A verdade sobre o que realmente nos motiva

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“O segredo do sucesso é atravessar a vida sem jamais esmorecer.” – Albert Schweitzer

Quem me acompanha nas redes sociais sabe que já entrevistei, no canal Imparável, pra lá de uma centena de ex-concurseiros. Foram mais de cem histórias cujos protagonistas conseguiram, após muita luta e superação, experimentar a satisfação, a alegria de tomar posse no cargo dos sonhos. Mas todos esses relatos tinham algo mais em comum, além do sucesso: a motivação que levou cada uma daquelas pessoas a enfrentar tudo e todos em busca da aprovação.

Nossa professora Kátia Lima, psicóloga concursada do TJDFT, por exemplo, descreveu um misto de sentimentos ruins que marcaram sua preparação para as provas. Tudo porque precisava deixar a filha aos cuidados da avó enquanto se debruçava sobre os livros e apostilas. As pessoas a julgavam. “Você deixa sua filha pequenininha trancada com a vó do lado de fora para estudar?!”, inquiriam. Como sua profissão a habilitava a compreender a psique e as emoções humanas, Kátia sabia que não devia se deixar influenciar pelas críticas, pois o que estava fazendo, e com muito afinco, era para o bem dela própria, da filha, da família. Tinha muita clareza sobre o que a motivava, mas isso não evitou que sentisse tristeza, culpa e medo paralisante. Hoje, a filha, já adulta, reconhece o exemplo da mãe e dá o seu depoimento: “Mamãe, eu estudo lembrando o quanto você estudou, o quanto você se dedicou, e o quanto você ainda se dedica”.

Alexandre Meirelles, coordenador do Gran e fiscal em São Paulo, é outro que atribui à motivação sua guinada de vida, e sabe exatamente o momento em que essa força foi despertada nele. Tudo começou em uma conversa com o pai, que, elogiando a inteligência do filho, disse ter certeza da sua capacidade de passar em qualquer concurso. Naquele dia, ouviu do pai que não entendia a razão de ele, Alexandre, se manter estagnado na carreira como estava fazia anos. A provocação travestida de elogio funcionou como um “um gás”, descreve o hoje servidor público, que estudou firme, seguindo o programa que criara e suportando dores terríveis na coluna – à base de analgésicos –, mas com as palavras do pai vivas na mente. Submeteu-se às provas e, quando viu o resultado, a primeira reação foi ligar para aquele que fora sua fonte de motivação. O recém-aprovado levou o homem às lágrimas ao confessar: “Olha, eu fiz por você!”.

Os exemplos não param por aí. Na mesma linha, a escritora e fiscal aposentada Lia Salgado, a delegada de polícia Luana Davico, o saudoso procurador federal Carlos Mendonça e tantos outros com quem conversei explicaram de onde surgiu a determinação de estudarem como loucos até passarem no concurso: de uma força que vinha de dentro para fora, de uma aspiração bem concreta, que, no caso deles, era a ânsia por assegurar melhores condições de vida aos entes queridos.

Como você sabe, gosto muito de estudar sobre motivação e liderança, e é pacífico o entendimento, nessas áreas, de que um grande líder sabe extrair das pessoas o que elas têm de melhor. É o líder – na pessoa de um chefe, um pai de família, uma mãe, um professor, um amigo, um coach… – que oferece os estímulos certos para o liderado ter foco e firmeza de propósito. É o líder que, muitas vezes, faz o outro reconhecer quais são suas reais motivações.

O que estou querendo dizer, caro leitor, é que não existem grandes feitos sem uma forte motivação por trás. Da mesma forma que uma pedra preciosa depende do atrito para ser polida, uma pessoa precisa superar provações para se aprimorar, e cabe a cada um encontrar formas de se ver motivado a enfrentar esses desafios. A fagulha pode vir de uma figura de liderança, como aconteceu com Alexandre, ou de um desejo palpável, como o de melhorar as condições da família, no caso de Kátia e tantos outros.

Então onde estaria a surpreendente verdade sobre o que realmente nos motiva? Segundo Daniel H. Pink, autor best-seller do livro “Motivação 3.0”, da editora Sextante, “o segredo da alta performance e da satisfação está ligado à necessidade essencialmente humana de aprender e criar coisas novas, ter autonomia e melhorar o mundo para nós e para os outros”. Quando a recompensa é a própria atividade – aprender mais, superar as expectativas dos outros, dar o melhor de si –, não há atalhos. A única rota para o destino almejado é o caminho virtuoso. A verdade acerca da automotivação, da firmeza em tentar alcançar a excelência, está, portanto, na autonomia conectada a um propósito maior. Tem a ver com o que o professor de psicologia Anders Ericsson, da Florida State University, chama de “prática deliberada”, que segue alguns passos. São eles:

. Fixar novas metas e se esforçar para alcançar mais alto a cada salto, em um movimento de progressão contínua, passo a passo. Somos todos movidos por pequenos avanços.

. Repetir, repetir, repetir. A repetição é importante. Os craques de basquete não fazem dez lances livres no fim do treino; fazem quinhentos. Os concurseiros com chance real de sucesso não resolvem dez exercícios depois de uma rotina diária de operário dos estudos; resolvem dezenas.

. Buscar feedback frequente e imparcial. Se você não sabe como está se saindo, jamais identificará o que precisa melhorar. Fazer simulados é um bom método de autoavaliação.

. Concentrar-se implacavelmente nos pontos em que se carece de ajuda. Como diz Ericsson, “aqueles que de fato melhoram são os que investem em suas fraquezas”.

. Preparar-se para se sentir cansado, mental e fisicamente. São poucas as pessoas que se dispõem a isso, e está aí a razão por que algumas são aprovadas e outras não. Entre no jogo sabendo que há um preço a ser pago. Ele é temporário.

Quer encontrar o combustível, a energia, a verdadeira motivação para concretizar seus sonhos? A ideia é, em síntese, fazer o que precisa ser feito, mas em nome de si mesmo ou daquela pessoa especial que faz seus olhos brilharem. Valorize uma coisa, vá lá e conquiste. A sensação é muito boa, acredite. Mas cuidado com certos objetivos, que não lhe fazem bem como pode parecer num primeiro momento. Quer um exemplo? A satisfação, sempre momentânea, ao encontrar validação externa em relação a algo que você fez. Se ceder a ela, você corre o risco de continuar perseguindo essa fugacidade, o que não lhe trará nada de positivo no longo prazo. A satisfação perene não depende de possuir metas, meramente, mas de ter as metas certas, e com razões nobres. Algo que nasce de um motivo errado não tem como dar certo. Se você não entender isso logo, o caminho – e o destino – pode ser de pura frustração.

A grande motivação das pessoas, atualmente, está ligada a um propósito maior, em geral a ideia de deixar um legado. Ninguém almeja só ganhar dinheiro, adquirir bens materiais e ter conforto. Aliás, se examinarmos as maiores realizações da história, logo concluiremos que a centelha que manteve os responsáveis trabalhando noites adentro foi o senso de propósito, para além do lucro e da fama.

Portanto, tenha em mente um propósito grandioso que justifique suas ações e seus sacrifícios. Nós, humanos, gostamos de nos sentir parte de algo maior. Do mesmo modo que uma sociedade é feita dos esforços de cada pessoa, uma revolução resulta do trabalho de muitos. O propósito inato de mudar positivamente a vida da família, da comunidade, do mundo, é um dos pilares mais sólidos da motivação verdadeira.

Aqui, no Gran, temos um propósito apaixonado, social e inclusivo: “Mudar vidas por meio da educação e tecnologia”. É esse ideal que renova, dia após dia, nossa motivação. Temos a meta de nos tornarmos a empresa que mais impacta a educação brasileira em dez anos, ajudando milhões de brasileiros. É esse objetivo que nos faz seguir motivados todos os dias. Essa é a nossa revolução.

E a sua, qual é? Responda nos comentários o que vai motivar você a, enfim, virar a página e revolucionar a sua vida?

“Jamais se desespere em meio às sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.” – Provérbio chinês

P.S.: Siga-me (moderadamente, é claro) em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

 

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