Desde cedo, Samuel nutria sonhos tidos como impossíveis num ambiente como aquele em que ele vivia. Crescido em uma comunidade violenta, onde as oportunidades eram raras e os obstáculos constantes, o menino não desanimava. O simples ato de ir à escola era uma missão hercúlea, que ele, obstinado, cumpria dia após dia. O garoto caminhava quilômetros, correndo o risco de assaltos e carregando uma mochila improvisada com um saco plástico. Ele seguia firme em seu propósito de ser mais, acreditando que o futuro não precisava ser uma extensão do presente.
Aos dezesseis anos, o rapazinho já se dividia entre escola e trabalho, as mãos calejadas refletindo a dureza dos seus dias. Cada centavo ganho era um passo dado rumo a um horizonte ainda intangível, porém certo no coração. Ao terminar o ensino médio, Samuel descobriu “o tal do concurso público”. Embora não conhecesse ninguém que houvesse prestado um, ele se animou ao ficar sabendo que qualquer pessoa poderia se inscrever, desde que reunisse os requisitos para a vaga. Aquele seria um caminho de redenção, a fuga do labirinto de dificuldades ao qual se via preso.
O início dos estudos foi como navegar em águas turbulentas. O mar de informações ameaçava engolir o marujo de primeira viagem. Matérias conhecidas, como português e matemática, recebiam abordagem muito diferente, mais profunda, ao passo que disciplinas como direito constitucional e direito administrativo eram completamente novas. Ele se via como num mar revolto, cujas ondas tentavam desviá-lo de seu destino, mas Samuel, capitão tenaz, mantinha o leme firme mesmo quando as âncoras do cansaço pesavam em suas pálpebras.
As primeiras tentativas foram marcadas por fracassos, cada reprovação um abalo na confiança do concurseiro novato, que, no entanto, enxergava os insucessos como tormentas passageiras no enorme oceano à frente. Ele haveria de aprender com elas, então se permitia vivenciar o luto por alguns instantes antes de rever o roteiro, reformular táticas e, enfim, retomar a marcha.
Se a organização de Samuel funcionava como um farol a iluminar o caminho, e os simulados eram como compassos que guiavam sua rota, o apoio da família fazia as vezes de vento a impulsionar as velas. Nas horas mais difíceis, a mãe vinha em seu socorro: “Você é um guerreiro, meu filho. O campo de batalha é árduo, mas a vitória é certa para quem não desiste. Só erra quem tenta. Só perde, temporariamente, quem luta. Só fracassa quem desiste. Você nunca desistiu e não vai ser agora que fará isso.”
Com o tempo, o jovem passou a dominar os mares do conhecimento. O oceano antes intransponível tornou-se plenamente navegável. Confiante, Samuel decidiu enfrentar um concurso de alta concorrência, como um soldado pronto para a maior batalha da sua vida. No dia da prova, o coração estava tomado por um misto de nervosismo e esperança. Samuel irrompeu na sala de exame como um gladiador entra na arena, com coragem e, ao mesmo tempo, resignação. Seu destino estava traçado, ele sabia. A preparação havia sido árdua, mas ele se sentia preparado. As horas passaram como um borrão, e ele lutou até o último minuto.
A espera pelo resultado foi uma tortura lenta que lhe trouxe novos companheiros assíduos: a garganta seca, o frio na barriga, a taquicardia. Quando finalmente saiu o Diário Oficial tão aguardado, Samuel mal podia acreditar: ele havia sido aprovado, e dentro das vagas! A notícia veio tal qual um raio de luz rompendo a tempestade e iluminando o caminho da esperança. A nomeação foi um ritual de passagem. Ao entrar em exercício, vestido com o uniforme de seu novo cargo, Samuel sentia o peso da responsabilidade, mas também a leveza do sonho realizado. Sabia que aquele era apenas o começo de uma nova batalha, cheia de desafios… e de grandes recompensas.
O agora servidor público se dedicou com fervor desde o primeiro dia, executando cada tarefa com esmero e cuidado. Seu esforço não passou despercebido, e ele rapidamente se tornou referência para colegas e superiores. Fora da repartição, o rapaz também era fonte de inspiração para outros concurseiros. Em conversas e palestras, suas palavras germinavam esperança. Sua história demonstrava que, com determinação e fé, qualquer obstáculo pode ser transposto.
Além disso, Samuel encontrou uma forma de devolver à comunidade tudo que recebera dela. Seu trabalho fazia a diferença, proporcionando justiça e equidade onde antes só havia desespero. Anos mais tarde, ao olhar para trás, via sua jornada com gratidão. Agora ele enxergava com clareza como cada desafio, cada noite em claro e cada momento de dúvida foram importantes em seu processo de ascensão.
E assim Samuel continuou a trilhar seu caminho, agora com a certeza de que o sucesso não está apenas na conquista do objetivo, mas também na coragem de jamais desistir dele.
A história que acabei de contar é fictícia – Samuel, quem me acompanha sabe muito bem, é o nome do meu filho de apenas 2 anos –, mas nem por isso menos verdadeira. Foi criada com base em inúmeros relatos que chegaram até mim nestes quase 20 anos trabalhando com concursos públicos. Optei pela ficção apenas para prender sua atenção e mostrar que o concurso público é, sim, uma opção viável. Há pessoas como Samuel que mudam de vida todos os dias. Você pode ser a próxima, e o primeiro passo é acreditar.
Acredite. Faça. Refaça. Persista. Vença.
Gabriel Granjeiro
CEO e sócio-fundador do GRAN. Vive e respira concursos há mais de 16 anos. É autor de livros e artigos que já foram lidos por mais de 2 milhões de pessoas e formou-se com honors em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business.
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P.S.: Siga-me (moderadamente, é claro) em meu perfil no Instagram . Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.
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Excelente, Gabriel!
De todos os percalços que já passei na vida, nunca tive coragem pra uma coisa: desistir. Nunca foi sequer opção, por mais difícil que a vida estivesse. Há uma chama que nunca se apaga em mim e eu sou muito grato por isso.
Li esse artigo com lágrimas nos olhos de tão sensível que fiquei.