Assim como é o diretor quem orienta o cinegrafista na execução de um filme, é você quem decide o que e como enquadrar cada momento no espetáculo da sua vida. Às vezes, nesse palco que é todo seu, surgem figurantes que não deveriam estar ali, ou desenrolam-se narrativas que não estavam no roteiro. Ainda assim, continuará cabendo a você determinar se o zoom da câmera será no protagonista ou em algum coadjuvante e se certa passagem do enredo merece mais ou menos destaque.
Então eu lhe pergunto: o que você está focando em seu filme pessoal? O velho ou o novo? Os problemas ou as possíveis soluções? Os personagens maus ou os bons? O aspecto negativo de uma experiência ou as boas lições que pode extrair dela?
É preciso ver as coisas como elas são para evitar a dor decorrente de apegos inúteis e estragos perfeitamente evitáveis. Entenda que as circunstâncias não se prestam a atender nossas expectativas. Tudo acontece como tem de acontecer, e ponto. Assim, é dirigindo a si próprio na forma como vê o mundo que, mesmo quando as coisas parecerem fora de controle, você manterá o equilíbrio. Em outras palavras, não são os fatos, mas sua atitude em relação a eles que determinará seu próximo passo: se será adiante ou para trás.
E como ter a atitude certa? Um bom começo é domar os próprios desejos, ajustando-os à realidade. Reprima o ímpeto de perseguir algo fora do seu alcance. Enquanto você insistir em sonhos impossíveis, será decepção seguida de decepção, até vir a amargura. E o pior é que você estará negligenciando projetos possíveis e que lhe trariam enorme satisfação. Já pensou nisso? Então concentre-se em combater o que está dentro do seu poder de fogo, sempre com inteligência, flexibilidade e sabedoria.
São os detalhes, os pormenores que determinam os melhores resultados. Embora soe até contraditório, a racionalidade de perceber isso conduz à fé, que, por sua vez, resulta em pequenas porém eficientes ações; em poucos porém importantíssimos bons hábitos. Quem tem fé inabalável desenvolve paciência, imprescindível para, depois de plantar, conseguir aguardar o tempo necessário até a colheita. É claro que só acreditar não evita tempestades nem traz a bonança. (Tampouco faz brotar o termo de posse à frente do concurseiro.) Mas a fé fortalece mente e alma. Ela nos mune de força para agirmos bem em qualquer situação e de tranquilidade para a próxima meta a ser alcançada.
Quando as respostas a nossas orações não chegam e tudo parece fora de controle, é natural ficarmos desmotivados. Alguns de nós começam até a questionar a própria fé. Se é o seu caso, peço que ouça meu conselho: ajuste, ainda que ligeiramente, a forma como você está vendo as coisas. É tudo uma questão de perspectiva, amigo, amiga. Tome por base o contexto atual: estamos em meio a uma pandemia que já ceifou a vida de mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo. É difícil manter o otimismo num quadro como esse, mas, de minha parte, prefiro pensar no muito que tenho a agradecer. Para mim, tudo virou do avesso no último ano, claro, como ocorreu com qualquer indivíduo do planeta, mas o que importa é que estou vivo, continuo sonhando e em condições de agir para que venham dias melhores.
O que estou querendo dizer, caro leitor, é que são os nossos temores, não os acontecimentos em si, que nos abalam e tiram do prumo. Em diversas situações, nosso quadro de referências fica tão limitado que simplesmente nos esquecemos de tudo que já fizemos e de todos os revezes que superamos. O foco da nossa câmera particular passa a ser nossos insucessos, nossas frustrações, nossas derrotas, em vez das conquistas, alegrias e vitórias. Ora, se você está lendo este texto, ainda não perdeu, ainda não desistiu, ainda está na guerra. Então por que perder o sono? Qual a razão de tantos sentimentos negativos? Amplie sua visão, meu caro! Até agora, nada venceu você de verdade. Insisto: mantenha a esperança em foco, o amor no coração, a chama da autoconfiança acesa, a fé.
Estamos em dezembro. Lembre-se: o Aniversariante do mês foi Alguém que, quando esteve por aqui, passou por muita tentação, provação, tribulação, sofrimento e dor sem se perder nem se desviar da nobre missão que Lhe foi dada. Espelhados no exemplo Dele, podemos mudar nossas referências, reprogramar nossa percepção e seguir caminhando com lucidez e determinação. Agindo a partir dos ensinamentos de Jesus, não tenho dúvidas: superaremos qualquer inimigo, qualquer vírus, qualquer problema.
Natal é dia de alegria, de abraçar (mesmo que virtualmente, por enquanto), de agradecer, de comemorar com os entes queridos o dom da VIDA. Faço votos de que, nessa data e nos dias seguintes, você veja tudo de perspectiva mais acurada, através de uma lente límpida e calibrada, conseguindo enxergar e compreender que há utilidade em cada fato. É a vida acontecendo bem diante dos seus olhos.
Imbuído desse espírito, tudo que você não pode fazer é achar que, uma vez calibrada sua câmera, nunca mais terá de ajustá-la. A vida exige renovação, realimentação, reinvenção. Estamos a todo momento nos reacomodando, e nossa visão e foco precisam acompanhar esse ir e vir. O filósofo Epicteto sentenciaria: “Em qualquer acontecimento, por mais terrível que pareça ser, não há nada que nos impeça de procurar uma oportunidade oculta. É uma falha de imaginação não o fazer.”
Como está o frame, o zoom, o foco da câmera através da qual você vê o mundo? Como está sua FÉ para o Natal que se avizinha? Precisam de ajustes? Então trate de fazê-los. Nada de esmorecer! Quando tudo parecer fora de controle, recalibre sua forma de enxergar a vida. Será mais fácil enfrentar e superar cada adversidade.
Um feliz Natal! Conte sempre comigo e com toda a equipe do Gran Cursos Online.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” Hebreus 11:1
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino digital.
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