O que realmente importa

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“Não pergunte do que o mundo precisa. Pergunte o que faz você se sentir vivo. E vá fazer isso. Porque o mundo precisa de pessoas que se sintam vivas.” – Howard Thurman, filósofo.

O que é realmente importante para você? Já se perguntou isso? Se não, reflita um pouco em busca da resposta. Se sim, a pergunta que se segue é: será que você tem agido de acordo com o que respondeu? Pela minha experiência, é grande a probabilidade de que não, ao menos não totalmente, e isso tem de mudar a partir de hoje.

Quando alguém escolhe ir em busca dos sonhos, ganha liberdade para cultivar seu pleno potencial como indivíduo. Por isso mesmo, optar pelo caminho que faz o coração bater mais forte é a decisão mais acertada que se pode tomar. Pena nem sempre ser fácil identificá-lo… Alguns de nós não fazem ideia do que valorizam mais na vida. Se é o seu caso, minha dica é: analise o tempo que você dedica às suas rotinas. A importância das coisas pode ser medida pelo quanto estamos dispostos a investir nelas: quanto maior o valor atribuído a algo, mais nos vemos envolvidos.

Ninguém nega, por exemplo, o valor da família, certo? O mais frequente é a colocarmos no centro de nossas prioridades, e isso se confirma mesmo quando as circunstâncias nos obrigam a deixá-la em segundo plano. Sempre haverá fases na vida quando não poderemos desfrutar da companhia dos entes queridos como gostaríamos, por termos de nos dedicar a outros projetos que parecem momentaneamente mais significativos. Pode ser um aperfeiçoamento profissional, o estudo para concursos… Seja como for, note que a decisão também será pela família, ainda que pensando no médio ou no longo prazo.

No outro extremo, há quem viva mais para os outros do que para si mesmo, tornando-se refém da agenda de terceiros, frustrando-se e deixando de realizar os próprios sonhos. Sem progredir financeira, intelectual ou emocionalmente, a pessoa acaba se aprisionando num ciclo que não a leva a lugar nenhum. Meu palpite é que ela não se encontrou, optando por se manter ancorada aos outros.

A verdade é que, mal nascemos, começamos a morrer. Logo, não podemos perder tempo com inutilidades, fazendo escolhas sem pensar nas consequências, aceitando o convívio com gente que, ou não nos conhece de fato, ou não liga para nossos sentimentos. Suportamos – diariamente – pessoas que tentam se aproveitar da nossa bondade, demandando muito além da nossa capacidade de atender. Para elas, grande parte do que fazemos ou planejamos não tem valor, e é por isso que precisamos despertar, redirecionando nossa energia para quem e o que importa. Cada indivíduo nasce com um potencial único, mas, se vai ou não cultivá-lo, depende exclusivamente de sua força de vontade. A paixão é a razão pela qual estamos aqui, e escolher abraçá-la é a maior jornada da nossa vida.

“Mas nem tenho mais idade para fazer as coisas que sempre sonhei”, diriam alguns que me leem. Será mesmo, meu amigo, minha amiga? Leonard Cohen, compositor da bela música Hallelujah, fez sua primeira apresentação aos 33 anos de idade; Stan Lee, criador do Homem-Aranha e do Homem de Ferro, deu vida a sua primeira história em quadrinhos com quase 40; Claude Monet pintou o seu primeiro quadro com 42; o escritor R.R Tolkien era sexagenário quando publicou O senhor dos anéis; Ginette Bedard, aos 81, participou da 12ª maratona consecutiva na cidade de Nova York; Anna Mary Moses, apareceu na capa da revista Time quando contava 93 anos, isso porque havia pintado mais de mil quadros, atividade que iniciara apenas duas décadas antes. E não para por aí: no mundo das pessoas comuns, temos testemunhado cada vez mais adultos que passaram dos 40 serem aprovados em concursos públicos dificílimos. Para confirmar a regra, recentemente entrevistei uma delegada que assumiu o cargo quando já era avó!

Então, sem mais desculpas, me responda: quanto tempo você ainda vai demorar para honrar quem realmente é e fazer o que julga relevante?

O que importa são as suas ações e reações diante dos desafios da vida, caro leitor. Importa como você se sente sobre o que acontece a sua volta. O ponto é o que você faz dadas as circunstâncias alheias a sua vontade. Você finge indiferença, esconde seus sentimentos debaixo do tapete, fica à margem do rio assistindo às águas correrem, morre de sede mesmo em frente a uma fonte de água cristalina, à espera do inevitável: que uma hora tudo exploda e saia do controle? Ou se olha no espelho e diz a verdade à imagem ali refletida, ainda que a dor do enfrentamento seja maior que a de ficar acomodado? Ora, todos sabemos que o arrependimento machuca mais que a inércia, então subverta a lógica, pensando com o coração e sentindo com a cabeça. Quem age assim, a partir do que é essencial, passa ao grupo de quem se destaca, seja na área que for.

Importa ter bravura, ser capaz de fazer as coisas que jamais se espera de nós. Trata-se de nadar contra a correnteza, se preciso. De não se deixar intimidar pelas incertezas. De atravessar um rio poluído e sair limpo no final. De enfrentar uma pandemia sem se desesperar. De não perder a capacidade de sentir, de não abandonar os sonhos, de não se entregar ao derrotismo. De não ter medo da vida, nem de viver.

Importa ter uma visão. Se sei quais são meus dons e conheço bem minha missão, basta seguir em frente. O caminho pode até ter sido traçado pelo Criador, mas nada me impede de, com minhas próprias escolhas – o famoso livre-arbítrio –, torná-lo mais difícil ou mais fácil, construir pontes e pegar atalhos ou dar as maiores voltas e escolher a rota mais extensa. Se, porém, nem sequer sei aonde pretendo chegar, tudo fica mais complicado. Confuso, posso simplesmente andar em falso, sem sair do lugar, tomando qualquer estrada que apareça, à esquerda ou à direita, tanto faz.

Importa ser razoável ao lidar com sonhos, ao buscar algo grandioso. Acima de qualquer valor, temos de demonstrar humildade, precisamos ser conscientes dos nossos limites. Quando o desafio é grande, o “nós” é muito melhor do que o “eu”. “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós somos juntos”, dizia Ray Kroc, empreendedor que fez do McDonald’s o modelo de negócios que é. Leve estas verdades consigo, caro leitor: você sempre terá algo a aprender com outra pessoa e nunca pode se esquecer de onde veio. Falo por experiência: recentemente, minha esposa e eu imprimimos alguns quadros para nossa nova casa. Minha ideia original era fazer uma montagem com imagens de Brasília, local onde nasci e que escolhemos para ser nosso lar, e de São Paulo, cidade onde ela morava antes do casamento. Mas eis que Vivi pediu para incluirmos uma foto de Guarulhos. Ora, foi onde ela nasceu, e ela deixou bem claro que quer sempre se lembrar de sua origem. Achei muito legal. Cresça, apareça, faça a diferença, mas nunca se esqueça de suas origens. Entendido?

Importa, enfim, fazer grandes realizações a partir de tímidos começos, um “passo atrás do outro”, como ensinamos AQUI. Certa vez, meu pai me deu um conselho descontraído, porém verdadeiro, que resume bem o que quero dizer: “Gabriel, chega de planejamento; o momento é de fazimento!”.

Imagine-se tendo de prestar contas da missão terrena que lhe foi dada. Não espere o pior acontecer para lamentar erros e, pior, omissões. Enquanto o seu coração bater, direcione foco e energia ao que você foi feito para realizar. Nunca, jamais desvie sua atenção dessa busca. Se ainda não descobriu qual é o seu propósito, pare um instante, respire e concentre-se para encontrá-lo. Faça isso antes que seja tarde. Meu sócio e eu passamos por isso até concluir que o nosso era ajudar pessoas a alcançar sucesso pela educação e tecnologia. Fico feliz em dizer que, se ao final de minha vida qualquer um me perguntar se cumpri a minha missão, poderei responder: “com cada célula do meu corpo”.

Pensando nisso, saia desta página e comece a agir agora. Combinado?

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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

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