Todos nós conhecemos alguém que parece estar numa eterna corrida contra o tempo. Prazos descumpridos, compromissos esquecidos e uma constante desordem são a marca dessas pessoas, que jamais têm as coisas sob controle e vivem inventando justificativas para seus atrasos e falhas. Em contraste, há indivíduos que se distinguem pela eficiência e por fazerem acontecer. É aquela ou aquele colega que parece fazer tudo fluir excepcionalmente bem, que administra imprevistos, que é responsável e sempre honra seus compromissos; que, enfim, descomplica o complicado.
Foi observando as características das pessoas desse segundo grupo que nosso time de tecnologia, durante um encontro de liderança, cunhou o neologismo “desenrolabilidade“. O termo define bem esse atributo, que eu – e muita gente – considero essencial para o êxito em qualquer esfera da vida, mas particularmente na esfera profissional.
Trabalhar no GRAN exige tanto talento para a inovação como agilidade, pois temos um compromisso obsessivo com o sucesso dos nossos alunos e com a melhoria contínua dos nossos processos e produtos. Aqui, aqueles que não gerenciam bem suas demandas logo se destacam – e não de um modo positivo. É que sabemos bem como quem se enrola prejudica não somente a si próprio. Na verdade, todos ao seu redor são afetados por sua característica falta de organização: de meros colegas de empresa a parceiros de vida e de trabalho, de amigos a familiares. Aí reside, então, nossa primeira lição vital: desenrolar-se é um ato de amor-próprio e também de cuidado para com todos a nossa volta.
Se você tem se sentido sobrecarregado ultimamente, talvez seja hora de adotar a desenrolabilidade no seu dia a dia. Tenho algumas dicas poderosas para ajudá-lo(a) nisso, mas, antes de apresentá-las, preciso que você entenda que elas só são eficazes para quem cultiva mesmo o espírito da “desenrolabilidade”.
Veja, uma pessoa genuinamente desenrolada não se perde em reclamações sobre tudo e todos, tampouco se distrai em meio a discussões sobre mercado, política ou outras questões que não levam a nada. Ela não procura desculpas para evitar soluções; em vez disso, foca em uma única questão: “Como posso resolver isto?”. Com essa mentalidade, ela não só enfrenta os desafios como os supera com sucesso. Tenha isso em mente ao tentar implementar uma ou algumas das seguintes sugestões que ajudam a desenrolar:
- A regra dos dois minutos: Aprendi essa técnica lendo “A arte de fazer acontecer”, de David Allen. Se uma tarefa pode ser concluída em menos de dois minutos, execute-a imediatamente. Esse hábito evita o acúmulo de pequenas pendências que, somadas, geram grande estresse e desordem.
- Limpeza mental: Transfira tudo que estiver ocupando a sua mente para o papel. Preocupações, ideias, tarefas por fazer, tudo deve ser anotado. Dedique um tempo do seu dia para isso e veja como será mais fácil identificar o que tem de ser priorizado e o que pode ser adiado ou descartado.
- Microcompromissos: Quando você se pegar hesitando para iniciar uma tarefa grande ou desafiadora, comprometa-se a trabalhar nela por apenas cinco ou dez minutos. Começar é o mais difícil e, acredite, uma vez engajado, será mais fácil continuar.
- Lista do que não fazer: O enrolado é, em regra, alguém com dificuldade em dizer não – inclusive para si mesmo. Para ele, é essencial manter uma lista de hábitos e distrações a serem evitadas. Inclua nela, se for o caso, o hábito de verificar as redes sociais compulsivamente e o de aceitar compromissos desnecessários e tomadores de tempo.
- Antecipação dos efeitos da procrastinação: Visualize-se no futuro e sofrendo as consequências da sua inação de hoje. Imaginar os péssimos desdobramentos da sua falta de compromisso pode servir de impulso para sair da inércia.
- Técnica do copiloto: Alie-se a um colega ou amigo concurseiro para monitorar periodicamente o progresso um do outro. Esse método fortalece o compromisso mútuo e motiva ambos a manter o foco.
- Jejum de decisões: Minimize a fadiga mental antecipando decisões simples, como a escolha das refeições e das roupas para a semana.
- Ritual de encerramento diário: Antes de dormir, revise o que você fez e o que deixou de fazer no dia, e já organize a lista de afazeres do próximo. Isso ajuda a esvaziar a mente e a reduzir a ansiedade noturna.
- Regra dos cinco segundos: Quando se flagrar enrolando, conte regressivamente de cinco até zero e comece a tarefa imediatamente. Essa é uma técnica simples para quebrar o ciclo da procrastinação.
- Trabalhe com margem: Organize-se para chegar aos compromissos ou iniciar qualquer atividade no mínimo dez minutos antes do planejado. No início, é provável que você consuma toda ou grande parte dessa margem, mas uma hora simplesmente se verá começando mesmo a fazer tudo dez minutos mais cedo.
Acredite: a desenrolabilidade transforma vidas. Transforme a sua também!
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