“Evite ter seu ego muito perto de sua posição porque, se sua posição cair, seu ego vai com ele.” – Colin Powell, primeiro negro a ocupar o cargo de secretário de Estado dos EUA.
Todos conhecemos a história de Davi, o pastor de ovelhas que enfrentou o gigante Golias. Mil anos antes do nascimento de Jesus, quando os povos de Israel e da Filisteia travavam uma terrível guerra, o filisteu, movido pela vaidade e arrogância, desafiou os hebreus a enviarem um homem para lutar sozinho com ele. Passaram-se quarenta dias sem que um único soldado – tampouco o rei Saul –, se oferecesse. Os israelitas estavam paralisados pelo medo (Exatamente como acontece com alguns concurseiros na véspera de uma grande prova).
Ao contrário dos demais soldados do exército que integrava, o jovem Davi era bastante autoconfiante. Tinha certeza de que conseguiria lutar com Golias, e vencer. Aceitou o desafio. Era louco? Não. Suicida? De jeito nenhum. A confiança de Davi tinha origem na experiência, não na vaidade. “Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, vou atrás dele, dou-lhe golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba e dou-lhe golpes até matá-lo”, dizia. Ou seja, ele já tivera de enfrentar tantos perigos na vida, vira a morte de perto tantas vezes, que não a temia. Vinha daí a confiança e a fé que faziam dele capaz de vencer qualquer inimigo.
“O jovem Davi era bastante autoconfiante. Tinha certeza de que conseguiria lutar com Golias, e vencer. Aceitou o desafio. Era louco? Não. Suicida? De jeito nenhum. A confiança de Davi tinha origem na experiência, não na vaidade”.
Diante do gigante Golias, o rapazinho foi ironizado: “Venha que darei sua carne às aves do céu e aos animais do campo!”. Tamanha arrogância, todos sabemos, teria vida curta. O destemido Davi, com uma funda numa mão e pedras do rio na outra, atingiu Golias antes que pudesse esboçar qualquer reação. Derrubado pela pedra da funda de Davi, teve a cabeça cortada por sua própria espada.
Talvez você acredite que os fatos tenham sido exatamente esses; talvez não. Não importa. A lição é válida de qualquer jeito. Essa é uma das melhores histórias que há sobre os perigos da vaidade, a importância da humildade e a necessidade de confiança para o enfrentamento dos desafios, problemas e entraves que surgem no caminho de todos nós.
Quantos concurseiros já partiram para cima do inimigo, como o gigante CEBRASPE (antigo CESPE), com uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, numa mão, e muita confiança na outra, para, no fim de uma manhã ou de uma tarde qualquer, depois de atirar pedras certeiras no cartão de respostas, vencer a guerra e conquistar a independência financeira? É… Na vida, no empreendedorismo, no concurso, na política, há sempre um Davi combatendo bravamente, e tudo que o mundo exige desses guerreiros é coragem e autoconfiança.
“Na vida, no empreendedorismo, no concurso, na política, há sempre um Davi combatendo bravamente, e tudo que o mundo exige desses guerreiros é coragem e autoconfiança”.
Além do belo conto bíblico de Davi e Golias, conhecemos muitas outras fábulas que envolvem a arrogância, de um lado, e grandes virtudes, de outro. Em uma delas, mestre e discípulo conversavam numa esquina, quando uma senhora idosa gritou: “Saiam da frente da minha vitrine! Vocês estão atrapalhando os fregueses!”. O mestre pediu desculpas e mudou de calçada. Continuaram a conversa, quando um oficial se aproximou. “Precisamos que o senhor se afaste desta calçada”, disse, “o conde passará por este local daqui a pouco”. “Que o conde use o outro lado da rua”, respondeu o mestre, sem se mover. Virando-se para seu discípulo, ensinou: “Não se esqueça: jamais seja arrogante com os humildes. E jamais seja humilde com os arrogantes.”
A Esopo, que supostamente foi um escravo na Grécia antiga, é atribuída a autoria de numerosas histórias que vêm sendo contadas e recontadas há mais de 2,5 mil anos. Sempre curtas e caracterizadas pelo bom humor, as narrativas proporcionam reflexão sobre nossos comportamentos e costumes. A intenção é mostrar do que os seres humanos são capazes, para o bem e para o mal.
“Uma pessoa confiante sabe o que importa e não teme que discordem dela. Percebe quando é hora de ignorar a opinião dos outros e – importante! – não se gaba nem mente para se dar bem”.
A fábula do galo e da águia aborda especificamente o tema da arrogância. Conta que dois galos estavam disputando, em feroz luta, o direito de comandar o galinheiro de uma chácara. Por fim, um pôs o outro para correr e se tornou o vencedor. O galo derrotado afastou-se e foi se recolher num canto sossegado do galinheiro. O vencedor, voando até o alto de um muro, bateu as asas e, exultante, cantou com toda sua força. Uma águia que pairava ali perto, lançou-se sobre ele e, com um golpe certeiro, levou-o preso em suas poderosas garras. O galo derrotado saiu do seu canto e, daí em diante, reinou absoluto, livre de concorrência. Moral da história: a arrogância é o caminho mais curto para a ruína e o infortúnio.
Uma pessoa confiante sabe o que importa e não teme que discordem dela. Percebe quando é hora de ignorar a opinião dos outros e – importante! – não se gaba nem mente para se dar bem. Já alguém com vaidade desmedida é facilmente abalado pela incerteza e pela arrogância motivadas por sua própria presunção e ostentação. E você, considera-se o confiante ou o vaidoso?
Sempre haverá revezes na vida, amigo leitor, e mesmo um mestre seguro de si, um soldado corajoso, um empreendedor bem-sucedido e um concurseiro disciplinado podem ficar consternados toda vez que as coisas não caminharem como imaginavam que caminhariam. Todos eles podem ser vítimas das próprias dúvidas, e aí, meu caro, a vida se tornará um inferno.
Então, por favor, não alimente a sua insegurança nem dê vazão a seus delírios de grandeza. Tanto aquela como estes são obstáculos para a realização de sonhos. Lembre-se desta frase do grande autor Rubem Alves: “Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade”.
Se concorda com esta mensagem, registre nos comentários: “Estou confiante na medida certa!”.
Vamos, juntos, jamais sendo arrogantes com os humildes ou humildes com os arrogantes.
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância
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