Já ouviu falar na experiência do sapo fervido? Estudos revelam que, se colocado dentro de um recipiente com água da lagoa onde vive, o sapo permanece estático mesmo se o líquido for gradativamente aquecido. Aos poucos, vai se acostumando ao perigoso aumento de temperatura e incha até morrer. Desse jeito, sem reação alguma, como se estivesse tudo absolutamente normal ao seu redor.
Agora veja que interessante. Se o mesmo sapo for jogado de uma só vez no recipiente com água já quente, saltará imediatamente para fora. Sairá dali vivo; com algumas queimaduras, naturalmente, mas a salvo.
Sabe por que eu trouxe essa história à tona? Porque há pessoas – diria até que a maioria delas – com comportamento similar ao do pequeno anfíbio fervido. Pouco a pouco, habituam-se às mudanças negativas à sua volta, ignorando qualquer anormalidade, anestesiando-se em relação a tudo de ruim que acontece, até que “morrem” em vida. Acomodam-se, desprezando a própria capacidade e apenas… desistem. “Inchadas”, tal como o animal que cozinhou até a morte.
Felizmente, nem todo mundo é assim. Muitos de nós agem como o sapo lançado em água quente. Ao serem confrontados, reagem; ao testemunharem algo de muito errado, se recusam a aceitar passivamente; ao depararem com problemas, vão em busca de soluções. Indivíduos desse tipo são os únicos que exploram o que chamamos de potencial. Mas o que seria isso?
Para tentar explicar, apelo a uma breve analogia. Potencial é como uma vitamina, dessas de frutas que batemos no liquidificador em casa: se a consumimos logo, nosso corpo colhe inúmeros benefícios, mas, se deixamos para tomar mais tarde, boa parte do valor nutricional da bebida se perderá. Dependendo dos ingredientes e do tempo que ficou fora da geladeira, pode até fazer mal. Algo parecido ocorre em relação ao nosso potencial. Deixar de explorá-lo no momento certo é ruim, para dizer o mínimo. É como se houvesse uma vitamina ali, na cozinha, prontinha, mas que ninguém toma, talvez por insegurança, talvez por preguiça, talvez por simplesmente não acreditar em seus efeitos. Muita gente perde o timing e paga caro por isso mais tarde, quando vem o arrependimento.
Algo curioso é o paradoxo que envolve o tema. Explico. É impossível explorar totalmente nossas potencialidades, a não ser que queiramos antecipar nosso funeral. Afinal, o que nos restaria se esgotássemos todas as nossas possibilidades? O que é paradoxal na questão, amigo leitor, é que, embora alcançar o seu potencial não seja, exatamente, uma opção sua, nem por isso você deve desistir de se superar. É imprescindível ter consciência de que há mais potencial para além do que imaginava ser o seu limite, mas você precisa querer caminhar na direção dessa meta inatingível, avançando passo a passo, numa melhoria contínua.
“Certo, então como eu posso caminhar rumo ao meu potencial?”, você deve estar querendo saber. Continue lendo.
O DNA que integra cada uma de suas células conta uma parte importante de sua história. Ao ser concebido, você herdou dos seus pais características que o tornam um ser exclusivo. Seus genes são responsáveis por boa parte de suas qualidades e defeitos; portanto, quando se trata de herança genética, há o que agradecer e o que lamentar. Isso significa que ninguém além de você sabe o que é estar no seu lugar. Você não é melhor ou pior do que o vizinho, o amigo, o concorrente. Você é único, alguém que está descobrindo dia a dia o melhor de si mesmo.
Sabendo disso, não embarque na falácia de que o mundo dita o que você deve ser, o que deve vestir, o que deve comer, no que deve acreditar, como deve se apresentar e até o que deve esperar da vida. Todas essas escolhas são suas, de mais ninguém. Ainda que esteja no fundo do poço, enfrentando os maiores desafios, é sua a iniciativa de sair dele. É preciso ter em mente que o passado ficou para trás, e não é ele que condiciona o seu potencial. Da mesma forma, é impossível prever tudo que você será capaz de fazer no futuro, que ainda não aconteceu. O seu potencial está, portanto, no agora.
Vale lembrar que ele é revelado por processos, etapa a etapa. Quando decidimos tentar, nós o liberamos. À medida que seguimos nossa trajetória, descobrimos formas de ir mais rápido. E, quando, por fim, alcançamos a linha de chegada, percebemos o óbvio: a pista não termina ali. Dá para ir além.
Dito isso, proponho duas reflexões:
1) Em quais áreas da sua vida você se vê na zona de conforto?
2) Onde você espera estar daqui a cinco anos se continuar fazendo o que faz hoje?
Não seja sapo fervido! Oriente-se pelas ferramentas certas para viver o seu potencial ao máximo. Como?
Pra começar, tenha curiosidade. Faça muitas perguntas, especialmente quando cruzar com gente sábia e experiente. Ser curioso é querer conhecer mais, é buscar aprender coisas novas todos os dias. Perdeu a curiosidade, perdeu o poder de explorar o melhor de si. Quem é curioso consegue conectar pensamentos e comportamentos que o farão descobrir aonde pretende chegar. Já dizia o filósofo grego Sócrates: “A única verdadeira sabedoria é saber que você não sabe nada”.
Seja receptivo. Abra os olhos para enxergar as respostas que estiveram à sua frente o tempo todo. A receptividade é fundamental enquanto nos ajustamos a fim de extrair o melhor do nosso potencial. Se e quando necessário, permita a um amigo pegá-lo pela mão e arrastá-lo para ver o que há do outro lado de uma parede, de um muro, de uma ponte.
Busque o aperfeiçoamento, custe o que custar. A vida será muito mais interessante e divertida se você aprender a dizer “sim” para o que importa, em vez de “não” o tempo todo. Talvez você fique chocado ao descobrir que, depois de ter visualizado o seu objetivo, você vai desvendar o que é necessário fazer para alcançá-lo. O seu potencial tem de encontrar o SIM do seu propósito (já falamos sobre isso aqui).
Finalmente, tenha foco. Ninguém consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo, seja física, seja mentalmente. É preciso minimizar as distrações e criar cenários que favoreçam a concentração e a objetividade. Minha sugestão é que você experimente diversos ambientes, atento a detalhes como ruídos e luminosidade, ajustando o que não está legal, até se sentir totalmente sintonizado com suas metas, com seus objetivos, com seus sonhos. Mantenha o foco, acredite em si mesmo e confie em seus instintos, em sua capacidade.
Eu acredito no poder do seu potencial. E você?
“O potencial humano, embora nem sempre aparente, está aí à espera de ser descoberto e convidado a seguir em frente.” – William Purkey, escritor estadunidense.
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino digital.