Você vai morrer. Faça algo a respeito.

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02 de março3 min. de leitura

 “Lembrar de que você vai morrer é a melhor maneira de evitar a armadilha de que você tem algo a perder.” – Steve Jobs, cofundador da Apple, empresa mais valiosa do mundo.

Imagino que a primeira frase que compõe o título deste artigo tenha assustado boa parte dos leitores. Talvez muitos tenham até perdido o interesse em continuar a leitura, por absoluta aversão ao tema que escolhi para nossa conversa de hoje. Afinal, falar sobre a morte é um tabu. No entanto, como sabem os que me acompanham neste espaço, não escrevo apenas sobre assuntos populares e fáceis de digerir. Meu compromisso é compartilhar com meus seguidores minha visão de mundo, sem meias-palavras, a fim de contribuir de alguma forma para a realização de sonhos. E a verdade, amigo concurseiro, é que você vai morrer.

Parece meio óbvio, não? Mesmo assim, poucos de nós refletimos sobre esse fato, única certeza que temos na vida, destino do qual NIN-GUÉM escapa. E por que é importante termos consciência de nossa finitude? Porque essa noção nos leva a viver intensamente. A certeza de que tudo tem um fim é o que torna o presente tão valioso, é o que nos motiva. Desenvolve nosso senso de urgência, o que nos obriga a perseguir nossos objetivos com, digamos, sangue nos olhos.

“E por que é importante termos consciência de nossa finitude? Porque essa noção nos leva a viver intensamente. A certeza de que tudo tem um fim é o que torna o presente tão valioso, é o que nos motiva”.

No célebre discurso aos formandos de 2005 da Universidade de Stanford, Steve Jobs – que dispensa apresentação –, revelou que, quando tinha apenas 17 anos, leu uma frase que dizia mais ou menos o seguinte: “Se você viver todos os dias de sua vida como se fossem o último, certamente um dia estará certo”. Jobs nunca mais foi o mesmo. Em suas palavras àqueles recém-graduados, o então CEO da Apple ressaltou como a mera lembrança de que um dia morreria se converteu na maior ferramenta para ajudá-lo na tomada de decisões. Sempre que se lembrava da inevitabilidade de seu destino, todo o resto – expectativas de terceiros, orgulho, vaidade, medo – evaporava, deixando-o frente a frente com o que realmente importava. A ciência da própria finitude era, para ele, a melhor maneira de não cair na armadilha de hesitar por receio de falhar. 

A morte é o que nos faz vivos, por mais paradoxal que isso soe. Mesmo sendo tão óbvio que nossa passagem pela Terra é efêmera, muitos de nós – diria até que a maioria – conduzem a própria jornada como se tivessem tempo ilimitado. Entregam-se a atividades que não agregam nada, preocupam-se em excesso com o que os outros pensam de si e gastam energia com o que não interessa, tornando-se acomodados e aceitando sua situação como permanente e imutável. Apesar de estarem respirando, experimentam, na verdade, um tipo de morte: a morte em vida. 

“A morte é o que nos faz vivos, por mais paradoxal que isso”.

Nosso tempo aqui é muito curto para desperdiçá-lo dessa forma, leitor amigo. Lembre-se: o seu cronômetro já está contando. Não é sábio ignorar isso, almejando os sonhos dos outros, valorizando o que tem valor para todos ao seu redor, sem dar atenção ao que você quer e sem buscar o que você merece. 

Por isso, quero despertar algumas reflexões em você. Peço, de antemão, desculpas por formular hipóteses tão desconfortáveis, mas é preciso. Então vamos lá. Responda com sinceridade:

Se este fosse seu último dia de vida, você teria orgulho do que fez nos últimos meses?

Se estas fossem suas horas derradeiras na Terra, você carregaria consigo poucos arrependimentos?

Se estes fossem seus momentos finais, você se diria satisfeito com o caminho que trilhou?

Se hoje você desse seu último suspiro, poderia afirmar que realmente fez o seu melhor para realizar tudo que planejou? 

Se a resposta para algumas dessas perguntas for negativa, cabe rever suas ações daqui para frente, concorda? Em minha modesta opinião, você tem de trabalhar – ou estudar – para ajustar suas atitudes à ambição que alega ter. Não basta dizer da boca para fora. Se você nutre grandes sonhos, como o de ser aprovado em um excelente concurso, precisa agir com coerência e de forma proporcional a eles. Do contrário, sua “determinação” será inútil. Entende, agora, como saber que seu tempo é curto pode servir de incentivo para você fazer, de fato, o que é necessário?

“Se você nutre grandes sonhos, como o de ser aprovado em um excelente concurso, precisa agir com coerência e de forma proporcional a eles. Do contrário, sua ‘determinação’ será inútil”.

Obrigado por ter chegado até aqui nesta nossa conversa. Agradeço que você tenha enfrentado até o fim estas linhas, sobre tema tão dramático e desagradável. Às vezes, o remédio para nossa doença é mesmo amargo. Sei que foi incômodo, mas agora você pode seguir em frente e começar a agir como o homem – ou a mulher – mortal que é. 

Se essa reflexão fez sentido para você, registre nos comentários: “Vou viver a MINHA vida!” e siga adiante. O tempo urge! 

GRAN sucesso,

Bônus: caso queira assistir ao notável discurso de Steve Jobs na Universidade de Stanford, confira aqui:

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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância

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