“A vida é como pedra de amolar, podemos desgastar-nos como podemos afiar-nos, depende de como deslizamos sobre ela.” – Bernard Shaw
De tempos em tempos, vemos surgir uma nova teoria, uma nova tecnologia ou uma nova ferramenta que muda drasticamente a forma como pensamos, trabalhamos e agimos. Disrupções provocam enorme ruptura no sistema vigente, por isso são essenciais para que a vida siga evoluindo. Elas não têm nem hora nem lugar para acontecer, e é muito comum serem fruto da mente de pessoas comuns, tal como você e eu.
O adjetivo “disruptivo” vem do inglês “disruption” e significa “inovador, moderno, radical”. Denota a capacidade que algo tem de interromper, com certa brutalidade, uma ação ou a sequência natural de um processo. A expressão já se tornou um jargão para designar qualquer coisa que se faça passar por nova e moderna. Algo disruptivo surge do nada e rompe as barreiras da realidade, criando oportunidades até então inimagináveis.
“Algo disruptivo surge do nada e rompe as barreiras da realidade, criando oportunidades até então inimagináveis.”
O poder da disrupção é incalculável. Nos negócios, por exemplo, ela pode inverter completamente as impressões que se tem do mercado, tornando medíocre o valor de uma empresa antes tida como modelo de sucesso. Uma pequena empresa com características disruptivas é capaz de subjugar uma gigante do mercado em seu próprio território. A Honda e a Toyota fizeram isso. As duas empresas japonesas conseguiram se tornar mais poderosas nos EUA que muitas marcas americanas consolidadas. No entanto, embora sejam hoje bastante fortes, elas tampouco podem ser descuidadas em suas estratégias, sob pena de serem engolidas por montadoras como a Hyundai e a Tesla, que estão vindo com tudo no mercado atual. Nesse contexto instável e de mudanças frequentes, o conselho para todas as empresas é que cresçam continuamente e façam inovações disruptivas sempre olhando para baixo, para empresas menores que, em tempos passados, pareciam não oferecer perigo.
Segundo o professor de Harvard Clayton M. Christensen, autor da teoria da inovação disruptiva, “disrupção” descreve o processo em que uma pequena empresa com poucos recursos é capaz de desafiar com sucesso uma grande companhia já sólida no mercado. Esse processo ocorre, em especial, quando as pequenas companhias são focadas em melhorar continuamente os produtos e serviços que oferecem aos seus consumidores mais fiéis (normalmente também os mais rentáveis), superando assim as expectativas de alguns segmentos de clientes.
“Certo. Mas o que isso tem a ver com o concurseiro?”, meu leitor mais atento pode perguntar. Explico.
Inovações disruptivas são aquelas que provocam ruptura no status quo, esteja este representado em um modelo de negócios ou em um modelo mental. A disrupção pode ocorrer, portanto, com qualquer um e em qualquer lugar. Isso significa que, para ser disruptivo, não é preciso reinventar a roda nem criar algo tão inovador como foi o iPhone na época do seu lançamento. Podemos ser disruptivos simplesmente quebrando expectativas, como as de nossos pais em relação a nós. Para você, inovar disruptivamente talvez seja concluir um curso superior e se tornar o primeiro bacharel da família. Ser disruptivo, no seu contexto, concurseiro, talvez passe pela simples recusa em aceitar a vida que sua família sempre teve, de instabilidade, preocupação constante e pouco dinheiro na conta. Talvez seja sair da cidade onde cresceu, ser aprovado em um excelente concurso e finalmente conquistar a vida com a qual você sonha.
Para você, inovar disruptivamente talvez seja concluir um curso superior e se tornar o primeiro bacharel da família. Ser disruptivo, no seu contexto, concurseiro, talvez passe pela simples recusa em aceitar a vida que sua família sempre teve, de instabilidade, preocupação constante e pouco dinheiro na conta. Talvez seja sair da cidade onde cresceu, ser aprovado em um excelente concurso e finalmente conquistar a vida com a qual você sonha.
Disrupção foi o que o nosso aluno João Márcio fez. Ele, que era recepcionista em Três Marias, cidade pequena do interior de Minas Gerais, largou o emprego em plena crise econômica para estudar para concurso. Foi bastante arriscado, é óbvio, mas logo veio o resultado: aprovado em três tribunais superiores (STM, STJ e TST), João Márcio já está em exercício no primeiro deles. Hoje, o rapaz que praticamente nunca havia saído de sua cidade natal, mora em Brasília, capital da República. Assista AQUI a essa emocionante história, sabendo que ela está longe de acabar: João Márcio pretende um dia se tornar juiz. Pensar assim – e ir à luta – também é romper paradigmas, também é ser disruptivo.
Ninguém duvida que vivemos hoje o melhor e ao mesmo tempo pior dos tempos, um período mágico de inovações e oportunidades espetaculares. Podemos buscar conhecimento e aprender como nunca; podemos inventar e reinventar negócios, métodos e ferramentas; podemos criar diferentes formas de fazer as coisas: formas mais funcionais, práticas, criativas, modernas, úteis, assustadora e exponencialmente velozes. Temos a opção de seguir o conselho da sabedoria popular: “Se você der dez passos de forma linear, andará dez metros. Se der dez passos de forma exponencial, chegará à lua”.
É assim mesmo que você e eu devemos seguir, concurseiro: pensando diferente, criando soluções ousadas, aproveitando as oportunidades – sem desculpas esfarrapadas para não fazê-lo –, firmando parcerias e agindo proativamente.
O concurseiro disruptivo, o profissional disruptivo e o empreendedor disruptivo fazem questão de agir e de ser protagonistas de sua história. Na busca pelo autodesenvolvimento, participam de grupos diversos, assistem a palestras e comparecem a eventos de qualidade. Circulam entre seus pares, interagem com pessoas interessantes, trocam experiências e encontram tempo para tudo que julgam importante, na contramão de quem alega não ter tempo para nada. Valorizam o futuro e o que lhes parece moderno, vivendo o hoje em busca de inovação e de novos desafios. Dão atenção aos outros sem rotulá-los e sem preconceitos. E têm consciência de que é impossível viver sem enfrentar problemas de vez em quando. Sabem que as marcas resultantes de suas muitas lutas – verdadeiras cicatrizes – serviram para lhes construir o caráter.
Infelizmente, parece ser da cultura brasileira sentirmos vergonha dos nossos erros. Agimos aqui de forma muito diferente dos colegas de outros lugares do mundo. Fora do país, empreendedores e profissionais bem-sucedidos, ao contar sua história, começam falando exatamente dos fracassos, reconhecendo que eles marcaram o caminho para o aprendizado, para o sucesso, para o êxito, para a fama, para a estabilidade financeira. O concurseiro precisa agir como esses homens e mulheres que admitem as próprias fraquezas. Deve ter tem consciência de que reprovações não são uma possibilidade; são praticamente uma certeza. Ele precisa saber que cometerá erros e aprenderá mais com eles do que com os acertos na longa busca pela sonhada vaga. Erros, acredite, são um atalho para o sucesso.
“A mentalidade disruptiva vai ajudá-lo a não se abater quando perceber que a aprovação pode demorar um pouco.”
Se o concurseiro pensar e agir de forma disruptiva, não terá medo nem vergonha de falhar. A mentalidade disruptiva vai ajudá-lo a não se abater quando perceber que a aprovação pode demorar um pouco. É mesmo muito raro ser aprovado logo no primeiro certame, mas o sucesso pode ocorrer no segundo concurso, ou no terceiro… O fato é que não há plano de estudos infalível, acabado e que garanta sucesso imediato. Por isso, candidato bom é aquele que começa do início e vai crescendo e se aperfeiçoando até garantir uma vaga que era perseguida por concorrentes até mais bem-preparados que ele. Candidato bom é o que persiste, o que derrama suor e sangue para se tornar servidor do público.
“Candidato bom é o que persiste, o que derrama suor e sangue para se tornar servidor do público.”
Por isso, candidato bom é aquele que começa do início e vai crescendo e se aperfeiçoando até garantir uma vaga que era perseguida por concorrentes até mais bem-preparados que ele. Candidato bom é o que persiste, o que derrama suor e sangue para se tornar servidor do público.
Amigo leitor, não espere 2019 para se tornar disruptivo. Não cometa o erro de adiar para amanhã o que você pode fazer hoje. Não faça como a maioria das pessoas, que dizem “vou começar”, “vou retomar” ou “vou intensificar os estudos no ano que vem”. Quanto mais você adiar os planos para romper os paradigmas de sua vida, mais tempo conviverá com as coisas tal como estão. Rompa os limites da sua realidade e seja disruptivo AGORA!
Só depende de você.
Se decidir seguir esse conselho, registre nos comentários: “Serei disruptivo HOJE!”
“Seja forte, não como o vento que a tudo destrói, mas como a rocha que a tudo suporta.” – Carlos Fox
GRAN sucesso,
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
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