa rotina deve ser muito bem-pensada, e tem alguns requisitos. O primeiro deles é adotar o hábito de escrever toda noite, num papel, qual é a coisa mais importante que você tem para fazer no dia seguinte. Tão indispensável quanto fazer esse registro por escrito é passar uma noite de sono minimamente boa, dormindo de 6 a 9 horas por noite. Depende do organismo, da necessidade e da fase de vida de cada um, é claro. Não custa lembrar que ao sono são atribuídas funções essenciais como manutenção do equilíbrio geral do organismo, consolidação da memória e regulação da temperatura corporal.

Agora elabore como será sua RMM. Há quem defenda que os primeiros 20 minutos dela devem ser dedicados a orações espontâneas, os 20 seguintes a atividades físicas – exercícios de levantamento de peso e/ou aeróbicos – e outros 20 ao planejamento das atividades do dia que se inicia. Nada mau, embora o tempo exato reservado para cada uma dessas ações não seja o mais importante, e sim o fato de ter essa rotina como um hábito consolidado. Estou convencido de que rotinas, aliadas a disciplina e força de vontade são sinônimo de saúde e autoconfiança, que, em última análise, são o que nos torna capazes de enfrentar o que der e vier. O mais importante é mesmo a constância. A ela, como nos ensina Luís de Camões, “se deve toda a glória”.

Se há quem organize sua RMM de forma cronometrada assim; há quem ache que, além de tempo para meditação, treino e autodesenvolvimento – por meio de leituras, cursos, palestras –, ela também deve incluir momentos para agradecer e para executar pequenas atividades, como regar as plantas, dar comida e água ao animal de estimação, contemplar o nascer do sol, tomar um banho frio, arrumar a cama, ler umas três páginas de um livro, escrever outras três de um diário, entre tarefas semelhantes que proporcionam algum prazer e bem-estar. Nada muito engessado, mas nem pense em começar a inventar desculpas para disfarçar uma indisfarçável… preguiça. Também não vale começar a RMM mexendo no celular, lendo notícias pessimistas, respondendo todo mundo no WhatsApp e se perdendo nas redes sociais. Isso não pode. Já seria começar o dia com o pé esquerdo, comprometendo todo o seu planejamento.

Quer saber como é a minha RMM? Acordo cedo – em regra antes das 7h –, faço minha oração de agradecimento, desço para preparar minha vitamina, bebo um copo de água com limão espremido, seguido de um café bem forte – sem açúcar, é claro – e me sento um instante no sofá (local que me faz pensar “isso que é vida!”). Em seguida, malho pesado por uma hora, tomo banho – não frio, porque, né, ninguém merece, embora alguns recomendem rs –, dou um tapa no cabelo, respondo algumas dezenas de mensagens, pego minha pasta e sigo para o Gran Cursos Online, onde sei que o bicho vai pegar até por volta das 23h. Um detalhe que faz toda a diferença: tenho o cuidado de não agendar para o período da manhã compromissos demais, além do que eu daria conta de cumprir; assim evito começar o dia estressado. Tem gente que já se frustra logo cedo com afazeres em excesso, muito acima do que seria humanamente possível, vendo todo o planejamento diário desandar ainda pela manhã.

O escritor Hal Elrod, no livro “O milagre da manhã”, enfatiza a importância de seguir uma RMM. Diz ele: “Sua rotina matinal (ou a falta dela) afeta dramaticamente seus níveis de sucesso em cada área da sua vida. Manhãs concentradas e produtivas geram dias concentrados, produtivos e de sucesso – o que, inevitavelmente, cria uma existência de sucesso –, da mesma maneira que manhãs desconcentradas, improdutivas e medíocres geram dias desconcentrados, improdutivos e medíocres, e, finalmente, uma qualidade de vida medíocre. Simplesmente mudando a maneira como desperta de manhã, você pode transformar qualquer área de sua vida mais rápido do que jamais imaginou ser possível.”

James Clear, por sua vez, autor do best-seller “Hábitos atômicos”, citado com frequência em minhas mensagens e posts e para quem a motivação é a chave para a mudança de hábitos, fala sobre a dificuldade de criar rotinas: “(…) a verdade é que nossa verdadeira motivação é sermos preguiçosos e fazer o que é conveniente.” Para ele, é da natureza humana seguir a lei do mínimo esforço, segundo a qual, quando as pessoas precisam decidir entre duas opções semelhantes, são naturalmente atraídas pela que requer menos trabalho. O que devemos fazer é tentar. Insistir. Repito: é a frequência que faz a diferença.

Crie o quanto antes sua RMM, mas não pense em ser a perfeição em pessoa na hora de colocá-la em prática. Como ensina a doutora Brené Brown, “o perfeccionismo não é a chave do sucesso”. Na verdade, muitas vezes ocorre o contrário: o perfeccionismo dificulta a conquista, pois está relacionado com depressão, ansiedade, compulsão. Às vezes é paralisante e nos faz perder oportunidades. “O medo de falhar, de cometer erros, de não corresponder às expectativas dos outros e de ser criticado mantém o perfeccionista fora da arena da vida”, explica.

É isso. Vamos, juntos, agora mesmo, criar nossa RMM para transformar a vida (e antes das 8h!).

Se decidiu seguir pra valer uma rotina matinal matadora, registre nos comentários: “Estou firme em minha rotina!”.

“Uns sonham com o sucesso; nós acordamos cedo e trabalhamos duro para consegui-lo.” – Abilio Diniz

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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância

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